Capítulo 37

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S O L A N G E  A G U I R R E

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

Minha respiração estava ofegante, minhas mãos tremendo, meu coração parecia que ia sair pela boca.

Eu atirei em uma pessoa.

— Solange. — LP me cutuca me tirando do transe. — Cadê o Russo?

— No beco. — minha voz sai baixa.

— Como que tu foi levar um tiro seu filho da puta? — encaro Russo que sorri para mim antes de apagar.

Com lágrimas nos olhos caminho rapidamente até o beco em que o Russo estava, checo seu pulso e o mesmo estava praticamente parando.

— CHAMA LOGO ALGUÉM PORRA, ELE VAI MORRER. — grito e o Luís arregala os olhos. — Você não pode morrer seu filho da puta. — as lágrimas escorriam pelo meu rosto. — Por favor Rafael..

— Puta que pariu mano. — Titto chega junto com mais dois caras e eles pegam Russo o colocando pra dentro do carro e indo direto para o postinho do morro.

— Vem Sol. — toca o meu ombro. — Vou te levar pra casa.

— O Russo.. — minha voz sai embargada.

— Ele vai ficar bem Solange, não é a primeira vez que ele leva um tiro. — diz calmo me puxando pelo braço.

— Que porra aconteceu aqui LP? — Digão pergunta irritado. — Que caralho ela está fazendo com a arma do Russo? E cadê ele?

— Entra, eu converso com ele. — cochicha no meu ouvido e eu assinto.

Entro pra dentro de casa e as lágrimas não paravam de escorrer pelo meu rosto, minha tia estava andando de um lado para o outro e assim que me vê corre em minha direção.

— Menina, eu estava tão preocupada com você. — ela faz uma pausa ao ver a arma em minha mão. — Sol..

— Tia, o Russo.. ele.. ele levou um tiro tia. — solucei. — Eu.. eu.. eu atirei em uma pessoa, eu matei uma pessoa.

— Me da isso aqui. — tira a arma levemente da minha mão e me guia até o sofá. — Me conta o que houve querida.

Respiro fundo, mas meus pensamentos estão todos voltados para o Rafael.

— Eu quero ver o Russo. — ela nega. — Por favor tia, ele levou um tiro porque se distraiu comigo. Eu preciso ver ele, por favor. — imploro.

— Você precisa de um banho Sol e precisa relaxar. — acaricia meus cabelos.

Nesse instante Yas entra que nem um furacão pra dentro de casa e suspira aliviada ao me ver.

— Pensei que tivesse acontecido alguma coisa com você. — caminha até mim e se senta ao meu lado.

— Me leva pra ver o Rafael, Yasmin por favor. — a encaro.

— Ele vai ficar bem amiga. — fala com tranquilidade e me abraça. — Esse não é o primeiro tiro que ele leva em uma invasão.

— Eu chequei o pulso dele Yas, estava quase parando. — falo com dificuldade.

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