Capítulo 165 :

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Beatriz: Filho não o deixe nervoso — minha mãe pede.

Thais: Mano relaxa... O pai está nervoso — Thais fala.

Respirei fundo e juro que tentei me acalmar, mas a mágoa só fez crescer durante todos esses anos de rejeição, indiferença, anos vivendo essas cenas idiotas de ciúmes que ele fazia questão em deixar claro que sentia entre eu e minha mãe. Então transbordou.

Arthur: Estou calmo, mas ele precisa entender que não reina mais aqui. Seu reinado acabou. Pare com essa porra de ciúme descabido em relação a minha mãe e eu. Anos vivendo isso, sempre a mesma palhaçada. Cansei!

José: Você está dizendo que eu sou um palhaço? Cadê as boas maneiras que lhe ensinei, guardou aonde?

Arthur: Boas maneiras ou boas porradas? Porque só consigo lembrar as surras desnecessárias que você me oferecia.

José: Mesmo tendo apanhado, não aprendeu nada seu delinquente.

Beatriz: Cale a boca, José! — minha mãe grita. — Nem mesmo essa doença maldita, desfez esse seu coração de pedra — ele a ignora e desvia a sua atenção para o Rodolffo.

José: Explique-se Rodolffo. Quero entender o que levou o meu amigo de anos e sua filha a fugirem da justiça brasileira.

Rodolffo: Depois de adquirir a empresa, que o Senhor Campelo o incentivou a comprar por um valor exorbitante, deixando a Picoli à beira da falência, decidi investigar por meios próprios essa empresa que prometia mundos e fundos e do nada faliu. Infelizmente, cheguei à conclusão que o senhor caiu no papo de um charlatão de quinta, levando um golpe

Olho para ele e  Rodolffo, seus olhos astutos prestando atenção em tudo que Rodolffo explica. Juro que quando eu sair daqui, não voltarei tão cedo a esta casa.

Rodolffo: E foi isso, o Arthur acabou se arriscando para nos ajudar a salvar a empresa. Infelizmente Rafaela Campelo e o Sr. Campelo estão foragidos. A própria senhora Campelo afirmou ao telefone para o senhor e Tia Bia que eles fugiram por nossa culpa — Rodolffo explica detalhadamente tudo o que precisamos fazer. Meu pai dá um soco na mesa e nos encara fixamente.

José: Por que não me contaram antes? — passou as duas mãos nos cabelos. — Você sabia disso Thais? — Ela balança a cabeça dizendo que não. — Vocês não poderiam esconder isso de mim! Eu não estou morto, seus merdas imprestáveis.

Arthur: Merdas e imprestáveis? — perguntei indignado com a maneira que ele se referiu a nós dois. — Eu arrisquei a minha carreira por você e pela mamãe. Eu dopei uma pessoa para conseguir finalizar um plano do qual eu não tinha nada a ver. Até a minha noiva está sofrendo as consequências de toda essa história. Como assim, sou um merda? Nada conta? O senhor queria perder tudo?

José: Você fez apenas a sua obrigação, Arthur. Sustentei você durante anos, mesmo depois de dizer a sua mãe que não arcaria com suas despesas durante a faculdade, ela passou por cima das minhas ordens e financiou essa merda de medicina que você fez. E, depois ajudou em sua primeira clínica. Vocês dois pensam que sou um velho ignorante e idiota? — ele pergunta olhando em nossa direção. Olho para a minha mãe e ela suspira, limpa as lágrimas e se levanta.

Arthur: Idiota não, mais ignorante sim. Você não fez mais do que a sua obrigação. Pelo que eu sei, pais sustentam e arcam com as despesas dos filhos. Pelo menos isso, já que respeito e carinho eu nunca recebi do senhor — falo e minha mãe me interrompe falando mais alto ainda.

Beatriz: Ajudou o meu filho? Nunca! Ele cursou medicina em uma universidade pública. Eu banquei os gastos dele, seu egoísta. Sua sorte é que eu tenho respeito por você, se não fosse por isso, já teria o abandonado sozinho há muito tempo.

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