ARTHUREstaciono o meu carro e ligo o alarme. Aciono o botão do elevador, segurando uma maleta com alguns instrumentos cirúrgicos e remédios, e com dois jalecos sujos pendurados em meu ombro.
Cheguei em minha cobertura exausto, só quero tomar um banho e ficar jogado em minha cama, assistindo TV.
Vou direto até a geladeira e pego uma Brahma geladinha para relaxar um pouco. Quando termino a cerveja, sigo direto para a minha suíte. Entro no banheiro, abro a ducha, deixo a água cair. Retiro a roupa e entro debaixo da água morna. Fico ali de olhos fechados, deixando a tensão do dia ir embora.
Que delícia, só faltou uma mão macia para me ajudar a relaxar. Sou tirado dos meus pensamentos quando ouço o toque do meu celular. Pego uma toalha e enrolo em meu quadril.
Peguei o celular que estava em cima da bancada de mármore e li no visor, "Bastião". Atendi a ligação, saindo do banheiro indo em direção ao meu quarto.
Arthur: Fala Bastião! Como estão às coisas por aí? — falo com meu amigo.
Rodolffo: Está tudo na paz. E aí, qual vai ser a boa dessa noite? — perguntou.
Arthur: Não sei cara. Na verdade, estava pensando em ficar em casa mesmo, estou cansadão.
Rodolffo: É claro que você não vai ficar em casa. É "Sexyta" Feira, bastião — ele riu.
Arthur: Não faço à mínima ideia de onde eu possa ir, Rodolffo. Estou realmente muito cansado.
Rodolffo: Ah... Mas, seu amigão aqui, faz ideia, e você não irá se decepcionar.
Arthur: Então diga o que tem em mente para hoje à noite? — Fico curioso. Rodolffo sempre me surpreende com as suas escolhas.
Rodolffo: Nós vamos para uma balada meu irmão, cheia de ninfetinhas subindo pelas paredes!
Arthur: Tô fora de novinhas, isso é problema na certa. Você está louco?
Rodolffo: Olha, quem fala. Vamos mano!
Arthur: Tudo bem Cara, vamos para essa tal balada, mas sem ninfetas. Ok?
Rodolffo: Isso eu já não posso te garantir.
Arthur: Onde fica essa boate? — Falo sem nenhum entusiasmo.
Rodolffo: Fica em Ipanema, vou te enviar o mapa pelo whatsApp — ele disse atropelando as palavras, parece estar dirigindo. — Te encontro às 22hs.?
Arthur: Até logo cara! — Desligamos juntos.
Só o Rodolffo mesmo para me fazer sair de casa. Saio em direção à cozinha e procuro alguma coisa para comer, mas, não acho nada pronto. Porra! A Vivi quer me ver morto de fome, só pode.
Arthur: Foda! — falo alto e sozinho.
Às vezes me pego conversando comigo mesmo, mania de quem mora sozinho. Não, eu não sou solitário e nem louco. Mas, quando não tenho com quem conversar, acabo falando comigo.
Não sei por que, mas ultimamente quando penso em comida, a primeira imagem que vem em minha cabeça é de uma mulher baixinha, linda de olhos intensos, cabelos longos e loiros, e um cheiro indescritível de morango.
Hum... Carla Diaz linda!
Ela me pareceu ser diferente das mulheres que costumo sair. Na verdade, diferente de tudo que já vi. Ela não fez a expressão que conheço muito bem "me fode se quiser", ao contrário, chegou a ser até um pouco retraída. Se eu contasse para alguém, ninguém acreditaria em mim. Eu tive que insistir para ela aceitar a minha carona. Incrível! Não sabia que existiam mulheres assim. Enfim, acho que existe.
O meu celular vibra em minha mão. Chegou mensagem. Visualizo e vejo que Rodolffo me enviou o mapa para chegar até a boate. Levanto e pego uma boxer branca, escolho uma roupa no meu closet, opto por uma coisa simples. Pego uma calça jeans escura, uma blusa azul escuro, e tênis de couro branco, moderninho.
