Estaciono o carro em frente ao restaurante, do outro lado da avenida. Atravesso entre os carros parados no engarrafamento e entro no ambiente confortável e refrigerado.Avisto o gerente Carlos e me aproximo dele. O lugar está cheio, a Carla deve estar ocupada.
Marcelo: Oi Arthur. — Carla nos apresentou a um tempo atrás quando vim almoçar com ela.
Arthur: Olá Marcelo.
Marcelo: Tudo bem? — apertamos a mão um do outro.
Arthur: Tudo certo! — respondi.
Marcelo: Veio almoçar com a Carlinha? — Aqui no restaurante todos a chamam de Carlinha.
Ela odeia que a chamem de senhora, principalmente de dona Carla. Mas eu a chamo pelo nome. É muito bonito para ser trocado por um apelido.
Arthur: Sim, mas antes vou até ao escritório dela.
Marcelo: Tá bom. Pode ir, acho que ela está com a Juliette lá dentro. Enquanto isso vou dar um jeitinho de arrumar uma mesa para vocês.
Arthur: Ok!
Segui em direção ao escritório dela, quando cheguei ao corredor parei na hora quando encontrei a Juliette discutindo com um Alex muito nervoso. Impossível não escutar o que conversavam. Foi o que eu fiz, escutei:
Alex: Eu sabia que o conhecia de algum lugar. Ontem de manhã ele estava aqui em frente ao restaurante. Cansei de olhar para a cara dele naquelas fotos... Juliette deixe-me entrar nesta porra!
Que? Fotos?
Juliette: Não Alex! Ela pediu para sairmos, então temos que respeitar a decisão dela.
Alex: Juliette... Eu vou te tirar da frente dessa porta a força. — Fiquei parado próximo a eles, mas não perceberam a minha presença. Diminuíram o tom da discussão. — JULIETTE. DEIXA. EU. PASSAR. AGORA! — Me surpreendi com a voz que o babaca usou para gritar com a Juliette. Fui brutalmente surpreendido na verdade quando ele terminou de falar... — Que porra de amiga é você? Que deixa a melhor amiga trancada com um babaca que quase destruiu a vida da Carlinha? — segui a passos largos até ouvi-lo novamente: — Eu vou matar esse Lorenzo. Você escutou? E pode ter certeza que eu estarei fazendo um bem para humanidade.
Arthur: O quê? Ele está com a minha mulher aí dentro? — perguntei atônito. Eles se entreolharam e depois me olharam.
Alex: Estão. — Alex respondeu.
Juliette: Ele chegou aqui e foi entrando no escritório. — Ela disse. Eu só consigo ver vermelho. Vou arrebentar esse covarde.
Arthur: Me dê licença. — Minha voz saiu alta e dura.
Juliette: Arthur... Não posso. Ela pediu para esperarmos aqui fora. Eles estão apenas conversando. — Juliette tenta impedir que eu entre no escritório.
Arthur: Sai. Não me obrigue a tirar você à força. — Seus olhos se abriram exageradamente e ela falou:
Juliette: Quer saber? Odeio esse demônio demolidor de corações. Vou deixar vocês entrarem, mas façam valer à pena. — Ela se retirou do caminho e eu abri a porta com uma brutalidade que se esvaia da minha alma.
Quando eu era garoto, costumava descer para o playground com a Thais, minha irmã, para brincarmos no parquinho do condomínio. Até que um dia me distraí conversando com meus amiguinhos e a Thais caiu do balanço e quebrou o braço. Quando meu pai descobriu que ela havia quebrado o braço por causa da minha irresponsabilidade, ele me deu uma surra.
Enquanto me esmurrava, ele me mandava chorar e eu não conseguia. Ele dizia que só pararia de me bater quando eu chorasse, mas mesmo assim nenhuma gota de lágrima saiu dos meus olhos, mas jorraram para dentro da minha alma. Quando cansou de me esbofetear ele disse: "Você é tão ruim que nem chorar você consegue. Seu merdinha". Não sei por que me lembrei disto agora, talvez seja por que pela primeira vez depois daquele dia, sinto minhas lágrimas jorrarem para dentro de novo. Isso dói demais. É uma dor que sufoca.
Arthur: Carla? — perguntei perplexo.
Nada poderia me preparar para a cena que vi. Eles estavam se beijando. Ele segurava os cabelos dela com força para manter a boca dela grudada na dele.
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Minha Tentação 🎯
FanfictionSinopse: Carla Diaz é uma mulher linda e Apaixonada por sua profissão. Quem a ver por fora não imagina como seu coração está despedaçado. Foi abandonada pelo seu único e grande amor e carrega o fardo de um passado que a escraviza na escuridão. Apó...