Second season:three hundred and twenty
★ É uma festa beneficente ★
{Seattle, Washington}
<Madelaine Pierce narrando>Desci as escadas do prédio com um entusiasmo que eu não sentia há muito tempo. O ritmo acelerado dos meus passos combinava com a adrenalina que me invadia. A notícia de um grande evento, marcado para daqui a um mês, tinha chegado aos meus ouvidos - e isso significava uma única coisa: a chance perfeita para colocar meu plano em prática. Era minha oportunidade de finalmente descobrir a verdade sobre a morte do meu irmão. Um evento dessa magnitude, repleto de gente importante e influente, era exatamente o tipo de lugar onde segredos obscuros circulavam livremente. Mas, para isso, eu precisava ser cuidadosa. Sabia como ser discreta, afinal, isso sempre foi uma das minhas maiores habilidades. O perigo? Não era uma novidade para mim.
Desde a morte dele, uma sombra pairava sobre mim. A pergunta que me assombrava todas as noites permanecia sem resposta: Por que mandaram matar meu irmão? Ele sem querer estava envolvido em algo grande, algo que o tirou de mim e que eu precisava entender. Agora, um novo cenário se abria diante de mim. A festa seria o momento ideal para desvendar essa teia de mistério e dor.
Cheguei ao apartamento da Eliza, batendo a porta com força, sem nem me dar ao trabalho de anunciar minha entrada. Péssima decisão. Lá estavam Eliza e Diogo, quase se beijando, embora a tensão entre eles parecesse mais de discussão do que de romance. Ela usava apenas uma camiseta - e eu conhecia bem aquela peça: era do Diogo. Francamente, não me surpreendia. Esses dois estavam destinados a se pegar desde o primeiro olhar. "Amizade", claro...
Resolvi ignorar o clima. O que eu tinha para tratar era muito mais importante. Cruzei os braços e encarei os dois. Diogo rapidamente se afastou, tentando disfarçar a situação, enquanto Eliza parecia ainda mais constrangida.
- Eu... - Eliza começou a se justificar, mas ergui a mão, interrompendo-a.
- Nem tenta. - Balancei a cabeça e olhei diretamente para Diogo. - Você pode ir. Volte depois.
Diogo levantou as mãos em sinal de rendição, sem discutir. Sabia que quando eu estava assim, o melhor era obedecer. Eliza soltou um suspiro frustrado e passou as mãos pelo rosto, enquanto eu me servia de um pouco de chá gelado da sua geladeira.
- Nós não ficamos! - Eliza se defendeu, mas eu apenas tomei um gole do chá, sem pressa.
- Fascinante. Mas eu não falei nada.
- Eu jamais ficaria com alguém que a Ana já ficou. - Ela rebateu, quase ofendida.
- Te garanto que a Ana não se importa - repliquei, minha voz carregada de sarcasmo. Eliza estava tentando manter uma moral que ninguém mais seguia. Eu sabia que, no fundo, não era só sobre a Ana, mas sobre como Eliza estava presa a tantas regras que não faziam mais sentido.
- E o Diogo já ficou com você também - ela acrescentou, como se isso fosse alguma novidade ou uma razão válida para seu dilema.
Dei de ombros, como se fosse um detalhe irrelevante. Não era algo que eu realmente lembrava ou importava.
- E você é amiga de todas as garotas do prédio? Vai ficar se abstendo por causa delas também? - Debochei, ciente de que Diogo já tinha se envolvido com, no mínimo, noventa por cento das garotas por aqui. Ele não era exatamente exigente.
Eliza bufou, impaciente.
- O que você veio fazer aqui mesmo? - Sua voz estava cansada, mas curiosa.
- Ah, que bom que perguntou. - Meu tom ficou animado. - Surgiu um evento muito importante... e eu queria saber se você quer ir comigo até Tacoma?
Abri um sorriso simpático, e Eliza me olhou com desconfiança. Ela me conhecia bem demais para aceitar tudo assim, sem mais nem menos.
- Que tipo de evento? E por que eu teria que ir?
- É uma festa beneficente - menti, com a voz mais convincente possível. Eliza arqueou uma sobrancelha e se jogou no sofá, ainda desconfiada. - Olha, eu não queria ir sozinha, e sei o quanto você gosta de ajudar as pessoas, sabe como é... beneficente.
Eu inventei a desculpa com uma facilidade que quase me assustou. Quanto mais tempo passava, mais eu me tornava especialista em mentiras bem contadas. Não era algo de que eu me orgulhava, mas às vezes, sobreviver exigia isso. E eu, mais do que ninguém, sabia o peso de carregar uma verdade dolorosa demais para ser revelada.
No fundo, o evento em Tacoma não era apenas uma festa. Eu tinha planos. O passado do meu irmão, e como submundo o destruiu, estavam prestes a vir à tona. Era mais do que uma simples morte. Era uma execução. Alguém o quis morto e eu estava decidida a descobrir quem.
- Tá, eu vou com você - Eliza finalmente cedeu, sua voz cheia de resignação.
Eu só precisava que ela fosse uma distração.
![](https://img.wattpad.com/cover/291049161-288-k86442.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
case thirty nine:season two
FanfictionApós um mês de intensa investigação, a verdade finalmente vem à tona: a misteriosa mafiosa conhecida pelo codinome Ariel é revelada. Mas essa descoberta é apenas o começo de um jogo ainda mais perigoso. Bárbara Sevilla e Victor Jones agora enfrentam...