Capítulo 156

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R A F A E L G A R C I A

Barra da Tijuca,Rio de Janeiro.

Assim que pisei os pés no quarto de hospital, um arrepio sobe pelo meu corpo, como se eu sentisse a presença de mais alguém ali, mas só estava eu e a Solange cheia dos aparelhos em volta dela.

Caminho até a mesma e me sento na cadeira que tinha ao lado de sua cama, pego a sua mão.

— Me desculpa. — começo a chorar. — Tudo isso é culpa minha, era pra eu ter levado o tiro e não você. — beijo a sua mão, sinto novamente um arrepio percorrer pelo meu corpo. — Se você não tivesse entrado na frente, talvez.. talvez o nosso bebê ainda estaria dentro de você. — soluço.

Depois de todas aquelas palavras que o meu pai jogou na minha cara ontem, me fez abrir os olhos da merda que eu estava fazendo e se de alguma forma ela acordasse, não iria gostar nada de saber como eu fiquei na sua ausência.
Eu perdi a razão, por medo de perdê-la.

E é por isso que estou aqui hoje, amanhã é o dia que vão desligar os aparelhos e só de imaginar que ela desista de viver, isso acaba comigo.

— Eu preciso de tu loira.. — faço um leve carinho em seu rosto. — Por favor, não desista, por mim, por nós! eu.. — minha voz sai trêmula. — Eu não vou aguentar sem tu aqui não, eu te amo e preciso que você viva! Tu é meu ponto de equilíbrio, tu me faz andar na linha.

Os aparelhos começam a apitar e o desespero toma conta de mim, não entendo porra nenhuma, mas sei que coisa boa não é. Saio de imediato para fora do quarto pedindo por ajuda, em instantes enfermeiros e médicos correm para dentro do mesmo.

— Desculpa moço, mas você não pode entrar. — diz a enfermeira me encarando. — Fique na sala de espera, por favor. — pede e concordo sem retrucar.

Me sento em uma cadeira de canto, encosto minha cabeça na parede e fico divagando em meus pensamentos.

•••
— Rafael.. — hesita.

— O que foi linda?

— Acho que estou apaixonada por você. — fala me encarando.

— Ué, mas não era você que não acreditava no amor? — tiro uma com a sua cara e a mesma revira os olhos.

— Eu pensei que o amor não era para mim, até que eu te conheci. — abro um sorriso bobo e selo nossos lábios em um beijo calmo, essa mulher me fez perder a pose de bandido desde o dia que a vi no aeroporto.
•••

— Moço. — sinto uma mão me cutucar, balanço a cabeça saindo dos meus devaneios. — Ela acordou. — sinto todos os músculos dos meu corpo relaxarem ao ouvir isso. — Aparentemente está tudo bem agora, mas ela ainda passará essa noite em observação. Quer ir ver ela? — assinto, sigo com a enfermeira de volta para o quarto e a mesma se afasta, me deixando sozinho com a Solange.

— Caralho, tive tanto medo de te perder. — caminho até ela que me encarava confusa. — Tu me deu um susto da porra mano, eu te amo tanto e..

— Quem é você?

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