Capítulo 50 :

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Meu celular toca.

Rodolffo: Fala Cara!

Arthur: Oi Rodolffo. Tudo beleza? — pergunto destravando o alarme do carro e abrindo a porta.

Rodolffo: Mais ou menos.

Arthur: Ah é? O que houve? — sento do banco, coloco o cinto de segurança e dou partida no carro.

Rodolffo: Porra! Você sabe o meu problema, Arthur você precisa iniciar nosso plano. Está entendendo bixo?

Arthur: Estou Rodolffo — coloco o celular no viva- voz e continuo a falar. — Rodolffo sei que precisamos dar início, pois o tempo é limitado e curto, mas, não sei exatamente como iniciar — falo a verdade.

Rodolffo: Mano... Eu sei exatamente como iniciar tudo. Você pelo menos pensou no assunto?

Arthur: Não tive tempo. Terminei agora uma cirurgia complexa, não estou com cabeça para este assunto — não estou mentindo.

Rodolffo: Então... Você sabe do que preciso. Vou deixar em suas mãos para dar início ao plano.

Arthur: Cara, só você para me fazer levar isso adiante. — Não tenho opção.

Rodolffo: Mano... O tempo está passando, imploro que comece isso para ontem.

Arthur: Valeu Rodolffo! — desligo sem me despedir. —Droga! Droga! Droga! — vocifero dando murros no volante.

Estaciono meu carro no subsolo, subo direto para minha cobertura. Digito o código fatídico que trocarei em breve.

A porta se abre, eu entro, sigo em direção ao meu quarto. Livro-me da calça, blusa, meias, sapatos. Entro no banheiro e abro a ducha, e não espero a água aquecer. Tomo um banho relaxante e demorado. Saio apenas com uma toalha enrolada abaixo da cintura, entro no meu closet e escolho um jeans escuro e uma blusa de manga longa clara, sapatenis preto de couro. Me visto rápido, passo os dedos entre os cabelos, borrifo o perfume de sempre. Dou uma olhada no espelho. Deveria ter me barbeado, mas, não tive tempo. Hum... Pareço normal, isso é o que importa.

Sigo para a cozinha, abro o meu refrigerador moderno de duas portas.

Arthur: Hum... — vejo que a Vivi fez o empadão de frango com azeitona e catupiry que eu ADORO, mas, ficará para depois. Encho um copo de água, bebo tudo em poucos goles. — Ahhhh... Que sede! — Sinto meus dentes sensíveis depois de escová-los. Nossa essa doeu! — Tenho que ligar para Rafaela. Foda! Isso é uma loucura — disco o novo número dela e espero...

Rafaela: Alô. — Uma voz melosa e fina invade meus tímpanos.

Arthur: Alô! Tudo bom? — pergunto receoso.

Rafaela: Sim. Quem está falando? — Não reconheceu a minha voz.

Arthur: Hum... Não lembra mais da minha voz?

Rafaela: Ah! Meu noivinho lindinho. Estou de volta! Enviei vários e-mails essa semana para você, mas não retornou nenhum deles. Estava decidida a visitar você pessoalmente em sua clínica. — Deus me livre! — Como você está? Por que você sumiu e não me avisou antes? Fiquei tão preocupada príncipe.

Odeio mentir, mas, está sendo necessário. Na verdade até comemorei quando os pais dela disseram que ela havia viajado e ficaria fora por um ano. Dei o noivado por encerrado a partir daquele momento, essa merda nunca existiu de verdade, foi um contrato sem papéis entre nossos pais.

Rafaela: Vejo que não conseguiu me esquecer. Sempre soube que você me amava, mas, não conseguia demonstrar isso. Mas, respondendo à sua pergunta, eu precisava relaxar e descansar, depois de perder nosso bebê.

Até hoje não acredito que fiz um filho nessa mulher. Só acreditei depois de olhar os exames e as ultrassonografias.

Arthur: É... Rafaela nunca te esqueci.

Rafaela: Então, podemos nos ver hoje? — pergunta ansiosa.

Arthur: Hoje não, mas amanhã passo no apartamento dos seus pais às 19h. — Quanto mais cedo melhor.

Rafaela: Combinado Gato! Até amanhã! — Desligo sem me despedir.

Sigo direto para o apartamento da Carla, entro sem problemas em seu condomínio, pois o mesmo porteiro de sábado passado garantiu a minha entrada. Toco a campainha duas vezes. Escuto-a dizendo que já vem.

Espero pacientemente até sentir a maçaneta se mexer. Meu coração acelerou descompassadamente, se eu fosse hipertenso ou fosse portador de alguma insuficiência cardíaca, provavelmente morreria neste momento.

Antes que a porta seja aberta, o cheiro... Aquele cheiro ilícito que me faz perder a minha sanidade. Entra diretamente na minha corrente sanguínea, mais rápido do que as anestesias que utilizo antes das cirurgias.

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