Capítulo 186 :

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Disquei o número do Ricardo e pedi para que ele subisse. Antes que ele tocasse a campainha, eu já estava abrindo a porta para que ele entrasse.

Arthur: Sente-se Ricardo — ele sentou e abriu a pasta de couro que carregava os documentos. — Precisarei assinar algum documento?

Ricardo: Sim — mostrou e tratei de assinar logo, antes que meus pais chegassem à sala.

Arthur: Ricardo, explique a eles o porquê da necessidade dessa procuração. Tenho que ir ao hospital, qualquer coisa me liga.

Ricardo: Certo. Assim que eu alterar as documentações referentes para a devolução do dinheiro, entrarei em contato com você. Fique despreocupado quanto a isso, sei exatamente como proceder.

Arthur: Confiamos em você.

Ricardo: Quando o Rodolffo abrir os olhos, todo o dinheiro estará na conta bancária da empresa.

Arthur: Assim eu espero — nos despedimos e eu o deixei sozinho aguardando os meus pais.

Cheguei ao hospital, ainda bem que a recepcionista simpática e compreensiva ainda estava atrás do balcão. Ela sorriu ao me reconhecer antes mesmo de aproximar-se dela.

Xxx: Ainda é bom dia — ela disse sorrindo. — Pelo visto o senhor não descansou.

Arthur: Descansei um pouco. Bom dia! — falei em um tom mais baixo. — Como ele está? — perguntei.

Xxx: O médico plantonista do dia está no CTI. Vou ligar e perguntar, só um instante. Alô. Oi, sou eu meu amor. Como o paciente Rodolffo Matthaus está? — Provavelmente ela está falando com o seu esposo que é técnico em enfermagem do CTI. — Certo. Daqui a pouco retornarei a ligação — ela desligou o telefone e me encarou com um sorriso discreto nos lábios. — Ele está evoluindo. O inchaço causado pelo traumatismo no crânio diminuiu consideravelmente, a pressão arterial dele está adequada dentro dos padrões em que ele se encontra.

Arthur: Obrigado.

Xxx: De nada senhor.

Arthur: Será que o médico poderia falar comigo? Eu gostaria de saber com mais exatidão sobre a evolução dele.

Xxx: Aguarde um pouco, assim que ele deixar o CTI pedirei ao meu esposo para informar que o senhor está o aguardando.

Arthur: Obrigado de novo — sorrio e afastei-me, sentei em uma das cadeiras da recepção geral do hospital.

Peguei o meu celular e digitei uma mensagem para a Carla e minha mãe.

"Ele está evoluindo."

Aproveitei e liguei para a clínica, pedi à recepcionista que está substituindo a Sofia, para desmarcar toda a minha agenda até a próxima semana. É difícil pensar nisso e aceitar, mas eu e Carla teremos que desmarcar o nosso casamento também, mesmo que acontecesse um milagre e o Rodolffo acordasse agora, ele não poderia estar presente em nosso casamento. Ela ficará triste, mas será por uma causa relevante.

Meu celular vibrou ainda em minha mão, li no visor: Dr. Ricardo.

Arthur: Oi.

Ricardo: Arthur tenho boas notícias.

Arthur: Fale!

Ricardo: Seus pais assinaram a procuração, mas a melhor notícia do dia não é essa. Aquele velho picareta foi encontrado morto dentro de um hotel hoje de madrugada, mas a informação chegou até o investigador somente agora.

Arthur: Ele foi assassinado?

Ricardo: Não, eu acho que ele teve um ataque cardíaco.

Arthur: Que vá direto para o inferno. E a Rafaela?

Ricardo: Os funcionários do hotel disseram que a filha dele pediu o jantar e logo depois precisou sair. Mas antes passou pela recepção e pediu para que auxiliassem o pai dela, pois ele não estava se sentindo muito bem e ela precisava sair para resolver algumas coisas. Disse que no dia seguinte estaria de volta. Ou seja, ela irá voltar. Já montaram uma emboscada para ela. Assim que retornar ao hotel terá uma surpresa. O cerco se fechou para a bandida de luxo.

Arthur: Aquela peste vai pagar por tudo o que seu pai fez e mais um pouco. Qualquer informação me liga, por favor?

Ricardo: Ligo sim, pode deixar — desligamos.

Espero que esse plano da polícia dê certo e a Rafaela seja presa. E, se ela confessar que armou um atentado para tentar me matar, juro que farei de tudo que estiver ao meu alcance para mantê-la presa pelo resto de sua vida.

Sou despertado pela voz da recepcionista me avisando que o médico está me aguardando na sala ao lado. Agradeci a ela mais uma vez e entrei na sala. Depois de conversar com o médico plantonista do CTI, eu consegui respirar um pouco mais aliviado. O mais importante neste momento é a recuperação dos traumas, as primeiras horas após qualquer procedimento cirúrgico, servem para medir e prever a evolução dos pacientes. Dentro dos parâmetros determinados para pacientes críticos, o quadro em que ele se encontra é bastante satisfatório.

Esse moleque é forte!

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