case thirty nine:season two

Capítulo trezentos e oito.

Second season:three hundred and eigth
★ Está em todos os sites ★
{Tacoma, Washington}
<Lara Cooper narrando>

Eu precisava de um tempo. Nada além de uma boa volta de carro durante a noite me acalmava tanto quanto isso. A sensação do volante nas minhas mãos e a estrada deserta à frente sempre me traziam paz. A lua brilhava forte, como sempre, o que me fez sorrir por um breve momento. Mas, quando voltei para casa, aquela paz foi arrancada de mim assim que abri a porta.

O choque foi imediato.

A casa... estava destruída. Tudo estava fora de lugar. As cadeiras tombadas, almofadas rasgadas e espalhadas pelo chão, o sofá virado de lado. Parecia que alguém tinha passado como um furacão, revirando cada canto, cada detalhe. Os vidros das janelas estavam quebrados, com cacos espalhados por todo o chão da sala. Até as fotos de família que costumavam decorar a parede estavam no chão, algumas com os vidros das molduras estilhaçados.

Suspirei, fechando os olhos por um segundo, tentando não perder a cabeça. Eu mal tinha ficado fora por algumas horas e, mais uma vez, isso acontecia. Isso era o que mais me irritava, essa obsessão que algumas pessoas tinham comigo. Eu já sabia que estava sendo observada, mas essas invasões estavam ficando ridículas. E pensar que eles sempre escolhiam os piores momentos para atacar...

Pisei com cuidado, desviando dos móveis caídos e dos pedaços de vidro enquanto meus pensamentos corriam. Victor, quando visse isso, ia surtar. Ele odiava esse tipo de invasão tanto quanto eu, mas sempre ficava muito mais afetado. Eu revirei os olhos, já antecipando o estresse que ele ia ter quando voltasse da festa do Bak.

Enquanto eu andava pela sala tentando absorver a destruição, meu celular vibrou no bolso, me fazendo quase derrubá-lo no chão. Quando vi quem estava ligando, quis tacá-lo contra a parede.

- O que você quer, Madelaine? - Atendi sem paciência, passando por cima de uma mesa derrubada e chutando um caco de vidro no processo.

- Ah, claro, aposto que você está bem ocupada depois do que aconteceu. - A voz dela transbordava sarcasmo. Eu podia imaginar seu sorriso malicioso do outro lado da linha.

- Do que você tá falando agora? - Bufei, sem tempo pra mais enigmas.

- Não viu ainda? Está em todos os sites. The New York Times, querida.

Meu coração disparou. O quê? O que poderia ter vazado dessa vez? Minha mente começou a processar todas as possíveis desgraças que podiam ter caído sobre mim. Desliguei a chamada sem responder e corri para checar os sites de notícias. E então lá estava.

Soltei o celular no chão.

Droga.

Era um artigo sobre o beijo. O beijo.

Vamos ver o lado positivo da situação: eles me chamaram de "anônima dos cabelos ruivos", então, pelo menos, minha identidade não foi diretamente exposta. Mas isso não importava. Os mafiosos com certeza iam ligar os pontos, e uma vez que isso acontecesse... bem, eu estaria oficialmente em apuros.

Eu beijei a Tainá. E agora, além de uma casa destruída, eu tinha a mídia correndo atrás de mim e os mafiosos prontos para usarem isso contra mim.

Eu estava ferrada.

Respirei fundo, tentando encontrar algum fio de calma no meio daquele caos. Me abaixei para pegar o celular que tinha caído no chão e, imediatamente, comecei a digitar uma mensagem para Victor. Ele estava na festa, e eu sabia ia demorar pra chegar. Mas resolvi me certificar.

{.}

You: Já saiu?
Nerd: Não, o que aconteceu?
You: Vem logo
Vai vir embora de carro?
Nerd: Não, acho que vou pedir táxi
You: Pede carona
Nerd: Mob saiu com a Milena, Thaiga e GS saíram mais cedo, Carol vai ficar na casa do Bak
You: Pede pra Bárbara
Nerd: Não é uma opção
You: Então eu peço

{.}

Soltei o celular e olhei novamente para a casa devastada à minha frente. Sabia que, além do que estava acontecendo lá fora, com a mídia e a máfia, eu tinha que lidar com o caos aqui dentro também. Eu não sabia o que era pior: a bagunça física ou a emocional.