case thirty nine:season two

Capítulo trezentos e vinte e um.

Second season:three hundred and twenty-one
★ Aviso ★
{Tacoma, Washington}
<Marcos Diaz narrando>

O sol finalmente decidiu aparecer nesse outono, um raro presente em Tacoma. Aproveitei a oportunidade para sair e dar uma volta, respirar um pouco de ar fresco enquanto buscava algumas coisas. O clima estava leve, assim como meu humor. Eu e Miih havíamos dormido juntos na noite passada e, mais do que isso, finalmente voltamos a ficar juntos. Anos de espera e incerteza, mas agora parecia que estávamos prontos para algo mais sério. Namorados, de verdade. Eu ainda sentia um sorriso bobo escapar enquanto caminhava.

Tudo estava bem. Quer dizer, por um tempo.

Ajeitei o moletom enquanto atravessava uma rua movimentada, sem muita pressa. A cidade parecia viva à minha volta, com pessoas indo e vindo, e por um breve momento, esqueci o quão perigoso Tacoma podia ser. Eu era formado em Justiça Criminal, trabalhava no FBI, me sentia preparado para qualquer coisa. Ou pelo menos era o que eu achava.

Foi então que aconteceu. Quando passei por um beco estreito, senti mãos fortes me puxarem de repente. O caos da rua ao meu redor continuou como se nada estivesse errado, as pessoas nem notaram. Minha reação instintiva foi me preparar para lutar, mas antes que pudesse me mexer, três brutamontes me seguraram firme. Filhos da puta. Um outro homem se aproximou, e ao olhar para ele, percebi que isso não era um ataque comum. Ele tinha o semblante de um mercenário, não um ladrão qualquer. Eles não estavam atrás de dinheiro. Estavam atrás de algo maior.

Tentei me soltar, me debater contra os braços que me seguravam, mas era inútil. Eles sabiam o que estavam fazendo.

De repente, senti meu rosto ser violentamente jogado para o lado, seguido por uma dor aguda que explodiu na minha mandíbula. O gosto metálico de sangue preencheu minha boca. Um soco. Depois outro. E mais um. Em questão de segundos, perdi a conta dos golpes. Minha visão começou a embaçar enquanto os socos continuavam a acertar meu rosto, me derrubando ainda mais. Pelas previsões do golpe, eles não eram inexperientes. Eu conhecia o suficiente de anatomia pra saber que aquilo tinha sido calculado cada golpe pra machucar na intensidade que eles queriam. Eu conhecia os limites da anatomia humana, mas naquele momento, a única coisa que meu conhecimento me dizia era que eu estava perto de ceder.

O próximo golpe foi no estômago, tão forte que todo o ar escapou dos meus pulmões. Me curvei, cuspindo sangue no chão. Vamos, Mob, reage!, pensei, lutando contra a dor que pulsava por todo o corpo. Queria me levantar, queria revidar, mas antes que pudesse reunir forças, um chute atingiu minha coxa, me derrubando de vez. Xinguei, a dor aguda irradiando pela perna, mas não consegui me mover.

Um dos homens me agarrou pela camisa e me forçou a ficar de pé novamente, meus pés quase arrastando no chão. Eu estava tonto, a visão turva, e a dor em cada parte do meu corpo. Mas então, o líder deles se aproximou e falou, sua voz fria e ameaçadora:

— Avisa o seu amiguinho que, se ele não parar de meter o nariz onde não é chamado e sair da porra do caminho, sua amiguinha Thaiga vai ser a próxima. — A ameaça foi clara, suas palavras carregadas de uma promessa de violência.

Ele me soltou bruscamente, e eu cai no chão mais uma vez, sem forças para reagir. Os homens se afastaram, suas vozes e passos desaparecendo, enquanto eu lutava para recuperar o fôlego e assimilar o que tinha acabado de acontecer.

Minha mente girava enquanto eu processava as palavras dele. Eles estavam falando do Jones. De alguma forma, ele estava no caminho de algo perigoso. E provalmente estavam tentando atingir ele indiretamente, vindo de pessoas próximas. Eu, e talvez a Santiago fosse a próxima.

Isso não ia acabar bem.