Capítulo 60 :

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São 22:20h... É tomei um bolo!

Fazer o que né?! O Arthur não retornou a mensagem, não ligou pelo menos para avisar que não viria mais. Odeio esperar, se ele soubesse o quanto sou ansiosa nunca teria me feito esperar igual a uma idiota sentada nesse sofá. Sabe de uma coisa? Vou dormir. Ganho muito mais com isso.

Argh!

Troco de roupa visto minha camisola rosa de sempre. Adoro ela! Escovo os dentes, lavo o rosto. Deito em minha cama macia, fecho os olhos e procuro seguir às regras do meu psiquiatra para evitar os sonhos que me fazem acordar angustiada durante a madrugada.

Carla: Ai que saudade do meu médico gostoso! — Minha vontade é de mandar uma mensagem obrigando ele vir dormir comigo. ARGH!

Procuro não pensar em nada relacionado ao passado, penso somente em eventos ocorridos no meu presente, cotidiano no trabalho, compromissos... Até tentei mais a única coisa que pensei foi no Arthur, ele tomou espaço nos meus pensamentos.

O despertador do celular invadiu meu sonho e me arrancou do céu. Acordei, mas ainda estou de olhos fechados. Acho que voltei a dormir, não sei. Sinto duas mãos envolverem minha cintura, acariciar minha barriga e seios por baixo da camisola e um beijo quente no meu pescoço. Voltei a sonhar com o Arthur, só pode! Arthur, nome bonito, nome de homem.

Acabo pronunciando além do meu sonho e sinto seu nome escapulir dos meus lábios como se eu estivesse bêbada.

Carla: Arthur...

Arthur: Oi Pitica, estou aqui — escuto sua voz sair em meu ouvido. Chego até sentir sua respiração quente no meu pescoço. Parece tão real, acho melhor abrir os olhos, pois estou sonhando demais.

Abri os olhos espantada com a realidade do sonho. Mas o que eu vejo me mostra que não era apenas um sonho.

Carla: Homem de Deus! O que você está fazendo na minha cama? Como você entrou? — O safado sorri e abre ainda mais seus olhos.

Arthur: Calminha... Aí! Bom dia meu amor — beija minha boca com carinho.

Ainda surpresa com ele não consigo fechar os olhos para acompanhar o beijo. Ele está só de cueca boxer branca é muito abusado esse gostoso.

Carla: Bom dia! — Consigo falar. — Agora explique como invadiu meu apartamento.

Arthur: Não invadi o seu apartamento. Você é minha namorada, namorados não invadem apartamentos

Oh Deus! Tenho um namorado e não estava sabendo.

Arthur: Ontem tive uns contratempos, fiquei até tarde conversando com o Rodolffo e acabei saindo tarde da casa dele. Fui direto para meu apartamento, mas não consegui dormir sem você, meu corpo acostumou com o seu. Aí... Decidi resolver minha insônia, vim parar na sua porta, mas você não atendia o merda do celular e nem a campainha, fui obrigado a descer até meu carro e pegar um instrumento cirúrgico e abri a sua porta. Pode ficar tranquila a porta não sofreu danos. Amor foi tão fácil! — sorriu tão travesso.

Carla: Você arrombou a minha porta? Seu louco...

Arthur: Louco por você — ele me abraça mais forte e me beija com carinho. — A culpa é sua, Feiticeira. Você tem que me ensinar ao menos a dormir sem você, por que viver eu não consigo mais — suas palavras são diretas e me deixaram sem reação.

Carla: Ah Arthur, você é tão... Especial. — Ele fica encarando meus olhos com uma expressão tão carinhosa que meu ventre chega a contrair. Uma pessoa fácil de amar, carinhoso... Ai Céus! Será? Será que estou ficando apaixonada por ele?

Fecho os olhos para desfazer os pensamentos, quando os abro o Arthur está olhando para o papel de parede acima de nossas cabeças, fazendo um esforço para olhar, mas está concentrado e com os olhos fixos na foto que Lorenzo e eu estamos nos beijando. Toco em seu rosto e o seguro forçando-o a olhar para mim.

