case thirty nine:season two

Capítulo trezentos e quarenta e três.

Second season: three hundred and forty-three
★ Me conta, vai ★

— Vocês realmente brigaram quando se conheceram? — Lara perguntou, curiosa.

— Sim. Pelo motivo mais idiota do mundo — respondi, rindo ao lembrar daquela época.

— Pensei que tinha sido algo mais calmo — Lara comentou, e eu dei de ombros. — Como foi?

— Ah... Larissa, você realmente quer falar disso?

— Quero. Me conta, vai.

《Flashback on》
Três anos atrás
<Narrador on>

Era o primeiro dia do novo esquadrão, o esquadrão setenta e oito. O FBI decidiu criar mais uma equipe, e desta vez, cada membro trazia sua especialidade. Eles foram instruídos a aguardar em um espaço comum enquanto os últimos ajustes eram feitos.

Victor, nervoso e ansioso, decidiu que um café poderia ajudá-lo a se acalmar. Estava tão absorto em seus próprios pensamentos sobre o novo emprego que não notou a presença da garota à sua frente, uma figura de 1,60m vestida em roupas pretas que refletiam uma atitude rebelde.

— Ei, eu ia pegar o café! — exclamou Bárbara, um toque de indignação na voz.

— Legal. — Victor respondeu, sem se importar.

— "Legal"? Você não sabe ser educado? Ou respeitar uma fila? — Bárbara cruzou os braços, o olhar desafiador.

— Quer o café? Então espera eu acabar aqui. — A calma de Victor só irritou ainda mais a garota.

— Eu cheguei primeiro! — protestou, seus olhos brilhando com frustração.

— Sério? E por que eu estou aqui, então? — O sarcasmo habitual de Victor escorregou em sua resposta, fazendo Bárbara se sentir ainda mais desrespeitada.

— Porque você não me viu.

— A culpa não é minha se você é... uma anã. E ainda por cima, gótica. — Victor olhou para ela de cima a baixo, suas roupas escuras contrastando com seu tom provocativo. Bárbara abriu a boca, ofendida; nunca gostara de piadas sobre sua altura.

— "Anã"? Eu não te dei intimidade, tá? Fala direito comigo.

— Para sua altura, você é muito estressada. — Ele se defendeu ao terminar de encher seu copo.

Bárbara estava quase fumegando de raiva.

— Você tá me irritando.

— Eu só estava pegando o café, garota! — Ele manteve o tom defensivo. Babi olhou para a mão dele, pegou o café e, com um deboche, virou-se.

— Obrigada. — A ironia em sua voz era palpável enquanto se afastava. Victor, intrigado e um tanto quanto desafiado, seguiu-a.

A poucos metros, Milena observava a cena com um misto de preocupação e espanto. Gilson mantinha a calma, enquanto Marcos se divertia com o espetáculo. Carolina se aproximou.

— Quem são? — A loira perguntou, perplexa.

— O garoto do gorro e a garota do café — Marcos respondeu, e depois se virou para Carolina. — E você?

— Decker. Carolina Decker. — Ela respondeu, claramente sem paciência.

— Você parece a "lindinha" de As Meninas Superpoderosas. — Marcos acrescentou, quebrando a seriedade da situação.

— Aí eu mereço. — Carolina bateu a mão na própria testa.

Gilson e Milena trocaram olhares, e Bárbara e Victor continuavam em seu embate verbal. Thaiga chegou e, percebendo a cena, não pôde deixar de se divertir.

— Você deveria ser menos folgada! — Victor disparou.

— Eu que passei na sua frente, e sou eu a folgada? — Bárbara retrucou, suas palavras carregadas de ironia.

— Eu não te vi! — ele argumentou.

— Então, devia usar óculos, babaca. — Ela murmurou, e Victor riu, seu sarcasmo se intensificando.

— E você devia usar salto de quinze centímetros.

— Escuta aqui, você pode até ser bonito, mas isso não te dá o direito de ser um idiota. Além de passar na minha frente, ainda solta piadinhas, né?

— Obrigado pelo "bonito". É Victor, por sinal. Agora, devolve. — Ele estendeu a mão, pedindo o café de volta.

Thaiga riu, e Mob balançou a cabeça, enquanto Carolina observava com desdém, e Gilson bebia água em paz.

— Nossa, ela é meio sem filtro para falar — Milena comentou, olhando para Thaiga, que franziu os lábios.

— Pelo menos agora sabemos que o nome dele é Victor. — Mob se divertiu. — A propósito, sou Marcos Diaz.

— Eu sou Bianca Santiago.

— Gilson Carter.

— Milena Denvers.

— Então, são vocês que eu vou ter que conviver? — Carolina disparou com sarcasmo, enquanto todos a olhavam. — É brincadeira. Eu também sei ser legal. Carolina Decker.

Bárbara revirou os olhos, pensando que além de bonito e sarcástico, Victor também parecia convencido. "E por que ele tem que ser tão irritante?", pensou ela, enquanto a raiva fervia dentro dela.

Victor, por sua vez, não conseguia deixar de pensar que, além de ser a garota mais bonita que já havia visto, ela era a mais estressada que ele já conhecera.

— Eu não perguntei seu nome.

— Além de folgada, também é mal-educada? Foi criada onde? Em um arsenal de armas? — O tom de Victor era desafiador.

— E você, com esse estilo e esse gorro ridículo? Cresceu aonde? No reformatório? Ou é só um cosplay? — Babi rebateu, cruzando os braços.

— É o meu estilo.

— Parece um cosplay de vândalo que deu errado.

— Oh, minha nossa, falou a anã gótica! — Ele zombou.

— É Bárbara!

— Tanto faz. — Ele desdenhou, claramente divertindo-se com a situação.

— Toma logo esse café. — Babi finalmente cedeu, cruzando os braços.

Victor observou a garota se afastar, ainda tentando entender o que acabara de acontecer. O confronto entre eles era uma mistura de irritação e atração, um prenúncio do que estava por vir.
《Flashback off》