Second:two hundred and sixty-four
★ Isso foi uma indireta? ★
{Tacoma, Washington}
<Victor Jones narrando>Eu e os meninos decidimos tirar a cabeça de toda a tensão da última semana e nos reunimos na casa do Mob. GS e Mob estavam jogando ping-pong como se fosse uma questão de vida ou morte. Eu ria das provocações entre os dois, tentando relaxar. Enquanto isso, aproveitei para dar uma olhada rápida no celular, mas o que vi me deixou inquieto.
{♠︎}
Lara Larissa: Acho que tive uma ideia.
You: Oi pra você também. E aí, qual é a ideia?
Lara Larissa: Não posso falar ainda, mas eu acho que vai dar certo.
You: Ah, que ótimo.
Lara Larissa: Irmãozinho, confia em mim.
You: Fica meio difícil depois de tudo.
Lara Larissa: Dessa vez é sério, eu prometo, Victor.{♠︎}
Suspirei, desliguei o celular e tomei outro gole de refrigerante, mas agora estava mais pensativo. Me preocupo com a Lara, e é difícil ficar tranquilo depois de tudo que aconteceu. Ela sempre teve esse jeito de pular de um problema para outro, e eu sempre estive lá para tirá-la dessas enrascadas. Desde a morte do nosso pai, eu assumi essa responsabilidade. Nossa mãe, apesar de todo o carinho, nunca conseguiu impor limites. Era como se a tarefa de proteger a Lara fosse minha, e agora ela estava envolvida em algo muito maior: a máfia. Isso me fazia sentir impotente. Como eu podia ajudá-la agora?
— Victor, quer jogar? — GS perguntou, me tirando dos pensamentos.
Neguei com a cabeça, tentando afastar aquela ansiedade.
— Tá pensativo o dia todo. Conta o que foi. — Mob disse, enchendo um copo de refrigerante.
— Nada demais. — Me mexi desconfortável no sofá, mas os dois me lançaram aquele olhar desconfiado de sempre. — Parem de me olhar assim.
— O que você fez? Dependendo da besteira, não vou no seu enterro. — GS já avisou, direto.
— E eu também não sou desses amigos que pagam caixão, cemitério e tudo mais. — Mob completou, provocando, e eu revirei os olhos, jogando uma almofada na direção deles.
— Eu não vou morrer. — Sorri forçado, tentando esconder minha preocupação. Pelo menos, espero que nem eu nem a Lara estejamos correndo tanto risco assim. — E, só pra vocês saberem, não estão mais no meu testamento. — Brinquei, e Mob cruzou os braços, debochado.
— Que bens materiais você tem de herança? — Mob riu, e GS o acompanhou.
— Eu não vou morrer, ok? — Reforcei, gesticulando.
— Que bom porque você não pode morrer antes de ver o Carter finalmente conquistando a Allie. — Mob provocou, cutucando GS.
— Chamou ela pra sair? — Perguntei, contente por desviar o foco da conversa. GS apenas deu de ombros, tímido.
— Eu... — Gilson começou, mas Mob o interrompeu.
— Foi ela que chamou ele, e ainda botou aquela carinha piscando. — Mob esclareceu, e eu ri.
— Boa, Carter. Pelo menos já sabemos que ela gosta de você. — Comentei, sem perceber o que estava insinuando. Quando notei o silêncio, já era tarde demais.
— Isso foi uma indireta? — GS abriu um sorriso malicioso, e Mob arqueou as sobrancelhas.
— Não! — Respondi rápido demais, me entregando.
— Finalmente admitiu que aquelas perguntas que você me fazia sobre relacionamento eram sobre você? — Mob riu. — Não tem mais amigos além da gente.
Joguei o copo vazio de refrigerante nele, irritado, mas no fundo sabia que eles estavam certos.
— E por que a gente tá falando de mim? Ninguém vai comentar sobre o show que você e Milena deram hoje? — Mudei o foco para Mob, tentando escapar da conversa sobre mim.
— Ah, não teve show nenhum. — Mob negou, tentando minimizar. Gs começou a rir e foi sua vez de falar.
— Ah com certeza teve!Vocês começaram discutindo sobre o caso e, do nada, a briga ficou pessoal. — GS falou, balançando a cabeça. — Vocês pareciam estar caçando assunto.
— O Diaz ficou todo putinho quando ela disse que ele era mente fechada. — Completei acompanhando os risos do gs. Percebi que o mob estava meio cabisbaixo e cessei um pouco as risadas. — E depois chamou ela de egocêntrica. Vocês eram tão próximos, e agora estão assim? — Perguntei. — Achei que iriam se resolver logo.
— Eles eram carinhosos e muito amigos até a Milena dormir com ele e bloquear no dia seguinte. — GS provocou, e Mob bufou, frustrado.
Eu sabia que, apesar das provocações, esse era o jeito deles cuidarem um do outro. Era nossa forma de ser amigos, mesmo que disfarçada de implicância.
— Não precisava lembrar disso. — Mob resmungou, se jogando no sofá.
— Cara, ela pediu desculpas. Por que não perdoou? — Tentei animá-lo.
— Não sei. Eu estava magoado e com medo de acontecer de novo. Como se, de alguma forma, ela estivesse certa sobre estragar nossa amizade. — Mob confessou em voz baixa.
— Vocês nem são mais só amigos de qualquer jeito. Devia dar outra chance. Milena parece realmente arrependida. — GS sugeriu, e Mob ficou pensativo.
O silêncio que se seguiu foi estranho. Ninguém queria ser o próximo a se abrir. Até que, de repente, a tensão pesou em mim de novo. Olhei para eles, e as palavras saíram antes que eu pudesse pensar.
— Eu estou apaixonado pela Bárbara.
As palavras ecoaram na sala, e, pela primeira vez, eu disse aquilo em voz alta. Admiti para eles, mas, principalmente, para mim mesmo. Não havia mais volta.
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case thirty nine:season two
FanficApós um mês de intensa investigação, a verdade finalmente vem à tona: a misteriosa mafiosa conhecida pelo codinome Ariel é revelada. Mas essa descoberta é apenas o começo de um jogo ainda mais perigoso. Bárbara Sevilla e Victor Jones agora enfrentam...