Carla: Ei? — falo. — Apesar de ter aberto a minha porta igual ao James Bond, amei acordar ao seu lado — aquiesceu e continuou olhando para as fotos. Ah meu Deus! — Arthur... — Ele interrompe quando começo a falar.

Arthur: Desculpe! É estranho ver essas fotos acima da minha cabeça — sorriu. Não sei o que dizer para ele. — Odeio ver esse cara beijando você.

Seguro as lágrimas com todo o meu controle. Desvio o olhar dos seus olhos e fito o teto.

Arthur: Ei, olha pra mim, não foge — ele segura meu queixo em direção ao seu rosto e obriga-me a olhar em seus olhos. — Carla, eu sei que você sofre por alguma coisa, ainda não sei exatamente do que se trata, mas tenho certeza que envolve esse homem da foto. Sabe qual foi o primeiro detalhe que percebi em você? — pergunta concentrado no meu rosto.

Meus olhos estão pegando fogo. Se ele continuar vou explodir em lágrimas.

Arthur: Seus olhos são lindos, mas estão sem brilho, parecem tristes. Esses mesmos olhos que vejo aqui na minha frente não são os mesmos daquela foto ali — ele aponta para a foto onde estou sorrindo ao lado de Lorenzo e Lucas.

Fecho meus olhos com força e ele continua falando sem parar. Escuto cada palavra com atenção e tudo que ele fala me afeta de uma forma que me desestabilizou.

Arthur: Foi isso que percebi — ele termina a frase. Pelo que entendi, ele disse que meus olhos são tristes. — Não sou o tipo de homem coadjuvante, aceito apenas ser o principal. Odeio ficar às escuras, não suporto mistérios e surpresas. Quero que saiba que por você, só por você, terei paciência e esperar o seu tempo. Espero que não demore muito, pois isso poderá refletir na nossa relação futuramente. Quando estiver pronta para conversar sobre tudo que se passa nessa cabecinha e nesse coração, espero que me conte tudo sem omissões. Entendeu? Em quanto isso, estarei aqui ao seu lado te esperando.

Escutei tudo quieta e de olhos fechados, até tentei, mas minhas lágrimas saíram livremente, não consegui ser forte e mais uma vez choro na frente dele. Nem sei por que estou chorando.

Arthur: Carla... Desculpe! Eu não pretendia fazê-la chorar — minhas lágrimas saíam copiosamente e eu suspirava como uma criança. — FODA! Não consigo vê-la chorar. Desde a primeira vez que a vi perdida e chorando depois de sair da boate, não consigo te esquecer — limpa minhas lágrimas com os dedos.— Meu anjo não suporto ver você chorar. Por que você chora tanto?

Senta na cama e me puxa para seus braços e procura minha boca com uma necessidade inexplicável. Correspondi na mesma precisão e intensidade. Beijamo-nos sem pressa, lentamente como se não existisse nada nos esperando lá fora.

Arthur: Você desperta um instinto de proteção em mim que nunca tive antes, sinto um desejo enorme de cuidar de você — me abraça ainda mais e cola nossos lábios de novo, mas mantemos nossos olhos abertos e fixos um no outro. Ele pisca algumas vezes parecendo estar confuso com tudo isso e fala: — Eu... Eu sinto medo. É até um pouco difícil de explicar isso tudo, mas tenho medo de sofrer, tenho medo de não ser correspondido, medo desse sentimento todo, esse negócio que sufoca meu peito toda vez que penso em você. Isso não é normal, não é? Se não for pode me internar, pois certamente estou com o juízo danificado — quanto mais ele falava, minhas lágrimas desciam. Ele solta sua respiração quente e pesada no meu pescoço.

Arthur: Estou louco por você — sussurrou tão baixo que a frase saiu inaudível, suficiente para nós dois escutarmos. — Por favor, Carla, não demore muito tempo perdida. Já te encontrei, agora permita que eu cuide de você.

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