Capítulo 36 :

1.5K 98 43
                                    


Cheguei ao segundo andar vi que Carla havia adormecido na espreguiçadeira, parece estar em sono profundo, deve estar cansada depois de tudo que fizemos. Agachei ao seu lado e acariciei seus cabelos, ela se mexeu e abriu os olhos que não saem da minha cabeça. Não saberei o que fazer depois que ela for embora, nunca precisei cortejar uma mulher. É óbvio que gostaria de poder estar com ela sempre que puder, mas, não quero iludi-la.

Arthur: Você dormiu. O sol está muito forte, vem dormir no quarto — a ajudei ela a levantar e descemos a escada.

Chegamos na minha suíte, ela tirou o roupão e colocou-o na poltrona de frete para a cama. Deitou na cama e fechou os olhos e entrou em seu sono profundo. Queria dormir rápido assim. A imagem dela ali na minha cama, dormido de barriga para baixo, com sua bundinha linda para cima, me deixou estarrecido, parece que fui golpeado por um soco certeiro. Sem palavras, estou ligado a uma mulher que mal conheço.

Arthur: Feiticeira... Bruxa... — dei um beijo na sua testa, puxei a coberta e a cobri.

Peguei o celular e vi que já se passava de 12h. Ela irá acordar com fome, mas, não permitirei que ela cozinhe para nós dois, mesmo tendo ciência do quanto ela cozinha bem, não quero fazê-la de empregada. Procurei na agenda do meu celular o número do restaurante que faz delivery. Sempre peço comida quando estou sozinho em casa, geralmente nos fins de semana propriamente falando. Pois durante a semana a Vivi que é minha cozinheira, arrumadeira, mãe, babá deixa comida pronta na geladeira.

Disquei para o restaurante, e no segundo toque a telefonista atendeu. Arrumei toda a comida que pedi, separei os talheres, pratos, copos, tudo que achei necessário para um almoço. Escolhi vinho e suco para acompanhar. Olhei no celular de novo e vi que já era 13:30.

Arthur: Nossa, ela gosta mesmo de dormir — sigo para minha suíte, ela ainda está dormindo mesmo. Tenho uma parcela de culpa nesse cansaço todo.

Sento ao lado dela e acaricio sua coluna, desço o lençol lentamente, paro quando chega à bundinha redonda e empinada. Massageio sua carne macia, desço a mão até encontrar sua vagina vermelha, passo o dedo de leve e ela acaba reagindo abrindo um pouco as pernas. Mexeu e abriu os olhos que jamais irei conseguir esquecer, mesmo sendo tristes, são lindos.

Arthur: Oi. Está muito cansada?

Carla: Sim — sorriu e fechou os olhos de novo. Deitei ao seu lado e passei o braço por baixo dela para aconchegá-la no meu peito. Em resposta ela virou-se ficando de frente para mim. — Preciso ir embora — não posso obrigá-la a ficar, uma hora ela teria que ir mesmo.

Arthur: Tá bom — sussurrei em seu ouvido. — Arrumei nosso almoço, vamos comer antes que esfrie.

Carla: Não precisava se incomodar com isso. Eu poderia cozinhar para nós dois.

Arthur: Não queria te explorar.

Carla: Você explorou — sorriu com malícia.

Arthur: Você deixou. Não me recordo de ter rejeitado — disse.

Carla: Arthur, você é um homem bom. Quer dizer, você é uma pessoa boa.

Arthur: Qual a diferença entre um homem bom e uma ótima pessoa? — perguntei curioso.

Carla: Não sei — sorrimos.

Arthur: Vem... — levantamos juntos. Ela vestiu o roupão, e seguimos até a sala.

Carla: Hola que tal! Você arrumou tudo sozinho?

Arthur: Sim, menos a comida. Eu pedi pelo telefone — ela sorriu lindamente, mostrando seus dentes brancos.

Carla: Está tudo uma delícia.

Arthur: Está mesmo — concordei. — Bebe o seu vinho.

Carla: Você é controlador. — O quê?

Arthur: Sou? — sorrimos. Ela saiu de sua cadeira e sentou no meu colo.

Carla: Sim. Mas eu gostei de você — gostei de escutá-la dizendo que gosta de mim. Abracei-a pela cintura.

Arthur: E você é uma dorminhoca — disse bem pertinho da sua boquinha em formato de coração.

Carla: Nem sempre, só quando me canso.

Arthur: Por que você quer ir embora? Cansei você?

Carla: Eu preciso dos meus remédios.

Arthur: Remédios? Você tem algum problema?

Carla: Não. Mas são controlados, e já estão me fazendo falta.

Arthur: É o anticoncepcional? — pergunto franzindo o cenho.

Carla: Não uso, me deixa mal-humorada.

Arthur: Hum... Se você quiser podemos pedir a farmácia para entregá-los aqui, se forem tão importantes assim.

Carla: Não. Na verdade, precisam de prescrição médica, só vendem com o receituário.

Arthur: Quais são os remédios? — Ela pensou antes de falar, mas, olhou fixamente nos meus olhos e disse:

Carla: Escitalopram e Rivotril em gotas.

Okay, Okay... Ela não é uma louca, isto está claro.

Arthur: Você faz uso desses medicamentos com frequência, ou estar sendo por um tempo específico?

Carla: Sim. Uso esses e outros há oito anos — pisquei repetidamente para me controlar e não perguntar mais nada, mais foi ela quem quebrou o silêncio. — Não sou louca! Sua expressão mostra o quanto ficou assustado. Uso os remédios para combater a insônia, ansiedade e só isso. Não precisa me olhar assim... Como se eu fosse uma ameaça.

Arthur: Não, não é isso... Você é muito jovem para tomar todos esses medicamentos. Geralmente são prescritos para pacientes com algum tipo de doença crônica — a maioria psiquiátrica. Pensei!

Carla:  Eu sei, mas, preciso deles como o ar para me manter erguida.

Arthur: E, eu achando que você tem facilidade para dormir — sorrio um pouco retraído.

Carla: Bem, também não estou entendendo esse sono todo. Deve ser cansaço devido ao excesso de sexo que praticamos— sorriu.

Arthur: Você vai ficar?

Carla: Sim — alívio me define ao ouvir o "sim".

Arthur: Posso te pedir uma coisa?

Carla: Depende! — respondeu.

Arthur: Fica, mas sem tomar essas drogas?

Carla: Sim, eu fico! — Dessa vez, ela tomou iniciativa e me beijou.

Mas, foi tão lento e intenso ao mesmo tempo, que me senti perdido, totalmente perdido em suposições, perguntas, curiosidade em querer saber tudo sobre ela. Mas, tenho que me controlar, não invadir a privacidade de uma pessoa que eu mal conheço.

Comentem

Minha Tentação 🎯Onde histórias criam vida. Descubra agora