Capítulo 26

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R A F A E L  G A R C I A

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

Depois que a Solange soltou aquelas palavras sobre mim, eu fiquei sem reação e eu perdi a vontade total de ficar nesse baile, sai pra fora da quadra e montei na minha moto indo em direção a boca principal, eu vacilei pra caralho, e to perdendo algo que nem chegou a ser meu ainda, puta que pariu Russo tu é um vacilão.

Estaciono a moto em frente a boca e adentro a mesma me jogando no sofazinho que tinha ali, pego um baseado já bolado no meu bolso e acendo o mesmo levando até a boca, dou uma tragada soltando a fumaça em seguida.

•••
— Fala Russo. — me encara e eu rapidamente desvio meu olhar de suas olhos azuis e paro na sua boca.

Mordo meu lábio inferior e mesma estreita os olhos para mim, em um ato rápido a puxo pela nunca grudando nossos lábios de uma só vez, de início ela tentou relutar mas logo acabou cedendo ao beijo e quando me dei conta minha língua estava explorando cada canto de sua boca, seus lábios eram macios e seu beijo tinha gosto do gloss que ela havia passado, caralho.
•••

— Porra de beijo do caralho. — respiro fundo e dou mais uma tragada no baseado.

•••
— Só um boato? É porque não foi você que recebeu comentários horríveis em sua  foto, não foi você que quando andava pela rua ouvia um "vem ser minha puta também gostosa". — se solta de mim. — Você é um idiota e eu não me canso de falar isso, você só pensa em si mesmo e se tivesse pelo menos um pingo de compaixão já teria avisado todo mundo que eu sou apenas a sobrinha da sua madrastra e teria desmentido faz tempo sobre esse boato, mas nem isso você fez.
•••

— Vacilou feio Rafael, vacilou feio..

Depois de fumar uns três baseados seguidos em meio aos pensamentos voltados para a loira, meu celular começa a tocar, olho no ecrã vendo que era a Yas.

Início de ligação.
— Solange tá brigando com a Natascha, Luís pediu pra te chamar, falou que não vai resolver seus b.o sozinho.
— Já to indo.
Fim de ligação.

Levanto do sofá no pique e corro pra minha moto, acelerando a mesma de volta para o local do baile.

(...)

Chego na quadra passando por todo mundo e indo pra aglomeração de pessoas, onde certamente estava acontecendo a briga. Pra minha supresa quando chego, quem está levando uma surra é a Natascha, nego com a cabeça antes de gritar.

— QUE PORRA TÁ ACONTECENDO AQUI? — todo mundo se assusta, menos a loira que ainda estava com as mãos grudadas no cabelo da Natascha.

— Recado tá dado. — solta a Natascha com tudo no chão e me encara. — Não está acontecendo nada Russinho. — fala debochada e caminha até o LP. — Bora, quero encher a cara.

Caminho até os dois e cruzo os braços.

— Vou acabar com o baile, já deu confusão demais. — Sol me fuzila com o olhar, cacete, como é que pode ficar tão linda até quando está com raiva?

— Vai acabar o caralho Russo, o baile só está começando, então sossega aí e tira aquela vagabunda daqui. — aponta com a cabeça para a Natascha que estava sendo ajudada a levantar do chão.

Antes que eu pudesse retrucar ela sumiu de minha vista em instantes junto com o LP. Puta que pariu, essa mulher me deixa doido.

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