Capítulo 170 :

1.6K 99 30
                                    

Bônus+

Três semanas se passaram e a polícia ainda não havia encontrado nenhuma pista sobre o paradeiro dos Campelo. Espero que os encontre logo e essa loucura toda tenha um fim. O dinheiro ainda não foi estornado para a empresa. Rodolffo disse que o advogado que está cuidando do caso, afirmou que em breve será devolvido.

Ultimamente Rodolffo anda estranho, calado, rejeita as minhas ligações, estou começando a pensar em várias coisas ao mesmo tempo, tentando justificar esse afastamento repentino dele. A última vez que ele se comportou dessa maneira foi quando... Não, realmente não. Sem chances e possibilidades para isso acontecer de novo. Acho que a justificativa para esse comportamento dele é por causa do novo contrato que conseguiu. Ele disse que as coisas não andaram como queria, então foi obrigado a dividir o contrato, fechando uma parceria com uma multinacional russa para sua execução. Espero que tudo dê muito certo para ele e a empresa. O telefone fixo em minha mesa toca e atendo:

Sofia: Dr. Arthur, o seu amigo o aguarda na linha de espera.

Arthur: Por que ele não ligou para o meu celular?

Sofia: Não faço a mínima ideia Doutor — Sofia fala como se ela não o conhecesse.

Arthur: Pode transferir a ligação, Sofia.

Sofia: Dr. Arthur depois posso ir até a sua sala para conversarmos?

Arthur: Claro. Aconteceu alguma coisa Sofia?

Sofia: Não. Não aconteceu nada.

Arthur: Ok. Transfira a ligação, por favor — escuto o sinal sonoro da transferência e aguardo. — Oi Rodolffo.

Rodolffo: Oi Cara.

Arthur: Tudo bem? — pergunto, mas ele demora de responder. — Rodolffo?

Rodolffo: Está tudo certo mano.

Arthur: Que milagre é esse, você ligando para o telefone da clínica?

Rodolffo: Eu tentei ligar para o seu celular, mas caiu na caixa postal — peguei o meu celular, olhei para o visor e vi que ele está ligado e com a rede funcionando normalmente.

Arthur: Você sumiu, quase não tem ligado. O que está acontecendo? — perguntei

Rodolffo: Não é nada Arthur. Estou ocupado projetando a infra- estrutura do local onde iniciaremos as construções na Rússia. Isso está tomando o meu tempo integralmente.

Arthur: Tudo tem o seu lado positivo, depois que essa carga inicial das obras passarem, você vai relaxar e ficar mais calmo — falo tentando confortá-lo.

Rodolffo: Arthur... Às vezes sinto uma vontade de jogar tudo para o alto e sumir para outro mundo. Sei lá, é muita pressão. Eu não estou dando conta desses contratos sozinho. Preciso encontrar um investidor com cacife e vender parte da empresa. Se não o inevitável, vai ser tão óbvio que não restará nada da Picoli Engenharia. Estou esgotado e sozinho. Seu José é cabeça dura, disse que não aprova a parceria que consegui fechar com essa multinacional russa — escutei com atenção. Não sei como ele ainda pede opinião ao meu pai, sabe que ele tem a cabeça fechada para se adaptar a novas ideias e realidades.

Arthur: Rodolffo, o seu tio, não está em condições de opinar em nada. Você não precisa pedir permissão a ele para tomar atitudes.  Esqueceu que repassei as minhas cotas para o seu nome, fazendo você o presidente da empresa?

Rodolffo: Ele contratou um advogado auditor para se infiltrar dentro da empresa, e acabou descobrindo que você abriu mão das suas ações. Ficou possesso, disse que eu e você queremos passar a perna nele. Olha só o que ele pensa de nós dois! Isso me desanimou muito. Ele disse que a sua obrigação era devolvê-las a ele, e ele sim decidiria a quem atribuiria as ações. Entendeu?

Minha Tentação 🎯Onde histórias criam vida. Descubra agora