Capítulo 112

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S O L A N G E  A G U I R R E

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

— E é por isso que você precisa voltar para a Califórnia..

— Não! — aumento o tom de voz. — Eu não posso ir.. meu lugar é aqui.

— Seu lugar é onde estiver segura.

— Estou segura aqui, com o Russo. — aperto a mão do Rafael.

— Acredite, não está!

— Já está decidido, eu não vou! — vejo meu pai respirar fundo pela quarta vez, sei o quão irritado ele já está.

— Solange, eu não estou com paciência para a suas birras de uma adolescente mimada, então trate de arrumar suas malas agora. — vocifera.

— Adolescente? Desculpe, mas já passei dessa fase tem uns dois anos quase três, não é mais o senhor quem decide por mim!

— Mas eu ainda sou o seu pai, então vamos para casa. — reviro os olhos.

— Aqui é a casa dela. — Russo fala.

— Você não se intromete, seu..

— Acho melhor você nem terminar a frase. — rosno e ele me encara. — Você não está no direito de ofender ele com suas palavras, sendo que vocês trabalham juntos! Peça desculpa para a mamãe por mim, mas daqui eu não saio.

— Você não cansa né? — arqueio a sobrancelha. — Sempre fazendo as escolhas erradas, sendo a filha desobediente.

— Por incrível que pareça pela primeira vez na vida, essa decisão que tomei não foi para chamar sua atenção. — meu pai engole em seco. — Você sempre pegou no meu pé, foi rude comigo e me tratava com indiferença.

— Solange, eu..

— Não! Agora você vai me escutar. — meu pai se cala. — Tudo o que fiz, desde ferrar com os seus jantares até ter inúmeras tatuagens espalhadas pelo o meu corpo, quebrando todos os tabus que você impôs dentro de casa, foi para ver se você me notava e me dava mais um pouco de atenção! Confesso que fiquei irritada quando você me obrigou a vir passar um tempo no Brasil, mas hoje sou grata. — encaro Rafael com um sorriso nos lábios. — Se não fosse por isso, eu não teria encontrado o Russo e não teria conhecido a doida da Yasmin. — sorrio com lágrimas nos olhos. — Eu não vou deixar que você. — aponto para o meu pai. — Acabe com a minha felicidade!

— Sua mãe, ela..

— Vamos lidar com a fera. — encaro minha irmã que estava no topo da escada. — Eu nunca vi a minha irmã tão feliz, pela primeira vez em anos ela não está decidindo para chamar sua atenção. Aqui realmente é lugar dela! Não tire o pouco de felicidade que resta nela. — me encara. — Gosto dela assim, sorridente!

— Candace, você não entende..

— Eu já sei de tudo papai, então não venha me dizer que eu não entendo de nada, porque a maior parte da sua vida você ficou trancando naquela merda de escritório e nem sabe ao menos como foi o nosso crescimento. Nós te conhecemos, mas você sabe tão pouco sobre nós. — Candace caminha até mim e entrelaça nossas mãos. — Eu não posso deixar que você tire o sorriso verdadeiro do rosto dela. — ri pelo nariz, e eu sorrio.

Meu pai nos encarava atento, ele parecia estar tentando assimilar tudo o que acabou de ouvir de suas duas únicas filhas, com certeza nossas palavras tiveram algum impacto sobre ele, e pela primeira vez eu vejo que conseguimos o afetar com isso.

— Tudo bem! Eu deixo você ficar.

— Mesmo se não deixasse, eu iria ficar. — resmungo e minha irmã deposita um tapa em minha cabeça.

— Você que se entenda com a sua mãe. — aponta o dedo para mim e logo desvia seu olhar para o Russo. — E você, toma conta da minha filha, se algo acontecer com ela..

— Nada vai acontecer, relaxa aí. — Russo o interrompe.

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