Capítulo 157 :

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Recolho as minhas coisas de cima da mesa e guardo na bolsa, confiro à hora, pego um projeto que o Alex deixou para eu ler com atenção e saio do escritório.

Carla: Oi Marcelo!

Marcelo: Oi Carlinha.

Carla: Marcelo, eu e Alex estamos pensando em contratarmos um subgerente para ajudá-lo. Graças a Deus a cada dia nossa lista de clientes assíduos aumenta, porém o número de funcionário deverá seguir o mesmo trajeto. Eu preciso de uma lista com o nome dos funcionários, indicados por você para assumir os cargos de subgerente, atendentes, auxiliar de serviços gerais e dois ajudantes de cozinha.

Marcelo: Está bem! Vou pedir a agência de empregos e RH que contratamos para providenciar os melhores profissionais — aquiesço.

Carla: Quanto ao cargo de subgerente, quero que seja indicado diretamente por você.

Marcelo: Perfeito, Carla. Até o final desta semana estaremos com todos os cargos ocupados — me despeço dele e corro para a minha consulta com o psiquiatra.

Depois de uma boa conversa com o Dr. João Pedro, sigo para o atelier da costureira que a Dona Beatriz indicou-me.

Xxx: Boa tarde! — a recepcionista do atelier me saudou.

Carla: Boa tarde! Tenho horário marcado com a Rosana.

Xxx: Qual é o nome da senhorita? — perguntou-me enquanto abria uma agenda lilás.

Carla: Carla Diaz.

Xxx: Sim, ela está aguardando por você. Pode entrar — ela mostra uma porta ao lado do balcão. Entro e encontro uma senhorinha idosa, fazendo apliques de pérolas em um vestido branco.

Carla: Boa tarde! — Ela levanta o olhar e me fita sem parar de costurar. Eu já teria enfiado a agulha na minha mão, se fizesse isso.

Rosana: Oi bonequinha — sorrio ao ouvi-la me chamar de bonequinha.

Ela me mostrou um catálogo da coleção primavera verão, com diversos modelos de vestidos, incluindo os de noivas. Ajudou a decidir sobre o modelo ideal para o meu corpo e ocasião. Expliquei a ela que meu casamento será simples e praticamente teremos a praia em nosso quintal.

Rosana: De uma olhada nesse catálogo de acessórios. Olhe, temos vários modelos de tiaras e coroas de flores.

Carla: São lindos! Olha essa aqui — mostrei a ela. — Perfeita. Perfeita. Perfeita.

Rosana: Vai combinar com o seu vestido — ela diz ao olhar a imagem do catálogo.

Carla: Eu sou apaixonada por plantas e flores. A senhora pode encomendar essa coroa de flores azuis? Vai combinar com a gravata azul do meu noivo. — ela anota no mesmo rascunho onde escreveu as minhas medidas. — Olha a foto do meu noivo. — coloquei o meu celular na mão dela. Ela ajeitou os óculos no rosto e olhou para a tela do celular.

Rosana: Meu Deus!

Carla: É eu sei... Ele é um gato.

Rosana: Ochenteee... Parece até um modelo — sorrio.

Carla: Pois é!

Rosana: Olhe só esse rostinho. Aumenta essa imagem menina! — ela me pediu totalmente interessada em ver com mais nitidez o rosto do Arthur. — MORRI! Que homem bonito! Benza Deus! Para eu conseguir um igual a esse, só na próxima reencarnação.

Carla: Obrigada! — Eu fico orgulhosa quando as senhoras o acham bonito. Apenas as senhoras.

Despedi-me da senhora simpática, ela disse que daqui quinze dias o meu vestido estará pronto, e terei que retornar para fazer os ajustes finais. Entrei no carro, liguei o ar-condicionado e disquei o número da Juliette.

Carla: Alô!

Juliette: Oi — sussurrou baixinho.

Carla: Tudo bom? Sua voz está estranha.

Juliette: Ai amiga, estou precisando de colo — respirei fundo para me preparar e consolá-la. — Falou com ele, amiga? Tudo que eu te pedi? — Ela pergunta ansiosa.

Carla: Conversei com ele, Juliette. Mas não quis me meter muito nesse assunto. O Felipe é tímido e reservado, porém decidido — ela grunhiu ruidosamente. — Você está onde? — pergunto.

Juliette: Na porta do seu restaurante. Eu preciso ver o Felipe, ele não atende as minhas ligações e me proibiu entrar na quitinete que ele mora. Amiga, estou me humilhando para ele, não estou bem. Eu peguei essa doença de você, que está toda apaixonada pelo Arthur.

Carla: Juliette... Ele está magoado. Eu achei que você tivesse me contado toda a história que houve entre vocês dois.

Juliette: Amiga eu fiz uma burrada, mas estou aqui pronta para me humilhar aos pés dele. Será que isso não basta?

Carla: Não sei o que você fez, antes de dar a minha opinião, precisarei entender o que realmente aconteceu, Juliette.

Juliette: Você passou essa doença para mim, só pode! Meu coração dói muito, parece estar machucado. Eu quero o meu anjo de volta, Carlinha! — Levei um susto quando bateram no vidro do meu carro. Estava distraída e não havia percebido que tinha um carro querendo estacionar onde eu estava com o carro parado.

Carla: Espere na linha, estão batendo no vidro do meu carro — abaixo o vidro e tenho uma surpresa desagradável.

Xxx: Porra! Vai ficar duas horas para liberar a vaga? Eu quero estacionar — ela fala com arrogância e sem nenhuma educação.

Carla: Pois não, Rafaela — ela não me reconheceu de imediato.

Rafaela: Cozinheira do bandejão popular! Bom encontrar você por aqui — ela olha o meu carro e arregala os olhos e as mucosas anêmicas ficam expostas. Ela deve estar com anemia profunda, só pode, pois está mais pálida do que nunca. — Deu o golpe direitinho, parabéns! — ela bate palmas e gargalha.

Fico em silêncio aguardando o espetáculo terminar.

Carla: Acabou? Se sim, me dê licença — tento levantar o vidro, mas ela impede atravessando o braço magricelo e apoiando-o sobre vidro.

Rafaela: Ai...

Carla: Você é louca? Qual é o seu problema comigo? — pergunto já sem paciência.

Odeio brigar, pois eu me conheço e posso me descontrolar a qualquer momento e junto do meu descontrole chega à agressividade. Que droga! Eu só quero viver em paz na maior passividade.

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