Capítulo 9 :

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Saímos do meu apartamento e seguimos em direção ao carro do Alex. Tínhamos combinado que iríamos em seu carro, pois ele com certeza faria questão de me deixar em casa. Fomos conversando durante todo o caminho. Rimos, cantamos, trocamos tapas e falamos de nossas roupas.

Quando chegamos na "Boate Sensations" entramos na balada, que por sinal, já estava bem cheia e animada, Fazia tempo que não frequentava uma boate, quer dizer, fui umas duas vezes quando completei dezoito anos.

O som estava totalmente alto, a ponto de não escutar nada do que Alex e Juliette falavam. Tocava a música do "FloRida - I Cry". Escolhemos a nossa mesa e já fomos pedindo as nossas bebidas. Eu pedi uma margarita, Juliette me acompanhou e Alex pediu uísque puro. Ficamos ali, conversando por um tempo, degustando as nossas bebidas. Como uma boa observadora, fiquei olhando para todo o ambiente, enquanto Alex e Juliette conversavam sobre algo que não me interessava. O tempo passava e mais e mais drinks e uísque chegavam a nossa mesa.

Há tempos eu não ingeria álcool, devido aos remédios que faço uso quase sempre. Mas, hoje eu extrapolei e enfiei o pé na jaca de uma vez só. Eu só não posso perder a cabeça. Dei um giro ao meu redor, e me surpreendi quando vi um "tal" homem de cabelos Castanhos e lisos, eu sempre me perguntava se o seu cabelo era castanho ou loiro. Alto e com o mesmo olhar sério de sempre.

Arthur estava aqui, ou é outro homem muito parecido com ele. E se for ele, eu não quero que me veja, mas ao mesmo tempo eu quero que ele venha falar comigo. Fico olhando disfarçadamente na direção dele e... Oh Deus! Ele está um GATO! É muita tentação para um homem só. Sou interrompida por Juliette me chamando para dançar. Alex já havia exagerado na bebida e ficar em pé lhe exigiu esforço, mas fez questão de ir dançar com nós duas.

A música que tocava agora era do "Jason Durelo - Wiggle". Fomos com tudo para pista de dança. Começamos a dançar juntos. Mais era óbvio que Alex fez questão de ficar se esfregando em mim. Até estava gostosinho...

Estávamos nos divertindo bastante com a dança. Quando percebi, já tinha iniciado outra música. Agora tocava "Rihanna - Where Have You Been".

Ficamos dançando até que Alex tentou me beijar e eu recusei. Ficou visivelmente contrariado e ainda por cima que estava bêbado, foi o que o incentivou a dizer:

Alex: Porra, Carla! De novo isso? Toda vez que tento alguma coisa, você recua. — Ele parecia estar transtornado e chateado.

Carla: Vai com calma. Não estou no clima — falei no ouvido dele.

Alex: De novo essa história? Sempre que eu me aproximo, você vem com a mesma história "Não estou no clima". Sempre a mesma desculpa: que você perdeu seu filho em um acidente e se seu marido se separou de você, por achar que você matou o filho dele. Que você não consegue superar nada disso, que vive presa no passado e que não consegue tocar sua vida por conta de uma coisa que já passou há oit anos. É isso que você ia me falar, Carla? — Todas as palavras ditas por ele são verdadeiras, mas, a forma com que ele tratou isso me deixou muito chateada. Eu não espero o sentimento de pena de ninguém, e muito menos ser julgada pelos os meus erros.

Carla: Alex, você está sendo muito duro comigo. Você não tem o direito de julgar as minhas decisões e minha vida. Eu só pedi para irmos com calma. — Realmente fiquei chateada com ele. Para mim, a noite acabou.

Enquanto discutia com Alex, percebi os olhares de Arthur atentos em nós dois. Não entendi minha atitude, mas correspondi olhando-o fixamente. Desprendi-me de seus olhos claros abruptamente quando o Alex me segurou duramente o meu braço, fazendo-me encará-lo a força.

Alex: Então, além de me dar as mesmas desculpas e sempre me dispensar, você ainda fica olhando para outros caras na minha frente? — falou gritando e me puxando para que eu o escutasse. — Eu não admito isso, Carla! — gritou próximo ao meu rosto.

Carla: Alex, solta o meu braço, agora! Acho que você está confundindo as coisas. — Puxei meu braço, sentindo um alívio, pois ele tinha apertado demais a ponto de me causar dor. Ele nunca agiu assim antes. — Você ultrapassou todos os limites. O que está acontecendo Alex, ficou louco? Quer me respeitar, porra!

Alex: Carla, dá um tempo. Eu cansei de ficar rastejando igual a um otário atrás de você.

Carla: Te dou o tempo que você quiser, pois estou indo embora agora. Não vou ficar aqui discutindo uma relação que nunca existiu e ainda por cima com um bêbado — grito em seu ouvido e empurro o seu peito.

Alex: Pode ir, a porta da saída fica logo ali. E, não pense que irei atrás de você! — disse gritando, para que eu o ouvisse.

Fui em direção a Juliette que estava alheia à nossa discussão e dançando com um rapaz, pedi a ela para que ficasse com o Alex, para que não o deixasse voltar dirigindo, pois ele estava completamente fora de si por causa do álcool. Olhei mais uma vez na direção onde o Arthur estava, mas não o encontrei.

Saí sem olhar para trás, a culpada disso tudo sou eu, sempre foi. Dei esperanças a ele, em troca de prazer, eu errei nesse ponto. Chego à parte externa da boate, solto o ar que nem sabia estar segurando em meus pulmões. Encosto em um carro e tento recuperar as minhas forças prendendo um choro abafado em minha garganta. Engulo em seco e me sinto sozinha, perdida e abandonada.

Como o Alex teve coragem de jogar tudo isso em minha cara, e desta forma? Ele não tem esse direito. Não tem... Não tem... Não consigo mais segurar e uma lágrima escorre em meu rosto, fecho os olhos com força para impedir que mais lágrimas saíssem, quando sinto alguém me puxar contra uma parede de músculos e me envolver em um abraço forte. Na hora, pensei que fosse o Alex, mas quando abri os olhos e foquei em olhos penetrantes, não acreditei.

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