Capítulo 80 :

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Carla: Oi amor — me faz um bem escutá-la me chamando de amor. Eu já amo essa mulher. Preciso que ela esteja ao meu lado todos os dias, já sou seu prisioneiro.

Arthur: Carla... Está tudo bem? — Claro que não, mas ela ainda não sabe.

Carla: Sim, quer dizer, tirando uma louca que ligou para meu celular e me desferiu ofensas sem nem me conhecer, tirando isso, o resto está tudo bem.

Aquela louca não está blefando. Se ela se aproximar da Carla, não sei o que seria capaz de fazer com ela.

Arthur: Não atende nenhuma ligação de número diferente. Escutou? — Ela percebeu meu desespero, não quero magoá-la. Logo agora que começamos a nos entender e a confiar um no outro. Depois de ela conseguir me contar partes de sua vida e dizer que está apaixonada por mim. Ela precisa de mim.

Carla: Sim Arthur. Mas o que aconteceu? Você está nervoso demais. — Preciso ir até ela e explicar toda essa merda.

Arthur: Você confia em mim? — Minha voz sai ruidosamente e meu desespero sobressaiu com certeza.

Carla: Você está me assustando. O que aconteceu Arthur? — Gostaria de dizer a ela que nada está acontecendo. Não quero magoá-la e nem deixá-la preocupada. Preciso ouvi-la dizer que confia em mim.

Arthur: Carla... Você acredita e confia em mim?

Carla: Meu amor, eu confio em você. Agora por favor, me diz o que está acontecendo. Você está muito nervoso e estranho.

Eu nunca disse essas três palavras antes, nem mesmo para minha mãe. Sempre fui comedido, sempre fugi de relacionamentos, odiava rotinas, cobranças. Mas agora, sinto um afago no peito só de pensar em não poder ter mais ela. Como pode existir esse tipo de sentimento e eu nunca tê-lo sentido antes? É diferente de tudo que eu já provei. Sua voz melosa, seu sorriso, seu biquinho, seu corpo, tudo me atrai. Eu estou amando essa mulher, mesmo com seus medos e tristezas.

Arthur: EU TE AMO. — Será que quando dizemos essa frase a uma pessoa, devemos justificá-la antes? Não sei nem como agir perante tudo isso, mas ela precisa saber o que sinto e acreditar nos meus sentimentos. São verdadeiros. Ela está muda, só consigo escutar sua inspiração e expiração.

Sei que sente o mesmo por mim, mas ainda não sabe. Meu amor, você não sabe a quantidade de amor que estou acumulando no meu peito por você.

Carla: O que está acontecendo? Responde, por favor! — Não consigo falar mais nada pelo telefone, preciso explicá-la tudo e fazer com que confie em mim.

Arthur: Estou indo buscar você. Quando estivermos juntos, conversaremos.

Carla: Arthur?

Arthur: Oi — senti uma contração mais intensa no meu coração, estou com muito medo dela não compreender e achar que a traí. Não! Isso não irá acontecer.

Carla: O que você acabou de me falar é verdade? — fechei meus olhos tentando encontrar uma forma de me acalmar, antes de responder um grunhido escapou dos meus lábios.

Arthur: Sim Carla. Eu te amo e preciso que acredite em mim.

Carla: Eu também. — Eu também? Eu também te amo? Ela encerrou a chamada.

Saio da clínica, da mesma forma que cheguei, sem me despedir de ninguém, Sofia está desmarcando todas as avaliações e consultas. Quando passo pela recepção ela me chama, mas eu apenas fiz sinal com a mão, indicando que não. Eu preciso da minha mulher. Quero-a agora. Entro no meu carro e saio igual a um desesperado. O restaurante dela fica próximo a minha clínica, mas o congestionamento, torna-os distantes.

Arthur: Fala sério! Para que tanto semáforo?

Apesar do tráfego não estar fluindo muito bem, mesmo assim consegui chegar o mais rápido possível, mas assim que encosto o meu carro, avisto a Carla entrando em um táxi na pista sentido contrário. Até eu conseguir fazer o retorno não a alcançarei. Tenho certeza que a Rafaela fez o que prometeu fazer. Carla parecia estar fugindo.

