Capítulo trezentos e dezenove.

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Second season:three hundred and nineteen
Está tudo muito perigoso ★
{Washington D.C}
<Tainá Costa narrando>

Esperei em silêncio, com o ouvido colado na porta, até ter certeza de que meus pais haviam saído. Dei uma última espiada pela fresta e soltei um suspiro aliviado. O que eu não fazia ideia era de onde o Gustavo estava — tomara que no inferno. Vesti meu vestido preto de manga longa que ia até os joelhos e passei chapinha no cabelo, pronta para meu "plano mestre".

Com passos leves, saí do meu quarto e fui até o do Gu. O lugar estava vazio, para meu alívio. "Pelos Deuses, que sorte!" Pensei com um sorriso travesso. Eu não estava aqui para brincadeiras, tinha uma missão. Comecei a revirar as coisas dele, aquela pilha de tralha que ele chama de quarto. Depois de alguns minutos, bingo! Achei o que procurava: um dos seus cartões de crédito sem limite.

Gu fez questão de convencer nosso pai de que eu, por ser "a famosa", não tinha maturidade para ter um cartão desses. Que ironia. Seria uma pena então se eu usasse o dele, né? Um sorriso presunçoso escapou dos meus lábios. Eu sabia que, no fundo, isso ia doer nele muito mais que em mim.

Com a chave do carro dele em mãos, girei-a no dedo e saí disfarçadamente da casa. Não foi nada difícil, aliás. Gu fazia questão de ostentar a Lamborghini pela cidade, e eu estava prestes a me divertir um pouquinho com isso. Assim que liguei o carro, um rap de Post Malone começou a tocar. Ai, que mal gosto!

Sem pensar duas vezes, troquei para Ariana Grande. Acelerei com força, sentindo o vento nos cabelos e a batida da música ecoando pela cidade. Peguei um chiclete de tuti-fruti, o que só aumentou a sensação de liberdade. A multa por excesso de velocidade? Bom, vai ser para ele mesmo, claro.

Eu me sentia como se estivesse quebrando todas as regras, e pela primeira vez, ao invés de culpa, senti uma adrenalina incrível. O tipo de liberdade que a Tainá de antes nunca experimentaria. Balancei a cabeça ao ritmo da música, meus dedos batucando o volante enquanto a cidade passava rápido por mim.

Foi aí que meu celular vibrou. Olhei de relance para o banco do passageiro. Era a Lara. Meu sorriso sumiu no mesmo instante. Pigarreei antes de pegar o celular, coloquei no viva-voz enquanto continuava dirigindo.

— Onde você está, Maria Tainá? — A voz de Lara soou do outro lado, firme como sempre.

— Hmm, não sei. Deixa eu ver — respondi distraída, procurando uma placa. — Eu tô...

— Como assim você não sabe?! — Ela parecia irritada.

— Longa história — dei de ombros, mesmo sabendo que ela não podia ver.

— Pode voltar pra casa agora — Lara disse com um tom autoritário que me fez revirar os olhos.

— Por quê? — Minha curiosidade aumentou, mas também meu instinto de não obedecer.

— Temos um grande problema — ela disse com a voz ligeiramente distraída, como se estivesse de olho em algo. — Olha só...

— Eu preciso falar com você — interrompi, sem paciência para o mistério.

— Tudo bem, estou ouvindo.

— Tem que ser pessoalmente.

— Não vai dar — ela insistiu. — Você precisa ir para casa agora. Está tudo muito perigoso.

Ah não, lá vamos nós de novo...

— Você disse isso das últimas vezes — retruquei, revirando os olhos, já cansada dessa história de perigo iminente.

— Sim, mas dessa vez... — Lara começou a explicar, mas não deixei que terminasse.

— Larissa! — esbravejei, frustrada.

— Tainá! — ela rebateu com a mesma energia.

Eu olhei a estrada à minha frente, minhas mãos apertando o volante.

— Tudo bem, eu vou pra Tacoma — declarei, firme.

— Não, você não vai! — A voz de Lara ficou mais urgente.

— Você não pode me impedir — falei, um sorriso desafiador se formando em meus lábios. Era tarde demais.

Puxei o freio de mão e acelerei o carro, deixando a adrenalina tomar conta. Minha mente estava feita. Eu não ia esperar mais. Estava indo para Washington estado, para Tacoma, e ia resolver as coisas do meu jeito.

case thirty nine:season twoOnde histórias criam vida. Descubra agora