Capítulo 147

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R A F A E L G A R C I A

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.
1 semana depois.

— Russo.. — LP entra na boca com tudo. — Meu primo ele.. — diz ofegante.

— Teu primo o que merda? Não vai me dizer que ele..

— Ele conseguiu descobrir onde o Tucano está com a Sol. — sorrio.

— Vamos lá agora mano, já aciona todo mundo aí tio.

— Tá louco cara? — indaga e eu o encaro confuso. — Temos que fazer o bagulho direito pra não dar errado mano, se liga, acho melhor ir só eu, tu, o Titto, Pedrinho e o teu pai pra fazer o resgate da loira. E o Vitinho que vai levar a gente até o Dendê.

— Ele levou ela lá? — LP assente. — E tu acha mermo que só cinco caras vão dar conta de uns trinta?

— É um risco que nós tem que correr Russo, não podemos confiar em ninguém além de nós cinco não. Não podemos bobear e perder a oportunidade de conseguir pegar a tua mina de volta.

Pensando por esse lado, LP tava coberto de razão.

— Vou mandar mensagem pra todo mundo ir lá na casa do meu pai, já tenho um plano bolado.

Não posso cantar vitória antes da hora, mas não tem como conter a felicidade de que eu vou ter minha loira de volta.

(...)

— Vocês dois estão loucos? Temos que ir em pelo menos uns dez, não vamos dar conta.

— Concordo com o Titto mano, precisamos de uma galera pra dar cobertura pra gente. — Pinguim fala.

— LP acha mais seguro se for só nós tio, pra não correr o risco de ter mais um x9 tá ligado? — explico.

— Vamos morrer em cinco minutos, assim não dá. Bora fazer assim, amanhã uma hora antes da gente vazar pro Dendê cada um escolhe um soldado e pronto, sem erro. — meu pai sugere.

— Então é isso, amanhã às dez em ponto. — falo.

— Por que a noite? — Titto pergunta.

— Eles não vão esperar por um resgate a esse horário, vão estar praticamente despreparados. Mas por precaução, meu primo vai ajudar a gente a entrar lá suave. — LP responde.

— E se aquele puto descobrir e fugir? — Titto da um tapa na cabeça do Pinguim.

— Ele não vai fugir.

(...)

Morro do Dendê, Rio de Janeiro.
Sábado.

— Vocês entenderam o que é pra fazer? — todos assentem. — Vamo cercar esses filho da puta, mete bala sem dó, se ver o Tucano tiro na cabeça na hora demoro?

— Cadê aquele puto do Renato? — LP pergunta.

Escutamos um barulho de tiro, merda.

— Bora, bora. Eles já sabem que estamos aqui. — falo saindo da van. — O foco é pegar a loira. — aviso.

Não demorou muito para que mais homens do Tucano aparecessem e isso aqui virasse uma troca de tiros sem fim, Renato fazia a minha cobertura enquanto eu tentava entrar na casa, vejo de relance o Tucano tentar escapar pelos fundos.

Mas nem fodendo que eu vou deixar esse puto fugir, ajeito meu fuzil e miro no mesmo que tentava pular o muro, estava prestes a apertar o gatilho e acabar com aquele filho de uma puta.

— Rafael, você tá aí fora? — grita com a voz trêmula me fazendo perder completamente o foco.

Rolo os olhos pelo local e não a vejo, percebo que o Tucano já havia conseguido escapar.
Droga.

— Rafael.. — ouço sua voz novamente e não penso duas vezes em adentrar o local.

— Loira onde tu tá? — ela não responde.

Um sorriso se forma em meus lábios ao ver a mesma sair de uma das portas do corredor, ela me encara aliviada e vem correndo para os meus braços. Dou um cheiro em seu pescoço e a mesma me aperta com força. Me afasto enquanto ela sustentava nossos olhares, antes de grudar nossas bocas.

Suspiro aliviado durante o beijo ou sentir o toque de seus lábios, que me fez tanta falta nesses dois últimos meses.

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