Capítulo 162 :

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Arthur: Amor, as trigêmeas da Martinha e Gabriel, nasceram hoje — ela sorriu e acabei ganhando a sua atenção.

Carla: Que felicidade precisamos visitá-los. Elas estão bem?

Arthur: Acho que estão. O Gabriel me enviou uma mensagem hoje de manhã avisando, mas acabei esquecendo de te avisar e também não tive tempo para respondê-lo.

Carla: Só de imaginar as trigêmeas, consigo sentir o cheirinho de bebê — ela fala sorrindo. — Tenho o número do celular e as redes sociais da Martinha. Vou enviar uma mensagem para eles os felicitando — ela digita a mensagem com um sorrisinho nos lábios. — Enviei! Avisei que assim, que elas estiverem em casa e descansadas, iremos visitá-las — disse ainda mexendo no celular. — Aqui Arthur, eles postaram uma foto no Instagram, o Gabriel segurando as três ao mesmo tempo, parece que foi tirada logo depois do parto — desviei a atenção da estrada e olhei rapidamente para o celular que ela mantinha suspenso para eu olhar.

Arthur: Lindas. Olha a cara de felicidade do Gabriel! Salva essa foto e envia para o meu WhatsApp? — ela balançou a cabeça concordando. — Não vejo à hora de ver a sua barriga redonda e grande — soltei minha mão direita do volante e acariciei a sua perna nua e macia. Ela sorriu e desviou o olhar para os carros através do vidro.

Carla: A Martinha fez inseminação artificial? — perguntou ainda olhando os carros.

Arthur: Fez. Eles estão juntos há um bom tempo, e tentaram há anos através do método natural, mas ela não conseguia engravidar, até que decidiram por tentar um tratamento eficaz, e na primeira tentativa ela engravidou.

Carla: Que lindo três de uma só vez. Imagine a loucura que será daqui para frente, e quando estiverem adultas e com filhos, a casa cheia na noite de natal, dia das mães, dia dos pais — me olhou e sorriu.

Arthur: Realmente deve ser maravilhoso — sussurro enquanto presto atenção na estrada. Desviei novamente o olhar para fitá-la, e vi quando acariciou a barriga. Deve ter se lembrado do filho que perdeu. — Quando você estava grávida do Lucas, ficou barriguda?

Carla: Mais ou menos — sorriu mostrando seus dentes brancos e alinhados. — No início da gestação eu ficava muito enjoada, quase não comia, vomitava tudo que tivesse no meu estômago. Acabei emagrecendo muito até os cinco meses, mas no final deu tudo certo e meu anjinho nasceu com 52 cm e 3.800g. Acredita? Eu engordei apenas o que havia emagrecido no início da gestação.

Arthur: Tem fotos suas quando estava grávida?

Carla: Não trouxe nenhuma comigo. Quando retornei da França não trouxe quase nada, apenas minhas roupas e documentos. Depois que eu e Lorenzo nos separamos, esperei que ele fosse se humanizar e pelo menos dividir as nossas lembranças, mas ele não quis dividir nada do nosso filho comigo. O dia do nascimento, o primeiro dentinho, a primeira frase, o primeiro aniversário, o primeiro banho de mar, o primeiro dia na escola, tudo isso tínhamos registrado em vídeos e fotos, mas hoje os tenho na memória.

E, ela ainda sente pena daquele desgraçado? Fala sério!

Arthur: Por quê? Por que você não exigiu por meio judicial, que ele dividisse tudo com você?

Carla: Por que eu era uma fraca. Eu só sabia chorar e dormir, minha vida resumia apenas a isso. Depois que estava mais conformada, comecei a recolher fotos através do celular, máquina digital, e-mails e em algumas redes sociais. Gostaria muito de assistir o vídeo novamente, do nascimento do meu filho. Seria um sonho, sendo realizado — senti um nó se formar na minha garganta. Além de covarde é um estúpido.

Arthur: Ele foi um estúpido! Não foi digno do seu amor e muito menos merece o respeito e pena que sente por ele — fiquei sensibilizado com o que me disse. Ela contorce o rosto como se tivesse sentindo dor e franze o cenho.

Carla: Eu sei. Deus que o julgue!

Arthur: Carla se você quiser, mesmo tendo se passado muitos anos, podemos abrir um processo reivindicando a divisão desses objetos. Basta você querer!

Carla: Não quero que tenhamos contato com ele, abrir essa porta é reviver o passado. Eu não quero — assenti.

Chegamos a nossa cobertura, ela demonstrava através de suas ações o quanto está chateada. Não é apenas pelo o que ocorreu com a Rafaela, mas também com a Carol. Sei que eu fui tão culpado quanto a Carol, por mantê-la trabalhando na clínica, mesmo depois de nos desentendemos inúmeras vezes.

Carla: Vai tomar um banho, vou preparar alguma coisa para comermos.

Arthur: Vem, vem tomar banho comigo — ela parou no meio da cozinha e ficou me olhando com um rostinho entristecido. Caminhei até ela e a abracei. — Amor... Está chateada comigo, eu sei — beijei seus cabelos e inspirei aquele cheiro de morango delicioso que ela exalava em todas as partes do corpo. — Não dê importância ao que a Carol disse na sua frente. Aquilo faz parte do meu passado. O que importa é o que vivemos hoje, e o meu presente e futuro é você. — Estou indo para o banho, mais tarde cuidarei de você — ela escondeu o rosto em meu peito e me abraçou com força. — Ei olhe para mim — segurei o rosto dela com as duas mãos e beijei seus lábios com carinho. — Não fica chateada comigo, eu te amo.

Carla: Eu te amo mais — disse beijando meu queixo e depois invadindo a minha boca com sua língua pequena e nervosa.

Arthur: Minha loirinha — sorriu.

Deixei-a preparando o nosso jantar e fui direto para debaixo da ducha. Repassei durante o banho tudo que precisaria resolver ainda hoje, são tantos problemas que até desanima. Hoje a minha vontade é pegar a Carla e viajar sem rumo, sem data para voltar.

Pensando bem, acho que farei isso mesmo, logo depois do nosso casamento. Em pensar em casamento, estou muito ausente, estou sem tempo disponível para opinar sobre qualquer detalhe, sei que ela também é ocupada com o restaurante, porém é mais detalhista com tudo isso. Nem sei o que vou usar no dia do meu casamento, quem dirá as flores da decoração.

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