Second season:three hundred and thirty-six
★ "A gente" ? ★
{Washington D.C}
<Gustavo Costa narrando>Eu estava em frente ao espelho, tentando domar os cachos rebeldes do meu cabelo. Meu reflexo parecia me encarar com a mesma frustração que eu sentia. Ajustei mais uma mecha, quando a porta do quarto foi aberta abruptamente, e as meninas entraram como um furacão. Nem sequer bateram.
- Porra! Vocês não sabem bater na porta? - esbravejei, mais por reflexo do susto do que por real irritação.
- Não. - Tainá respondeu, sem um pingo de remorso. Clássico dela.
- Lembra daquele evento internacional político no estado de Washington? - Maeve perguntou, entrando na conversa com um sorriso disfarçado. Meus olhos se estreitaram imediatamente. Ela sabia demais. Isso nunca era um bom sinal. É claro que eu lembrava. Eu era uma das razões para o evento ter sido adiado, então como esquecer?
- Lembro. - Respondi seco, me virando para encará-la diretamente. Maeve nunca dizia nada por acaso, e o fato dela estar mencionando isso agora me deixava desconfiado.
- Vai ser final de semana que vem! - Ela se animou, sorrindo de orelha a orelha.
Mas algo na energia do quarto não combinava com o entusiasmo. Olhei para Lara, que estava encostada no canto, quieta demais desde que tinha voltado de Tacoma. Algo estava acontecendo com ela, mas ela não falava nada. Seus olhos pareciam perdidos, distantes. Tainá notou meu olhar e fez um movimento quase imperceptível com a cabeça, como se pedisse para eu não insistir. Aparentemente, todos estavam guardando segredos.
- Daqui a duas semanas. - Tainá corrigiu Maeve, tentando disfarçar o desconforto com a conversa.
- Mas a gente vai antes. - Maeve prosseguiu, agora se preocupando mais em observar suas unhas pintadas de um vermelho intenso do que em me encarar. - Porque tem muita coisa pra organizar, sabe como é, essas coisas que só os políticos entendem.
Ela disse isso de forma tão casual, como se toda essa operação fosse uma brincadeira. Aquilo me irritava profundamente. Fiz aspas no ar, com sarcasmo.
- "A gente"? - questionei, não conseguindo esconder o tom de desdém.
Maeve apenas me lançou um sorriso provocante, um que dizia "eu sei mais do que você". Esse sorriso dela... Eu sabia que ela não era tão inocente quanto queria parecer.
- Claro que eu vou, Gustavo. - Ela retrucou com a voz doce, mas cheia de veneno.
- A pergunta é: por que você iria? - rebati, minha voz carregada com a mesma ironia que ela usava. Nosso olhar se prendeu num desafio mudo. Eu podia sentir o subtexto na sua atitude, a forma como ela jogava com as palavras.
Tainá e Lara trocaram olhares cúmplices enquanto cochichavam algo. A verdade é que essas garotas estavam agindo de forma muito misteriosa ultimamente. Um sentimento de desconfiança começou a ferver em mim, mas eu sabia que não podia mostrar fraqueza, não diante de Maeve.
Maeve podia enganar muita gente com esse ar de patricinha despreocupada, mas não a mim. Eu conhecia melhor do que ninguém o que acontecia nas sombras desse mundo. Ela não estava ali só por capricho; havia algo mais acontecendo. Talvez sua família estivesse envolvida, talvez houvesse algo que ela soubesse e que eu precisasse descobrir. De qualquer maneira, eu não podia baixar a guarda.
- Tá, eu não me importo. Era só isso? - perguntei, forçando indiferença, mesmo sentindo cada nervo do meu corpo tenso.
- Era. - Maeve respondeu, seu tom de voz tão leve que quase me irritava mais. Ela deu de ombros e, sem esperar mais nada, comecei a sinalizar para a porta. "Vocês podem ir agora."
Quando elas estavam saindo, Lara se aproximou e me encarou de forma mais intensa, algo em seus olhos que me fez hesitar por um segundo.
- Você vai? - ela perguntou, sua voz baixa e cheia de significado. Aquele tipo de pergunta que carrega mais do que palavras.
Dei de ombros, tentando manter a pose de indiferente, mas era difícil com Lara. Havia uma parte de mim que não gostava de deixá-la sem resposta, mas eu não estava pronto para me comprometer.
- Talvez eu vá. - Falei sem muita convicção.
Ela assentiu lentamente, como se já esperasse essa resposta, e se afastou, juntando-se às outras. No entanto, antes de sair, Tainá fez um gesto discreto na minha direção, os olhos semicerrados. "Se você estragar tudo, eu te mato", era o que seus olhos diziam claramente, mesmo que sua boca não tivesse dito uma palavra. Murmurei algo desdenhoso em resposta, tentando fingir que não me importava.
Bufei alto quando a porta finalmente se fechou atrás delas, me deixando sozinho novamente.
Agora fazia sentido... A mensagem que eu recebi. "Certifique-se que sua irmã não faça besteira. E não saia da cola da Ariel." Isso estava longe de ser um simples evento político.
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case thirty nine:season two
FanficSinopse segunda temporada: Após um mês de investigação, a verdade vem a tona: Quem é a mafiosa de codnome Ariel. Agora Bárbara e Victor tem muito mais trabalho e descobertas pra fazer, e coisas pra esconder.Isso pode comprometer seu trabalho, seus a...