case thirty nine:season two

Capítulo trezentos e quarenta e sete.

Second season:three hundred and forty-seven
★ Que se foda ★
<Victor Jones narrando>

Milena e Mob estavam dançando com Carol e Bak na pista, enquanto Melina e Arthur se encontravam num canto mais afastado da festa. Thaiga, por outro lado, estava ao meu lado, enchendo a cara.

— Você devia ir devagar. — Avisei, vendo-a tomar outro gole. Ela resmungou, claramente irritada. — Sério, Bia. Daqui a pouco você vai estar pulando nas cadeiras e dançando sem música... ou pior, se declarando pro namorado dos outros.

— Eu não vou me declarar pro Arthur! — Thaiga resmungou, fechando a cara. — Você devia beber também, vai te fazer bem. — Ela sugeriu, e eu balancei a cabeça negativamente.

— O quanto você já bebeu? — Ela perguntou, tentando mudar o foco.

— Nada. Eu tô dirigindo, lembra?

— Ah, qual é, se você beber um pouco, não vai fazer diferença.

— Se eu beber duas taças de vinho, vou ficar alterado, mas nada grave. O problema é que aí eu começo a falar coisas que não falaria sóbrio, embora nada muito sério. Agora, se eu passar disso, já era. Vou falar demais, fazer besteira e ficar carente.

— Então, pronto, bebe só as duas taças! Fica no seu limite. — Thaiga insistiu, e eu revirei os olhos. — Não vai me deixar aqui sozinha no meio de tanto casal por causa de qualquer garota, né? — Ela acrescentou, fazendo uma carinha de pidona.

— Vou, sim. — Dei de ombros, provocando-a. Ela me lançou um olhar mortal, e eu ri. — Tô brincando, Bia. Além do mais, nem tem garotas interessantes aqui nessa festa.

— Tem sim, a garota ali na pista. — Ela disse com um sorriso divertido, apontando com o queixo.

Olhei para trás e, claro, ela estava falando da Bárbara. Babi estava encostada na pista, com uma taça de champanhe nas mãos. Como sempre, ela estava linda. Isso tornava as coisas ainda mais difíceis de superar. Suspirei e voltei a olhar pra frente.

— Ela foi embora. — Menti, tentando me convencer disso também.

— Antes você disse que não se importava com ela ir embora. — Thaiga retrucou, sem me deixar escapar.

— Exato. Que se foda. — Respondi, tentando soar convincente.

— Ah, claro. Porque você parece super tranquilo com isso, né? — Ela debochou, arqueando as sobrancelhas. — Se você realmente não ligasse, não estaria todo bravinho agora.

— Ela tá com a amiga dela. Deixa ela. — Tentei encerrar o assunto, mas Thaiga não desistia fácil.

— Se o problema for a amiga, eu posso distrair a Gaby.

— Por que tá insistindo tanto? Você também estava irritada com ela por ter sumido.

— Estou, mas isso é algo que eu resolvo depois. Agora, o que me importa é que você passou o último mês inteiro pensando nela. Você disse que ela vale a pena. Então, vai lá e fala com ela.

— Eu não vou falar com a Babi.

— Por quê? — Ela perguntou, me encarando com aquele olhar típico dela, que eu já conhecia bem.

— Porque eu não fiz nada de errado. Foi ela que desapareceu sem dar nenhuma satisfação. Se alguém tem que pedir desculpas, é ela.

— Pelo menos tenta. — Thaiga insistiu, com um tom mais suave dessa vez.

No fundo, eu sabia como isso terminaria, mesmo que eu tentasse. Iríamos brigar, como sempre. E eu não estava com cabeça para mais uma discussão.

— Vou lá dançar. — Thaiga anunciou, se levantando repentinamente.

— Dançar? Você já tá bêbada? — Perguntei, arqueando as sobrancelhas.

— Não tô bêbada! — Ela respondeu firme, mas eu já conhecia essa expressão.

— Aham, dá pra ver... — Ironizei, e ela me ignorou, indo direto para a pista de dança.

Suspirei, tomei um gole do vinho seco e resmunguei baixinho. Talvez a Bianca estivesse certa. Antes que pudesse pensar demais, fui até onde Babi estava. Sem dizer uma palavra, segurei seu pulso.

— Você bebeu? — Ela perguntou, me analisando de cima a baixo.

— Não o suficiente. E você?

— Também não o suficiente. — Ela rebateu, e eu a puxei para um canto mais reservado. Talvez fosse melhor resolvermos isso logo.