Capítulo 145

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S O L A N G E A G U I R R E

Corro para o banheiro às pressas, soltando tudo o que eu havia comido no vaso sanitário.
Já é quinta vez, em dois dias.

— Solange?

— No.. — torno a vomitar, Thiago entra no banheiro e me ajuda, segurando os meus cabelos.

— Vou comprar um teste de gravidez para você. — nego. — Lógico que sim tio, tu tá vomitando desde anteontem.

— Não estou grávida Thiago! — falo convicta, ou pelo menos tento ser.

— Solange, esqueceu que sou formado em enfermagem? Conheço muito bem os sintomas que você anda tendo..

— Eu. Não. Estou. Grávida. — falo pausadamente e ouço o Thiago suspirar. — Por que não volta a encher o saco do Russo com ligações anônimas para pedir o comando da Cidade de Deus em? — pergunto irritada.

— Eu só me preocupo..

— Por favor. — peço indo até a pia. — Não me venha com essa.

— Mas é a verdade, o fato de estar te mantendo presa não significa que eu não preocupo contigo. — reviro os olhos sem que ele veja. — Quer pegar um ar lá fora? — encaro o mesmo com a sobrancelha arqueada.

— Você tá falando sério? — ele assente. — Isso não faz parte de um plano seu não né? — ele nega.

— Não confia em mim? — faço uma careta. — Tá, não precisa responder.

— Ótimo. — falo debochada.

— Se continuar as com deboche desisto de te deixar ver o céu. — diz sério e eu engulo em seco.

Saímos do banheiro seguindo direto para a porta do quarto, Thiago destranca e depois de um mês, essa é a primeira vez que vou para outro cômodo dessa casa.

Passamos pela sala onde tinha dois homens sentados no sofá, mas Thiago freia os pés assim que sua foto aparece na tela da Tv.

— Depois noites em claro tentando solucionar o caso de Solange Aguirre, Emília Nakada descobre que Tucano nada mais é do que Thiago Barbosa de Alcântara, filho da patroa da jovem de dezenove anos.

Me lembrem de agradecer essa Emília assim que eu sair daqui, não consegui conter o sorriso.

— Vamos mudar de local, agora. — vocifera e meu riso se desmancha na hora.

— Por que temos que mudar? Não me diga que você foi burro a ponto de me trazer para uma casa no meio da cidade? — ele permanece em silêncio. — Achei alguém mais burro que o Russo. — murmuro e Thiago me fuzila com o olhar, me causando arrepios de medo da sua expressão.

— Agilidade nessa porra, temos que sair daqui antes da polícia chegar. — vocifera e caminha até mim, me puxando pelo braço.

— Onde nós vamos? — ele não responde. — Thiago!

— É Tucano porra. — rosna. — Não estou com tempo para as suas perguntas e muito menos para as suas gracinhas, então não me subestime Solange. — me guia até o seu carro, Thiago abre o porta malas e eu o encaro de olhos arregalados.

— Tá me zoando né? — ele nega. — Eu tenho claustrofobia Thiago. — falo baixo e ele respira fundo.

— Tem clorofórmio no porta luvas, inala novamente. — diz seco e eu dou a volta pelo carro, entrando no banco do carona.

Pego o clorofórmio no porta luvas e inalo o mesmo, sinto meus olhos pesarem como da primeira vez e então eu apago.

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