Capítulo trezentos e dezessete

576 64 29
                                    

Second season:three hundred and seventeen
De você
{Tacoma, Washington}
<Bárbara Sevilla narrando>

Conforme o tempo passava, o efeito do álcool só piorava, e Victor estava cada vez mais fora de si. Eu resmunguei, sabendo que já deveria ter ido embora há muito tempo. Mas havia algo nele, como se fosse um imã invisível, que me puxava de volta, sempre para o seu abraço. E aquele abraço... me deixava arrepiada, acendia faíscas dentro de mim. Um turbilhão de sensações, todas boas. Eu queria me perder ali, naquele abraço, como se o tempo tivesse parado e só existíssemos nós dois.

E, ao mesmo tempo, eu odiava isso. Odiava o quanto eu gostava de estar perto dele, de sentir seu toque, seu sorriso, seu jeito leve e provocador. Era ridículo como eu podia estar completamente apaixonada pelo Victor. Naquele momento, eu admiti para mim mesma o que vinha negando há tanto tempo.

Eu nunca o odiei, nem por um segundo nesses últimos três anos. O que eu odiava era o que ele me fazia sentir. O efeito que ele tinha sobre mim, sobre meu corpo e meus sentimentos, me assustava. Victor despertava em mim algo que eu nunca havia experimentado antes. E isso me aterrorizava. Toda vez que eu tentei me entregar a alguém, falhei. Eu tinha medo de falhar de novo.

Eu precisava me livrar disso. Precisava esquecer o Victor. Mas sabia, no fundo, que eu não queria. Nunca. Porque, de todas as pessoas, ele era o único que nunca havia ido embora.

Puxei Victor para o quarto, onde ele praticamente desabou sobre a cama como uma criança exausta. Ah, pelo amor de Deus! Quem deveria estar magoada, se afogando em tequila e chorando pelos cantos era eu, não ele!

— Levanta — murmurei, tentando puxá-lo pelos braços.

— O que você vai fazer? — Ele perguntou com a voz arrastada.

— Eu devia estar em casa, Victor.

— Dorme comigo... — Ele segurou minhas mãos, com aquela voz embriagada e manhosa. Revirei os olhos, tentando me manter firme.

— Sabe o que você precisa?

— De você — ele respondeu. Eu quase sorri, mas me obriguei a voltar à realidade. Me recompus e cruzei os braços.

— Você precisa de um banho gelado.

Victor fez uma careta, mas antes que ele pudesse protestar, o arrastei para o banheiro e liguei a ducha fria. Com muita dificuldade, ele se despiu, ficando apenas de cueca. Quando a água gelada tocou sua pele, ele recuou, encolhendo-se de frio. Eu sabia que seria difícil.

— Tá muito fria, Babi — ele reclamou.

— É para te dar um choque de realidade — respondi, tentando me manter no controle. Mas então ele pegou meu pulso e me puxou para perto. Eu quase recuei.

Respirei fundo e cedi. Ele deitou a cabeça na minha clavícula, abraçando meu quadril enquanto a água fria escorria sobre nós dois. Minhas roupas ficaram encharcadas rapidamente, e o frio percorreu minha espinha, mas eu fechei os olhos, tentando ignorar o desconforto. Isso era por ele. Eu estava fazendo isso por ele.

case thirty nine:season twoOnde histórias criam vida. Descubra agora