case thirty nine:season two

Capítulo duzentos e oitenta e um.

Second season:two hundred and eighty-one
★ Eu estou apaixonado pela minha anã gótica ★
{Tacoma, Washington}
<Lara Cooper narrando>

Não sei por quanto tempo dormi, mas quando acordei ainda estava escuro. Minha mãe já não estava mais ali, e eu estava coberta e aconchegada no sofá do Victor. A propósito, foi isso que me fez despertar. Tenho sono leve, então, quando ele abriu a porta, despertei meio sonolenta.

— Lara vai dormir no quarto. — Victor murmurou, com seu jeito mandão de cuidar de mim.

— Você está chateado por quê? — Perguntei, sentando-me no sofá, ainda meio sonolenta.

— Que?

— Já disse que sou boa em perceber o clima do ambiente. — Falei, bocejei e ele se sentou ao meu lado. — E aí, o que aconteceu?

— Nada, só tô cansado.

— Você tá com cheiro de álcool. O que foi?

— Não é nada demais.

— Se não fosse nada demais, você não estaria chateado. — Falei, ajeitando meu moletom.

— Se eu falar, você vai querer dar uma de justiceira. — Ele debochou, e eu revirei os olhos, empurrando seu ombro.

— Victor, devo lembrar o que você fez pra me defender daquela vez?! — Rebati, e achei que era a primeira vez que eu dizia isso em voz alta.

— Ah, obrigado por me lembrar desse acontecimento. — Ele debochou. Era um assunto delicado entre nós, algo que sempre evitávamos.

— Relaxa, ninguém sabe. Mas e aí, tomou seu primeiro fora? — Brinquei, e ele me lançou um olhar melancólico. — Uau, foi tão ruim assim?

— Eu não disse que tomei fora. Não é fora se eu não me declarei pra alguém.

— Como se você fosse gostar de alguém pra se declarar. — Desdenhei, e depois meu cérebro processou a informação. Ajoelhei-me no sofá, animada. — Você gosta! Você brigou com a Babi, não foi?!

— É, a gente brigou. Mas a gente briga todo dia.

— Então por que você está cabisbaixo? — Cruzei os braços, com um sorriso convencido, enquanto ele cruzou os braços e olhou para o chão em silêncio. — Você disse que a Bárbara é insuportável, estressada, surtada demais, mal-educada, difícil de lidar e que ela te irrita. — Fui contando nos dedos. — Agora o nerd tá magoado porque teve mais uma "briga do dia a dia" com sua anã gótica?!

— Ela não é minha anã gótica. E para de me lembrar desse apelido horrível.

— Nerd? — Provoquei, e ele me olhou cinicamente. — Ok, ela não é sua anã gótica... então por que você demonstrou ciúmes dela quando ficou com o Brandon, ou quando outra pessoa a chama de anã gótica?

— Não foi bem assim! Escuta, por que a gente tá tendo essa conversa mesmo?

— Porque você é meu irmão. Na primeira oportunidade, eu vou caçoar de você. Victor Augusto Thompson Jones... — Falei, rindo enquanto o abraçava. — Admite!

— Eu estou apaixonado pela minha anã gótica. — Confessou, como se fosse um sacrifício, escondendo o rosto com as mãos. Eu sorri orgulhosa.

— Então, é por isso que tá assim? É difícil estar apaixonado.

— A gente discutiu, e ela admitiu que tinha gostado de passar mais tempo comigo. Mas isso não fazia mais diferença, e até porque a gente não ia dar certo. — Ele disse, e pela primeira vez, eu realmente senti que meu irmão estava verdadeiramente chateado por causa de uma mulher.

— Vocês não podem achar que não vai dar certo sem antes tentar alguma coisa. Vocês dois são muito difíceis; por que vocês evitam tanto isso?

— A gente sempre discutiu, sempre foi uma relação profissional ou a amiga dos meus amigos. Mas agora, parece que ela significa bem mais pra mim. E eu nunca senti isso por ninguém; isso me assusta. Acho que ela pensa a mesma coisa. — Prestei atenção atentamente em suas palavras. Sentia o quanto aquilo o deixava triste, e sua voz transparecia isso. — Já disse que a Babi é difícil de lidar, e não quero me magoar.

— Nerd, você já tá magoado. E continua indo atrás dela. Sabe por quê? Porque, apesar de tudo, no fundo, você sabe que ela vale a pena. E que não importa o quanto ela te deixe chateado, o quanto ela faz você se sentir bem é muito maior que isso. — Falei, dando um sorriso melancólico, e ele suspirou, ainda com o rosto sobre as mãos.

— E agora que eu faço? — Ele perguntou, e eu acariciei seu braço.

— Você que tem que saber.