Capítulo 12 :

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CARLA

Acordei atordoada com o barulho da campainha. Levanto-me da cama e pego o robe de seda branca que está na poltrona ao lado da cama e visto rapidamente.

Carla: Quem será a essa hora da manhã?

Caminho até a sala de estar e escuto a campainha de novo. Olho no olho mágico e vejo a imagem do Alex. Então resolvo não abrir.

Alex: Carlinha, eu sei que você está aí, abre a porta preciso falar com você. Por favor, princesa, abre essa porta. — Respiro fundo e respondo:

Carla: Não, vai embora!

Alex: Não. Só saio daqui depois que eu conversar com você. Por favor, abre!

Carla: Não! Vai embora! — repito de novo, já sem paciência.

Alex: Por que você é tão teimosa? Pensando bem, acho esse seu jeito pirracento uma gracinha. Acho que foi esse seu lado que amei primeiro quando nos conhecemos. Lembra você discutindo comigo sobre ervas e condimentos químicos? Eu me apaixonei no mesmo instante que você me chamou de louco — escuto tudo calada, e a cada palavra, relembro o dia que nos conhecemos, dou uma risada quando ele me chama de pirracenta. — Carla? Você gostou de estar comigo pelo menos uma vez na sua vida? — pergunta, mas não respondo. Ele continua falando: — eu amei todas as vezes que estivemos juntos, principalmente as poucas vezes que estive aí dentro com você, em sua cama. Quase sempre eu repasso em minha cabeça, os detalhes só para reviver imagens suas comigo — Alex disse.

Oh céus! Coitado. Vou ter que abrir.

Alex: Carla? Você está me ouvindo?

Carla: Sim Alex...— Encosto na porta e consigo sentir e escutar o ruído da voz dele, quando diz:

Alex: Estranho seria se eu não me apaixonasse por você — conheço essa frase de alguma música que não me recordo. Mas, esta frase está cheia de significados, penso aturdida com a situação. — Você... — ele suspira e consigo escutar o suspiro através da porta. — Carla... Você é especial para mim. Abre a porta princesa.

Carla: Você não deveria estar aqui, já viu que horas são? — perguntei, mas, não faço ideia de que horas seja. — Você deveria estar no restaurante — falo tentando não dá ênfase ao que ele acabou de me revelar.

Alex: Carla, para de fingir que não escutou o que falei. Se você não abrir, vou gritar para todo mundo ouvir. Escutou? EU SOU APAIXON... — Nossa ele é louco mesmo. Abro a porta imediatamente, antes que os vizinhos achem que tem um louco gritando no corredor. — Oi! — ele fala com um olhar triste e com olhos vermelhos.

Carla: Oi. Entra Alex — dou espaço para ele passar e fecho a porta. — Senta. — Ele fica me olhando sem falar nada.

Alex: Não. — Teimoso. Veio em minha direção e perguntou: — Posso abraçar você?

Carla: Alex... Você disse que seria apenas uma conversa.

Alex: É isso que vim fazer. Mas, antes quero um abraço — ele abre os braços e acabo cedendo. Oh, senhor! Depois do sonho, com as lembranças do meu ex-marido. Dai-me forças! — Me perdoa? Fui um bundão filho de uma puta, por ter feito tudo aquilo com você — falou perto do meu ouvido. — Diz que me perdoa, por favor... Carla — ele continua falando. — Eu sei que está sendo difícil superar tudo o que você viveu. Mas, você sabe o que eu acho sobre tudo isso. Eu não quero te abandonar, mesmo que você tenha me mandado seguir minha vida por várias e várias vezes, com a desculpa de que você nunca se doaria o suficiente em um relacionamento.

Agora ele está com a cabeça deitada em meu ombro. A imagem deve até ser engraçada. Alex um homem de 1,80cm, forte nessa situação, digo, deitado com a cabeça em mim que e tenho metade de seu peso.

Carla: Alex... Eu... Quero que você seja feliz por completo, não por partes. Olha para mim, Alex... — acariciei sua cabeleira loira e levantei o seu rosto com as duas mãos. Ele encarou-me com os seus olhos azuis, piscou-os para afastar uma lágrima solitária que escorreu pelo o seu rosto.

Alex: Diz que me perdoa?

Carla: Eu já te perdoei. Ok? — ele balança a cabeça e me abraça mais apertado e cheira o meu pescoço.

Alex: Eu te amo. — Levo um susto com essa frase e no mesmo instante quase grito...

Carla: Não — digo desesperada.

Alex: Sim, e você não pode mudar isso. Eu. Te. Amo. Carla.

Aconteceu o que eu evitei por muitos anos. Era para ser apenas uma aventura misturada ao prazer e satisfação. Ouvir Alex dizer o que sente, me entristece. Não quero ser amada, não quero amar ninguém, não estou pronta para assumir um relacionamento. Preciso deixar isso claro, não quero fazê-lo sofrer, de forma nenhuma.

Carla: Alex... — respiro fundo antes de falar o que realmente penso sobre isso tudo. — Você sempre foi e será meu melhor amigo, sempre esteve ao meu lado desde quando nos conhecemos. Mas... — Solto todo ar que estava segurando em meu peito. — Eu não... Não... — Eu não quero ser amada, não quero que crie expectativas entre nós dois. Nunca menti sobre o que realmente quero. Você sempre soube e nunca se importou, agora vem com essa de que me ama e isso não pode ser mudado — sua expressão mudou rapidamente, fitando-me com o olhar triste.

Alex: Carla, eu te amo e você não pode mudar isso. Mesmo que você me deixe para um futuro distante, mesmo assim valerá a pena eu correr esse risco. Agora se você prefere somente sexo casual, tudo bem, eu aceito — como isso está sendo difícil, meu Deus!

Carla: Meu amor, eu sou sua amiga e preciso ser sincera, eu não quero te dar esperanças e não quero machucar você.

Alex; Não me importo em ser usado, desde que me use com carinho e me proporcione muito prazer — juro que estou me mantendo firme, mas, ele não facilita.

Carla: Me escuta, Alex Monteiro! Você não merece somente sexo. Cara, tu é lindo, inteligente, carinhoso. E... Especial. Não quero só te usar, eu queria poder corresponder à sua altura, mas, não posso. Eu não consigo — ele escuta tudo quieto. Quando termino de falar, ele se aproxima ainda mais, segura meu braço e diz.

Alex: Mas, se é somente isso que você pode me oferecer, eu aceito. Eu só preciso de você, mesmo que isso amanhã me faça sentir-me ainda mais infeliz — ele sorriu, mas, seu sorriso não chegou aos seus olhos. Isso me entristece, não quero ver meu amigo sofrendo, ainda mais por mim.

Carla: Você enlouqueceu! Deus, isso não poderia ter acontecido— falo alto.

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