Capítulo 61

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M I G U E L  A G U I R R E

Califórnia, EUA.

— Se acalme querido, talvez tenha sido apenas uma voz parecida. — respiro fundo, não era apenas uma voz parecida.

— Eu nunca me engano, Larissa. — coço meu queixo. — Era ele.

— Acha que ele vai tentar fazer algo com a Sol? — nego. — Então por que essa preocupação toda?

— Se a Solange está mesmo morando na Cidade de Deus e na mesma casa que o Diego Garcia, falta isso aqui. — gesticulo com a mão. — Para o Tucano descobrir que minha filha está no Brasil. — respiro fundo. — Temos que trazer ela de volta Larissa, agora.

— Eu estou cansada de apenas saber o básico desses seus mistérios. — me encara. — Preciso saber de tudo. — cruza os braços me encarando, engulo em seco, ninguém faz ideia que sou contrabandista de armas.

— Senta aqui. — aponto para a cadeira a minha frente, minha esposa caminha até a mesma e se senta, mantendo a postura reta e séria. — Não surta tudo bem?

— Por que eu surtaria? — arqueia a sobrancelha.

— Eu não sou um simples homem de negócios Larissa. — ela me olha confusa. — Eu contrabandeio armas. — ela arregala os olhos. — Eu vendia meus produtos para o Tucano, que faz parte do TCP, mas recebi uma oferta melhor do Diego que comandava o CV e respectivamente a Cidade de Deus na época, e eu passei a ser o fornecedor de armas dele. Tucano não gostou da ideia de ser trocado pelo seu maior rival. — suspiro. — São duas facções poderosíssimas que vivem entrando em conflito, quando Tucano descobriu que eu trabalhava para o Diego, ele ficou enfurecido e disse que as coisas não ficariam fáceis para o meu lado a partir dali, se ela souber que a minha filha está no Brasil, ou pior, está morando no morro rival, ele não vai pensar duas vezes em fazer vingança contra mim. — o silêncio de minha esposa estava me deixando aflito, seu rosto não demonstrava nenhuma reação. — Larissa fala alguma coisa.

— Da um jeito nisso. — se levanta.

— Como?

— Se vira Miguel, por causa do seu trabalho sujo, você colocou a vida da nossa filha em risco. — aponta o dedo em minha direção. — Vai até o Brasil trazer a minha Sol de volta.

— Não vai ser fácil, Rita disse que ela está amando morar lá.

— EU NÃO QUERO SABER MIGUEL, SÓ QUERO A MINHA FILHA PROTEGIDA AO MEU LADO. — grita e eu engulo em seco. — Se alguma coisa acontecer com ela.. — fecha os olhos com força tentando conter o choro. — Eu nunca vou te perdoar Miguel, NUNCA.

— Larissa, eu..

— Da um jeito nessa merda. — diz por fim saindo da minha sala às pressas.

— Inferno. — bufo irritado.

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