Capítulo duzentos e oitenta e quatro.

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Second season:two hundred and eighty-four
Você é infantil ★
{Washington D.C}
<Tainá Costa narrando>

Coloquei a última peça de roupa na mala e fechei-a com muita dificuldade, suspirando de cansaço. No espelho, ajeitei minha saia verde e joguei meu cabelo pra frente, pronta para me maquiar. Gustavo, impaciente, olhou no relógio e bufou.

— Você ainda vai se maquiar? — A irritação na voz dele era evidente.

— Eu só vou passar um gloss. — Falei, mantendo a calma.

— A gente vai se atrasar de novo, Tainá! — Gu continuou, e eu revirei os olhos, sem paciência.

— Se você não quiser ir, não vai. Eu não pedi pra você me acompanhar. Se for pra encher o saco, pode ficar em casa. Aliás, nem sei por que você está indo comigo. Você odeia moda. — Disparei, sem esconder o desdém.

— Eu não odeio moda. Eu odeio ver mulheres desfilando roupas caras por horas. É entediante. — Ele tentou se explicar, mas sua irritação só fazia crescer a minha.

— Então não vai, Gu! Que coisa. — Resmunguei, fechando o gloss com um clique seco.

— Bem que eu queria. Estou sendo obrigado. — Ele rebateu, e eu cruzei os braços, franzindo as sobrancelhas.

— Quem está te obrigando a ir? — Questionei, ainda sem entender por que ele insistia tanto. Aquela frase fez eu começar a desconfiar de suas verdadeiras intenções.

— Ninguém, Tainá! Mas depois do seu último incidente, eu preciso ficar de olho em você. — Ele jogou as palavras na minha cara, e eu senti minha raiva borbulhar.

— Eu não sou criança! — Gritei, já perdendo o controle. Joguei o gloss no chão, sentindo o estalo quando ele bateu.

— Está agindo como uma agora mesmo! Você se acha madura o suficiente pra tudo e vive falando que sou eu que dependo do pai, mas é você que age feito uma maluca e...

— ... Manchando a reputação da nossa família. — Completei com a voz fina, debochando dele. — Eu tenho uma vida além da nossa família, e quero que se foda!

— Sua "outra vida" depende da nossa família! — Ele gritou de volta, elevando a voz, e eu tapei os ouvidos com as mãos.

— Lá lá lá lá lá — Murmurei por cima dos gritos dele, tentando ignorar suas palavras. Ele parou, olhando pra mim com aquele olhar cheio de desprezo.

— Você é infantil. — Disse com frieza.

Fechei a cara, arrastei minha mala até a sala e, ao passar pelo andar de baixo, vi meus pais conversando sobre trabalho, alheios à nossa discussão. Gustavo me seguiu, e eu, à beira do limite, explodi.

— Eu odeio você. Preferia ter nascido em outra família. — Disparei, sem me importar com a reação dele.

— Isso, vai desfilar mesmo, pra ver se esquece que você é uma patricinha fútil! — Ele ironizou, e dessa vez, os olhares de todos na casa se voltaram para nós.

— Eu vou pra Tacoma porque eu tenho uma vida fora desse inferno! Se você não deu certo, não desconta suas frustrações em mim! — Esbravejei, cheia de raiva, e virei as costas, ignorando todos os olhares de julgamento que me acompanhavam enquanto saía em direção à garagem.

Eu precisava respirar, sair daquela bolha sufocante. Tacoma era a fuga que eu tinha, e nada, nem mesmo Gustavo, ia me impedir de viver a minha própria vida.

case thirty nine:season twoOnde histórias criam vida. Descubra agora