Capítulo 133 :

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O salão é enorme, seguido de uma varanda gourmet, onde estão poltronas estilo vintage. O ambiente por si só, já me enviou a mensagem, dizendo que a mãe dele não é muito moderna, talvez um pouco rústica.

Fomos até a varanda que destoava da decoração da sala, sendo mais moderna em relação à decoração. Arthur cumprimentou algumas pessoas que estavam conversando e bebendo vinho e uísque. Aproximamos de um senhor com cara de poucos amigos, que estava sentado em uma poltrona de couro branca, segurando um copo com uísque.

Xxx: Boa noite — Arthur olhou para o copo que o senhor segurava, e balançou a cabeça reprovando-o.

Arthur: Boa noite — disse olhando para o Arthur. A voz rouca e grossa, quase inaudível. Desviou dele para mim. Confesso que gelei quando sua voz foi dirigida em minha direção.

Xxx: Boa noite.

Carla: Boa noite! — respondi oferecendo o meu melhor sorriso.

Arthur: Sua benção, pai — Arthur se curvou e beijou a mão do senhor, que agora sei que é o seu pai. Embora, ele seja um pouco mais velho está elegante em um blazer preto, calça preta e blusa azul escuro. Procurei semelhanças entre ele e meu noivo, mas não encontrei nada.

Xxx: Deus te abençoe — o senhor respondeu.

Arthur: Pai, essa é a minha noiva — Arthur olha para mim e sorri. — Ela se chama Carla Diaz

Xxx: Prazer José Picoli — ele diz o nome com uma arrogância, como se fosse um rei. Apertou a minha mão com força, cheguei a contorcer o meu rosto.

Carla: Prazer — falei baixo.

José: Quando você ficou noivo?

Arthur: Sexta-feira de madrugada. Que louco, não? — riu, mas o pai dele continuou com a expressão arrogante.

José: Dessa vez você me surpreendeu — terminou de falar e desviou o olhar para um dos empregados e fez sinal com a mão para que viessem servi-lo, nos ignorando. Meu sorriso se desfez e eu não entendi a indiferença dele em relação ao Arthur.

Arthur: Não sirva. Ele não pode consumir álcool. Todos vocês sabem que ele não pode mais beber — Arthur repreende um funcionário que servia o uísque ao Sr. José.

José: Prepotente! Se meta na sua vida. Eu não preciso de mais um médico cuidando da minha vida — o Sr. José disse quase aos gritos olhando para nós.

Afastamos um pouco, Arthur olhou para mim com o rosto vermelho e o cenho franzido e disse:

Arthur: Ele é assim mesmo — abracei-o e dei um beijo carinhoso em seu rosto vermelho.

Carla: Tá bom, mas eu preciso de um médico — disse no ouvido dele.

Arthur: Você quer brincar de médico comigo?

Carla: Quero — disse e ele balançou a cabeça. Tenho certeza que imaginou o que faria comigo.

Arthur: Vamos até o quarto da minha mãe?

Carla: Melhor esperarmos ela aqui. Você não acha? — perguntei. Confesso que eu estou um pouco intimidada com tanta polidez do ambiente e do meu futuro sogro.

Arthur: Vamos, vem... Ela está nos esperando — ele me conduz pelo imenso salão.

Seguimos por um corredor pouco iluminado com cheiro de cera incolor, meus saltos ao entrar em contato com a brilhante tábua corrida, liberavam um ruído estridente. Passamos por umas seis portas cor de tabaco. Segurei com firmeza a mão do Arthur, para me guiar, pois o ambiente estava escuro. Paramos de frente para uma porta dupla. Meu coração disparou descompensado e minhas mãos ficaram trêmulas.

Essa palavra sogra me causa um desconforto, me fez relembrar a minha ex-sogra, a mãe de Lorenzo. Ela era um ser humano desprezível, sempre que podia me ofendia com palavras preconceituosas. Como eu odiava aquela bruxa. Ela nunca aceitou o meu relacionamento com o seu filho, a opinião dela foi primordial para fazer o Lorenzo se afastar de mim. Ainda bem, que me vi livre daquela preconceituosa, intrometida e superprotetora. Não admitia e aceitava que o filho era apaixonado por mim, uma brasileira.

Arthur: Mãe? — Arthur bate levemente na porta enorme.

Xxx: Entre meu príncipe — uma voz meiga e fina invadiu os meus ouvidos.

Arthur encarou-me com um sorriso lindo nos lábios. Deu uma piscadela com o olho direito e disse:

Arthur: Ainda nervosa? — Aquiesci, mas sorrio para amenizar o nervosismo.

O que poderia acontecer? Nada demais. Talvez ela não goste de mim, ou goste muito de mim. Ainda bem que ela também é brasileira. Entramos, Arthur colocou o braço em volta da minha cintura e um sorriso lindo nos lábios. Ele parece estar feliz demais.

Xxx: Ora, Ora, Ora! Ela é linda!

Arthur: Mãe, essa é a Carla Diaz.

Xxx: A loirinha que roubou o coração do meu príncipe. — Meu coração parece que vai rasgar o meu peito, e sair à procura de um abrigo mais calmo e corajoso.

Carla: Oi, boa noite! — Minha voz entrega o meu nervosismo. Pareço uma mulher com a voz de uma menina de cinco anos.

Levantou-se de uma penteadeira espelhada, com inúmeros produtos expostos sobre ela, se aproximou de nós dois. Ela é mais alta do que eu, esguia e morena. Seus olhos são castanhos, acompanhados de sobrancelhas espessas minuciosamente delineadas.

Xxx: Prazer Carla Diaz, sou a mãe desse príncipe. Beatriz Picoli. — E agora? A chamo como? De Dona Beatriz ou só de Beatriz?

Carla: Prazer, Sra. Beatriz — ofereci a minha mão, mas ela me surpreendeu com um abraço e dois beijos no rosto.

O cheiro dela é suave e sua pele é macia. Ela se afastou um pouco para olhar diretamente em meus olhos. Sorrio com a sua empolgação e concluí que ela não poderia ser tão malvada assim.

Beatriz: Então foi você que deixou meu príncipe dormindo na porta do seu apartamento há alguns dias atrás?

Meu sorriso congelou e meus olhos arregalaram automaticamente. É para responder a ela, que eu sou essa malvada que fez com que ele dormisse sentado em um capacho, encostado na porta de meu apartamento? Bom, acho que devo responder. Aquiesci ainda um pouco aturdida.

Beatriz: Não faça nunca mais isso com ele. Quando o Rodolffo disse isso, custei a acreditar, mais quando a Vivi disse que o Arthur não estava bem, aí sim acreditei.

Meu Deus! Rodolffo é um fofoqueiro e Vivi uma linguaruda.

Carla: Desculpe, não foi a minha intenção — resolvi falar e reverter essa imagem.

Arthur: Foi sim, mãe. Ah! Já ia esquecendo, ela me agrediu também. — Minha cabeça ganhou vida própria e girou sozinha para encarar o Arthur. — Amor, você me agrediu. — Sua voz ganhou um timbre divertido, mas eu ainda estava envergonhada.

Carla: Arthú... — sussurrei quase chorando. Ele está de brincadeira?

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