Dou uma rápida olhada no espelho do meu banheiro e vejo a minha imagem, até que não estou mal. Chega outra mensagem do Rodolffo.
Rodolffo: Tem como você abrir a porta para o seu amigão?
Porra meu amigo é insistente ao extremo, marca durinho. Parece até mulher.
Arthur: Você está aqui?
Rodolffo: Sim, abre logo a porta branca de veado.
Quando abro a porta, ele vai entrando como sempre fez.
Rodolffo: Vim buscar a princesa.
Arthur: É mesmo Rapunzel?
Rodolffo: Porque especificamente, Rapunzel? — pergunta sério e eu sorrio sarcástico.
Arthur: Não precisava vir me buscar, realmente já estava a caminho da boate — eu disse.
Rodolffo: Está bonito pra caralho, mano! — ele fala e assobia.
Arthur: Rodolffo deixa de ser marica — falo lhe dando um abraço. E, para descontrair ele solta:
Rodolffo: Mano a Patrícia mandou lembranças. Ela está gamadinha.
Arthur: A "Paty"? — digo em tom de desdém.
Rodolffo: É porra! Aquela loirinha saradona que você pegou.
Arthur: Manda lembranças a ela, diz que virei celibatário e fui embora para o Himalaia.
Terminamos dando largas risadas juntos. Ele confessou que no dia seguinte saiu com a Paty. Depois de um tempo, já tínhamos saído de casa, cada um em seu carro.
Rodolffo presepeiro como sempre, foi com o seu Camaro amarelo. Chegamos à balada, deixamos nossos carros no estacionamento e entramos. Assim que entramos, fomos em direção ao bar. Pedimos um Black Label e ficamos ali conversando e observando o ambiente. Rodolffo logo avistou um grupo de mulheres em uma mesa ao canto. E começamos a troca de olhares, as risadinhas, blá... blá... blá.
Rodolffo: Cara, vou chegar naquela mesa ali — indicou com a cabeça para que eu olhasse.
Arthur: Vai fundo, fica tranquilo estou bem aqui — falei para ele.
Rodolffo: Vamos chegar juntos nelas. São lindas, repara só aquela loirinha de vestido branco — indicou com a cabeça novamente, bebericando sua dose de uísque.
Olhei na direção da loira de vestido branco que ele me mostrou e, realmente era uma gata, mas, eu já estou enjoado de mulheres superficiais. A minha cabeça estava na lua, menos na loirinha artificial.
Arthur: Vai cara, fica tranquilo. Hoje não estou a fim.
Ele foi em direção à mesa. Dei mais uma olhada para as mulheres e vi que elas estavam olhando em nossa direção descaradamente. Desviei o olhar para o centro da boate, fiquei ali olhando as pessoas dançando, e foi quando eu vi uma mulher, de cabelos longos, loiros, balançando o quadril sensualmente em um vestido preto, de costas para mim. Linda. Perfeita. O rapaz que dançava com ela a segurou pela cintura, virando-a de costas para ele, e de frente para mim. Na mesma hora fiquei encantado com a imagem, ela estava de olhos fechados rebolando sensualmente encostada no rapaz. E, eu ali, igual a um tarado pervertido olhando aquela cena. Santo Deus!
Tomei um gole do meu uísque e continuei ali, olhando atentamente, sem piscar, sem perder qualquer detalhe daquela mulher sensual. Percebo que o cara fala algo em seu ouvido, em resposta ela abre os olhos e dá uma gargalhada. Fiquei ainda mais absorto com sua beleza, estava escuro e as luzes dificultavam um pouco a imagem dela, mas, tive a impressão que eu a conhecia. Forcei os olhos e dei um zoom em seu rosto. E...
Arthur: Porra! É a Carla! — falei comigo mesmo.
Eu falo sozinho, lembram?
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Minha Tentação 🎯
ФанфикSinopse: Carla Diaz é uma mulher linda e Apaixonada por sua profissão. Quem a ver por fora não imagina como seu coração está despedaçado. Foi abandonada pelo seu único e grande amor e carrega o fardo de um passado que a escraviza na escuridão. Apó...