Capítulo 72

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S O L A N G E  A G U I R R E

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

Termino de me secar com a toalha e me enrolo na mesma, saindo do banheiro e dando de cara com o Russo deitado na minha cama pensativo.

— Vaza. — ele me encara.

— A gente pode conversar?

— Tenho que me arrumar pra sair com o Thiago, então não. — ele bufa, mas ainda permanece deitado em minha cama. — Será que você por gentileza, pode sair do meu quarto? — debocho e ele levanta.

Caminho até a minha cômoda achando que Russo estava fazendo o que eu pedi, mas sou supreendida com o toque de sua mão na minha cintura.

— Qual é loira, vai mesmo sair com aquele velho? — sussurra em meu ouvido e eu mordo os lábios com força, não posso cair na tentação.

— Velho que fode bem. — falo depois de alguns segundos, pego uma calcinha na gaveta e tiro minha toalha.

— Puta que me pariu. — murmura e eu sorrio de lado colocando a minha calcinha de renda preta.

— Vou ter que pedir de novo? — me viro de frente para ele e seu olhar cai sobre os meus seios expostos. — Perdeu. — pisco e caminho até o meu guarda roupa.

Pego uma calça e coloco a mesma, decido por uma blusinha de manga longa já que hoje está mais friozinho do que os outros dias.

— Solange. — reviro os olhos e o encaro de braços cruzados. — Toma cuidado, demoro? E avisa a hora que chegar vai ter um menor te esperando pra te acompanhar até em casa. — assinto e ele sai do meu quarto com a cara fechada.

(...)

— Oi. — sorrio gentilmente entrando no carro do Thiago.

— Eai, linda. — sorri. — Podemos ir? — assinto e ele da partida no carro.

— Desculpa por não poder subir. — falo tímida. — São regras do morro.

— Não gosta de morar aí? — me olha de relance.

— Não é isso, é que desde que teve uma invasão repentina a segurança só aumentou, principalmente em mim. — reviro os olhos.

— Por que em você? — pergunta interessado.

— Podemos não tocar nesse assunto? — sorrio fraco e o vejo assentir.

Evito ao máximo falar do que rolou naquela invasão, eu matei um dos melhores amigos e braço direito do dono do morro rival, acho que é por isso que a minha segurança também aumentou, espero nunca me encontrar com esse tal de Tucano.

Em uns vinte minutos já estávamos em frente a casa da dona Elda, descemos do carro e eu segui Thiago para a entrada da casa.

— O mãe. — fala um tanto alto.

— Aqui na cozinha filho. — seguimos até a cozinha e o cheirinho da comida da dona Elda fez minha boca salivar.

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