case thirty nine:season two

Capítulo duzentos e setenta e seis.

Second season:two hundred and seventy-six
★ Eu tô apaixonada por você ★
<Gabriel Di Laurentis narrando>

Fiquei pensativo com o que a Babi disse. Talvez ela estivesse certa. Se eu não desse atenção às baboseiras da minha mãe, quem sabe ela parasse.

Meus pensamentos foram interrompidos pela aproximação de Carolina, visivelmente embriagada. Babi se afastou, e eu fiquei ali, sem saber muito bem como reagir.

— Gabriel! — Ela disse, com uma voz arrastada.

— Carolina... — Respondi, desviando o olhar. Não conseguia encará-la de frente naquele estado.

— Eu senti sua falta. — Ela falou, e eu soltei uma risada leve, meio desconcertado.

— Quanto você bebeu?

— A bebida não tem nada a ver com o que eu sinto por você. — Ela respondeu, e, dessa vez, olhei diretamente para ela. — A bebida só tá me dando uma ajudinha. — Carolina gesticulou desajeitada.

— Você vai se arrepender depois. — Avisei, embora fosse eu quem estava com medo do que viria a seguir.

Pedi mais uma bebida, tentando convencer a mim mesmo de que a culpa de tudo isso era da bebida. Carolina ficou em silêncio por um momento, respirou fundo e, então, voltou a falar.

— Eu não menti quando disse que não sabia o que sentia por você. — Ela confessou, e eu balancei a cabeça, já sabendo que vinha algo complicado. — E eu... talvez, só talvez, eu tenha beijado meu ex.

— Ah, que ótimo. — Ironizei, sentindo um aperto no peito. — Era só isso?

— Não. — Ela respondeu e se aproximou mais, pegando minha mão.

Seu toque me causou arrepios. Eu conhecia bem aquele gesto dela, os dedos entrelaçando-se quando estava constrangida. Os olhos verdes dela me hipnotizavam. Mas o que ela acabara de confessar, sobre o Samuel, me atingiu como um soco. Mesmo assim, não era fácil simplesmente virar as costas. Gostar dela era mais forte do que isso.

— Espera, eu não terminei. Eu disse que não sabia...

— Então agora você sabe? — Falei, com um toque de sarcasmo, tentando esconder o incômodo.

— Sei... sinto sua falta, do seu beijo, do seu jeito, de como você sempre foi fofo comigo, mesmo quando eu fui uma babaca no começo.

Ela entrelaçou nossos dedos e, por um segundo, me perdi em seus olhos. Apesar do cheiro de vodca que ela exalava e da voz embolada, parecia sincera. Eu estremeci, tentando manter a compostura.

— Escuta, princesa...

— Eu tô apaixonada por você. — Carolina confessou, em um suspiro.

Olhei para ela, e levei um tempo para absorver o que ela havia dito. Paixão. Isso era real? Ela estava apaixonada por mim? Ou era só o efeito da bebida? Nossos olhares se encontraram, e havia uma intensidade que não dava para ignorar.

Ela se aproximou lentamente, quase selando nossos lábios. Suas mãos seguraram meu rosto, e, por um instante, eu me deixei levar pela situação. O beijo estava prestes a acontecer, quando uma voz familiar ecoou pelo bar.

— Isso aqui funciona? — Milena bateu no microfone com um sorriso sarcástico. — Eu queria cantar uma música. Ela é toda dedicada pro Mob.

E lá vamos nós...