Second season:two hundred and sixty
★ Chega vocês dois! ★
{Tacoma, Washington}
<Milena Denvers narrando>Carolina saiu da sala batendo o pé, claramente irritada depois que a Babi a mandou embora. Ninguém sabia ao certo o que a estava incomodando tanto essa semana, mas o fato é que seu mau humor estava deixando todos à flor da pele. Não era surpresa que a Sevilla tivesse perdido a paciência com ela. Suspirando de alívio, tentei ignorar o desconforto que vinha crescendo dentro de mim enquanto observava a cena. Dividir apartamento com Carolina tornava tudo ainda mais difícil.
Assim que Carolina desapareceu, a Babi retomou a reunião.
— O caso é sobre uma tentativa de assassinato. — Ela anunciou com firmeza.
— Alguém em específico? — perguntei, descansando o braço na mesa e tentando me concentrar no assunto.
Antes que a Babi pudesse responder, Mob se adiantou.
— Claro que é alguém específico, né, 013? — ele disse, sem nenhuma delicadeza, sua voz carregada de ironia.
Desde aquela noite em que dormimos juntos, tudo entre mim e Mob mudou. Ele havia sido sempre gentil e atencioso, mas agora parecia que cada palavra dele era uma faca. Eu sabia que o tinha magoado. A verdade é que, depois de passarmos a noite juntos, fiquei com medo. Bloqueei meus sentimentos, dizendo a mim mesma que aquilo não podia dar certo. Agora, ele estava com raiva, e eu entendia o porquê. Mas será que o meu pedido de desculpas não foi suficiente?
— Podia ser um genocídio. — rebati, revirando os olhos, tentando disfarçar o desconforto que crescia dentro de mim.
— Se fosse um genocídio, a Sevilla teria dito que o caso era sobre genocídio. — retrucou Marcos, como se eu fosse uma criança que não entendia nada.
— Diaz, eu sei o que falei. — respondi, tentando manter a calma. — "Alguém específico" pode significar muitas coisas.
Marcos zombou, estreitando os olhos em desdém.
— Ah, claro, no mundinho da Milena... — ele provocou, com um sorrisinho irritante.
Aquelas palavras me atingiram mais do que eu gostaria de admitir. Mordi os lábios, tentando conter a irritação, mas acabei explodindo.
— Pode significar alguém famoso, importante, uma pessoa que conhecemos, muitas possibilidades! — insisti, contando nos dedos para reforçar meu argumento.
— Ah, sim, aposto que todo mundo pensou nessas "possibilidades". — respondeu Mob com cinismo, sua voz ficando mais alta.
Eu senti uma pontada no peito, um misto de frustração e dor. Por que ele estava agindo assim? Será que eu o magoei tanto assim?
— Nem todo mundo é tão mente fechada quanto você, Marcos. As pessoas conseguem pensar em possibilidades diferentes! — gritei, deixando escapar a raiva que eu vinha acumulando.
— Ou talvez você seja tão egocêntrica que acha que todo mundo tem que pensar como você! — Ele rebateu, sua voz ecoando pela sala.
A tensão entre nós estava insuportável. Eu queria gritar, chorar, mas tudo que consegui foi cerrar os punhos e tentar controlar a respiração. Minha cabeça girava. Eu sabia que ele estava magoado, mas parecia que ele queria me punir por isso. Eu só queria que tudo voltasse a ser como antes...
— Chega vocês dois! — Babi interrompeu, seu tom ríspido cortando o ar pesado da sala. — Se querem resolver o problema pessoal de vocês, acompanhem a Decker. — ela bufou, encerrando a discussão com uma autoridade que ninguém ousava contestar.
O silêncio tomou conta da sala. Eu me recostei na cadeira, tentando me recompor. O peso da culpa e do arrependimento se instalou em mim. Eu sabia que tinha sido covarde. Eu tinha me afastado de Mob por medo, por achar que um relacionamento só complicaria nossas vidas, acabaria nossa amizade. Mas a verdade é que, ao fazer isso, só machuquei a nós dois. Será que ainda havia espaço para consertar o que tínhamos?
— Respondendo à pergunta da Denvers... — a voz da Babi me trouxe de volta ao presente. — Sim, é uma pessoa bem específica. Sabem quem é o governador de Washington, não é?
Todos responderam ao mesmo tempo, mas o comentário de Mob sobressaiu-se.
— Washington tem algum governador que preste? — ele murmurou, atraindo olhares.
Babi ignorou o comentário.
— Sim, a tentativa de assassinato foi contra o governador. — confirmou, enquanto Santiago, mais concentrada, fazia perguntas adicionais.
Enquanto a conversa prosseguia, com detalhes sobre o caso surgindo aos poucos, minha mente estava a quilômetros de distância. Eu me perguntava se algum dia eu e Mob voltaríamos ao que éramos antes. Ele era importante para mim. E cada palavra dura que ele jogava na minha só fazia a dor crescer. Eu sabia que não podia mudar o passado, mas precisava descobrir como pedir desculpas de verdade, como fazer ele entender que eu também estava perdida.
A questão era: Será que ele estaria disposto a me ouvir?
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case thirty nine:season two
FanficApós um mês de intensa investigação, a verdade finalmente vem à tona: a misteriosa mafiosa conhecida pelo codinome Ariel é revelada. Mas essa descoberta é apenas o começo de um jogo ainda mais perigoso. Bárbara Sevilla e Victor Jones agora enfrentam...