Capítulo 123

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S O L A N G E A G U I R R E

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

É de partir o coração vê-la nesse estado, tão desestabilizada emocionalmente.

— Ele prometeu que iria voltar pra casa Sol. — Yasmin enquanto soluçava contra o meu ombro.

— Ele vai ficar bem Yas. — acaricio seus fios escuros.

— O Russo e se ele..

— Não pense no pior Yasmin, temos que ser otimistas. — respiro fundo. — Eu vou conversar com ele depois.

— Vocês vão brigar.

— Não importa, só ele não enxerga que o Juninho é quem está por trás de tudo.

— Não conta pra ele da gravidez tudo bem? — me encara e eu assinto. — Nem consigo imaginar o que ele pode fazer ao descobrir que o Titto me engravidou.

— Não vou contar, fica tranquila.

— Eu sabia que o Felippe não deveria ter saído de casa hoje, eu senti que algo iria acontecer. Eu senti Sol!

— Yasmin, você precisa se acalmar! Não faz bem para o bebê você ficar nervosa.

— Eu só queria que tudo isso fosse um pesadelo. — sinto ela soltar o ar que prendia contra a minha pele.

(...)

Já era quase sete da noite, depois de tanto chorar e comer uma sopa que a Emma preparou, Yasmin caiu em um sono pesado. Fecho a porta do seu quarto e suspiro fundo, eu sei que o Titto é inocente, mas meu namorado é burro demais e deu confiança para um inimigo.

— Ela dormiu? — LP perguntada e eu balanço a cabeça positivamente.

— Vocês podem mesmo passar a noite com ela hoje? Vou conversar com o Russo.

— Loira, vai ser briga na certa se tá ligada.

— To pouco me fodendo Luís, Rafael tá dando muita confiança pra esse Juninho.

— Faz o que tu quiser, mas vai dar treta e você sabe.

— Qualquer coisa vocês me mandam uma mensagem? — encaro Emma e LP que assentem para mim.

Saio da casa e decido subir a pé mesmo, chego em dez minutos, dando de cara com o Rafael sentado no sofá.

Reviro os olhos ao ver que o Juninho estava do seu lado.

— Pode nos dar licença? — peço ríspida encarando Juninho, que assente e se despede do Russo com um toque de mão.

Cruzo os braços assim que vejo o mesmo sair pela porta, Rafael arqueia a sobrancelha para mim.

— Que foi em?

Solto uma risada sarcástica.

— O que foi? Tu é burro ou se faz porra? — vocifero. — Será que tu não vê que esse cara que tu chama de amigo tá armando pra tu?

— Não começa..

— A eu vou começar sim! — digo firme. — Abre o olho Rafael, Juninho não é seu amigo não! Ele armou pro Titto duas vezes e só tu não tá vendo isso cara.

— Eu vi com os meus próprio olhos o Titto fazendo o desvio da carga de droga Solange.

— Foi armação do Juninho..

— ARMAÇÃO MEU PAU TIO, SE TOCA. — grita e eu arregalo os olhos. — Namoral loira, não to afim de briga não!

— A questão Rafael, é que enquanto tu der confiança pra esse filho da puta do Juninho, você vai acabar brigando com todo mundo, inclusive comigo.

— Juninho é parceiro, já falei.

— Se eu te contar que ele deu encima de mim aquele dia no pagode tu acredita? — ele nega, e de alguma forma isso me chateia. — Foi o que eu pensei.

— Solange.. — me chama pelo nome e eu nego com a cabeça subindo as escadas até o segundo andar.

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