Capítulo 161 :

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ARTHUR

Arthur: Vamos no meu carro. Amanhã levarei o seu para casa — disse enquanto caminhávamos de mãos dadas em direção ao estacionamento.

Carla: É seguro deixar o carro estacionado na orla? — me perguntou não muito satisfeita em ter que deixar o carro estacionado em frente a clínica.

Arthur: Seguro não é, mas acho que não vai acontecer nada com ele, e se acontecer estamos segurados. Não se preocupe! — tentei tranquilizá-la, mas ela não parecia muito amistosa, e o seu biquinho está mais evidente do que nunca. — Está chateada comigo?

Carla: Não — respondeu sem muito ânimo.

Arthur: Está sim. Conheço você o suficiente para saber quando está nervosa e chateada. E dessa vez é comigo.

Carla: Não, não é isso. Eu só estou um pouco cansada disso tudo.

Arthur: Prometo a você que tudo será resolvido. Vamos nos manter calmos? — balançou a cabeça concordando com o que eu disse, mas não olhou para mim, abriu a bolsa e pegou um treco para prender os cabelos em um rabo de cavalo.

Respirei e bocejei ao mesmo tempo. Estou cansado, esgotado, estressado, eu quero chegar a nossa casa e dormir, só isso. Abri a porta do carro para ela e a ajudei entrar e a se acomodar, dei um beijo em sua testa e ela fez um cafuné nos meus cabelos com uma das mãos quando me debrucei sobre ela para encontrar o cinto de segurança. Dei a volta por trás, abri a porta e entrei no carro.

Ela tem razão. Um dia é o Lorenzo no outro é a Rafaela. Isso já deu o que tinha que dar. O investigador particular, que Rodolffo indicou, ainda não conseguiu identificar o paradeiro do Lorenzo. Ele até levantou a hipótese do Lorenzo ter ido embora, porém só irei ficar tranquilo depois que eu tiver fatos e provas conclusivas de que realmente ele se foi de vez. Quanto à Rafaela, esse assunto já passou dos limites. Eu não sei o que essa mulher pretende, nem o que ela realmente quer quando diz que pagarei por tê-la usado. Ela foi usada tanto quanto eu, mulherzinha intragável e insistente.

E como se não bastasse, a sem noção da Carol, simplesmente decide infernizar o meu juízo, como se eu não tivesse nada mais importante para me preocupar. E, se ela aprontar mais alguma ou ficar de disse e me disse na clínica de Ipanema, onde irá cumprir o seu aviso prévio, não hesitarei e quebrarei o contrato empregatício sem pensar nas consequências.

Arthur: Você está vendo um carro preto acompanhando o meu carro? — virou-se o suficiente para olhar para trás.

Carla: Sim, estou. Mas, o que esse carro tem a ver com nós dois?

Arthur: Ele é o seu segurança. Foi ele quem separou você e a Rafaela quando estavam brigando — ela sorriu sem muita vontade e balançou a cabeça. — Estive a maior parte do dia dentro do centro cirúrgico, por isso não recebi a mensagem dele, avisando-me sobre o que houve entre vocês duas.

Carla: Tem certeza que precisamos chegar a este ponto? Um segurança?

Arthur: Sim. Pelo menos até a Rafaela ser presa e... — virei a minha cabeça o suficiente para olhá-la de relance. — Até eu saber onde o Lorenzo está.

Carla: Entendi. Deixa eu te dizer uma coisa: o Lorenzo e eu nos despedimos, dissemos adeus um para o outro. Ele se foi, Arthur. Vamos esquecê-lo de uma vez por todas, por favor!

Arthur: Carla, eu sei que você quer esquecer tudo isso, eu também meu anjo, mas antes precisamos nos certificar se realmente ele foi embora.

Ela não faz ideia que estive com o Lorenzo há alguns dias atrás, e ele em nenhum momento mostrou-se disposto a desistir dela. Um dia depois que ele a abordou no estacionamento do shopping, eu e Rodolffo fomos até o apart onde ele esteve hospedado, mas não o encontramos. A recepcionista disse que ele não se encontrava, mas não havia ido embora, portanto não aparecia há dois dias. Só vou conseguir relaxar depois de ter o Lorenzo longe daqui.

Carla: Ele não é esse monstro que você pensa... Ele apenas estava descontrolado e... Não aceitou a nova realidade, eu e você juntos — ela diz com a voz trêmula.

Arthur: Você quer arriscar? Quer arriscar a sua vida por causa desse sentimento de pena que tem por ele entranhado em você? Repasse os últimos acontecimentos entre vocês dois e me responda se vale à pena, pois preciso entender o porquê disso tudo.

Carla: Arthur... Eu só quero viver em paz, só isso.

Arthur: Sinceramente, não entra na minha cabeça esse sentimentalismo todo que você usa para lidar, quando o assunto é esse filho da puta.

Carla: Amor... Não é sentimentalismo. Eu... Esquece! — ela se calou e eu voltei à atenção para a estrada.

Ela pegou o celular e ficou entretida lendo e respondendo mensagens, mas em nenhum momento olhou para mim, está me ignorando.

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