Capítulo 33

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S O L A N G E  A G U I R R E

Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

— Presta atenção na aula Solange. — me cutuca e eu dou um pulo fazendo ela rir.

— Puta que pariu Yasmin.

— Tá pensando no meu irmão é?

— Menos Yasmin, bem menos. — a real é que eu estava mesmo pensando no Russo, mas não iria admitir isso para ela, de jeito nenhum.

— Admite logo Solange.

— Você está viajando Yasmin. — nego com a cabeça. — Presta atenção na aula aí vai.

Ouço sua risada e volto a minha atenção para o professor de anatomia, mas a realidade é que minha mente está vaga demais e eu só consigo pensar no Russo de graça com a vagabunda da Natascha.

Para Solange, só foi um sexo, não tem porque você se incomodar com isso, só foi sexo. O amor não existe e ele não é para você.

(...)

— To sentindo uma coisa estranha. — faz uma careta enquanto saímos do campus.

— Está com alguma dor? — ela nega. — Está sentindo o que então?

— Sei lá, uma sensação ruim, de que algo vai acontecer, não sei, to com medo. — ela suspira fundo. — Eu sou uma pessoa muito intuitiva Sol, todas vezes que me sinto assim, sempre tem alguma invasão no morro.

— Relaxa Yas, deve ser apenas cansaço pela manhã cansativa na faculdade, as aulas hoje foram um porre.

— É pode ser isso mesmo. — sorri fraco. — Toma cuidado na hora que for embora pro morro tá bom? — assinto e ela me abraça.

— Seu uber chegou amiga, vai na casa da Aninha se não se sentir bem em ficar sozinha, tia Rita saiu com seu pai de novo. — ela assente e entra no uber.

Assim que o carro some do meu campo de visão, giro os pés e caminho em direção ao shopping onde eu trabalho, vou andando mesmo já que não fica longe daqui.

— Boa tarde Sol. — Elda, minha patroa diz.

— Boa tarde senhora Elda. — sorrio.

— Senhora não, sou nava ainda menina. — rio. — Pode ficar sozinha hoje? Vou resolver umas coisas.

— Claro, não se preocupe. — ela sorri em agradecimento e sai da loja, me deixando sozinha.

(...)

Pra minha sorte o movimento na loja hoje foi tranquilo, fecho a loja e saio do shopping caminhando em direção ao uber que já estava me esperando, adentro o mesmo e ele segue com o carro até a Cidade de Deus, o que leva uns vinte minutos para chegarmos, pago pela corrida e saio do carro, subindo o morro acima. Quando estava a duas quadras de distância da casa da tia Rita, ouço barulhos de tiros e gritaria, meu coração acelera e eu congelo no lugar.

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