Arthur: Não! Essa puta me paga.

Tento o celular dela, mas está desligado. Estou de mãos atadas, nesse engarrafamento, sem poder fazer nada. Envio uma mensagem a ela, mas não responde e nem visualiza. Ela desligou o celular. O que está passando em sua cabeça? Eu preciso encontrá-la.

Depois de uma hora parado no engarrafamento, decido mudar o rumo e sigo para meu apartamento. Quando chego vou direto tomar um banho para refrescar a cabeça. Assim que termino de me arrumar sigo direto para o apartamento dela. Os porteiros já até me conhecem, entro no condomínio e estaciono meu carro na vaga para visitantes. Quando chego a sua porta, toco a campainha insistentemente, mas parece que ela não está lá dentro.

Tento ligar, enviar mensagem e nada. Lembrei que o Rodolffo ficou muito amigo da Juliette que também é amiga da Carla. Ligo para ele.

Arthur: Rodolffo eu preciso do número do celular da Juliette, amiga em comum entre você e Carla.

Rodolffo: Você que o número dela para quê?

Arthur: Preciso encontrar a Carla, ela sumiu. Não atende às minhas ligações e não está em seu apartamento.

Rodolffo: A Rafaela cumpriu a chantagem?

Arthur: Sim — solto todo ar dos meus pulmões.

Rodolffo: Você gosta mesmo dela, não é?

Arthur: Não. Eu a amo.

Rodolffo: Cara... Estou perplexo! Vivi por longos trinta e três anos para te ver louco de amor — ele ri, mas não vejo graça no que acabei de falar. — Desculpe! Sou insensível, mas vou tentar me acostumar com a realidade: meu mano, amando.

Arthur: Me passa o número dela, preciso que ela me diga onde a Carla está.

Rodolffo: Deixa que eu ligo. Você está muito nervoso.

Arthur: Okay! — desligamos. Até dizer essa palavra faz me lembrar dela. — Feiticeira, não me deixe!

Desisto de tocar a campainha e acabo sentando no chão e encosto minha cabeça na porta, fecho meus olhos e repasso todos os nossos momentos juntos, desde a primeira vez que a vi. Quando tirou o chapéu para me mostrar que seus cabelos não eram pretos, seu olhar retraído quando nos vimos pela primeira vez, seu olhar perdido naquela boate, seu cheiro que se tornou uma droga para mim, nosso primeiro beijo.

Carla... Não faz isso comigo.

Meu celular vibra.

Arthur: Oi Rodolffo.

Rodolffo: Mano, a Ju não está conseguindo falar com ela e não tem ideia de onde ela possa estar.

Arthur: Será que ela está com... O Alex? — Só de pensar nessa possibilidade, sinto um gosto amargo na boca.

Rodolffo: Algum ex-namorado? Ex-foda? Ex-noivo, Ex-marido?

Arthur: Da para você parar de fazer piada com tudo?

Rodolffo: Desculpe cara! Só quero deixar o clima menos pesado.

Arthur: Alex é um amigo. Você o conhece. É o sócio dela.

Rodolffo: Hum... Sei um loiro pintoso e musculoso?

Arthur: Rodolffo? Você já se decidiu quanto à sua opção sexual? Às vezes, eu acho que você ainda está indeciso quanto a isso.

Rodolffo: Arthur você leva tudo para outro lado. Fala sério! Só quero ajudar encontrar a minha cunhadinha gostosa.

Arthur: Menos, menos. Okay? Você pode ligar de novo para a Juliette e pedir para ela te dar o número do Alex?

Rodolffo: Tá bom. Já te retorno.

Se a Carla estiver com aquele otário, não sei qual será a minha reação em relação a isso. Acho que ela não seria capaz... Ou, se bem que quando eu apareci em sua vida, ela e esse Alex, tinham uma espécie de amizade com benefícios. Passo as duas mãos entre meus cabelos, não quero pensar nisso.

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