R A F A E L G A R C I A
Morro do Dendê, Rio de Janeiro.
Tento manter a calma vendo a Solange sangrar sem parar pela barriga, mas me desespero assim que ela fecha os olhos.
Pego meu radinho na cintura e quase derrubo o mesmo pelo fato das minhas mãos estarem tremendo.
— Manda.
— Solange levou um tiro, preciso de ajuda aqui LP. AGORA! — grito.
Pisco os olhos sem parar, tiro minha camisa e coloco sobre o local que a bala foi atingida estancando o sangue que insistia em sair. Meu pai e LP entram em instantes dentro da casa, os dois vem rapidamente até mim.
— Ela precisa de um hospital particular, a Upa não é apropriado para a situação dela. — meu pai fala e eu engulo em seco. — Eu e Vitinho vamos levar para o hospital, tu. — aponta para mim. — Vai voltar para o morro.
— Eu vou junto. — digo firme.
— Vai um caralho, tu vai voltar para o morro e ponto. Depois que tu tiver apresentável te mando a localização e tu vai no hospital, jaé? — assinto contragosto. — Bora LP, me ajuda a levar a Solange até a van, estamos perdendo tempo.
Observo meu pai e LP sair com a loira para fora da casa, me deixando a sós com os meus pensamentos.
Ela tem que ficar bem porra.
Esfrego meu rosto com as mãos completamente nervoso, respiro fundo e saio para fora da casa, encontrando Carlinhos que me esperava encima de uma moto, caminho até o mesmo e monto na garupa sem dizer nada.
Carlinhos acelera e o caminho de volta para a Cidades de Deus, foi torturante, o medo de perder ela me consumiu por completo.
(...)
Cidade de Deus, Rio de Janeiro.
— Russo se acalma.
— Não da Rita, não dá. — vocifero. — Já se passa das duas da manhã e nada do meu pai me mandar a porra da localização.
— Bora Russo. — entra com tudo na casa do meu pai. — Fiz pressão no Pinguim e ele vai levar a gente no hospital.
Dou um pulo do sofá e sigo a Cand até o carro do Pinguim.
— Se eu me ferrar por causa disso, eu mato vocês dois.
— Quem manda nessa porra sou eu, então cala a boca e vai logo pro hospital.
— Calma ai estressadinho. — reviro os olhos.
Pinguim da partida no carro e demorou exato doze minutos até estarmos em frente ao Hospital Vitória, na Barra. Pinguim mal estaciona o carro e eu já pulo pra fora do mesmo, adentrando o hospital.— O que tu tá fazendo aqui? — meu pai pergunta ao me ver.
— Como ela está?
— Por sua culpa ela..
— Já chega Miguel, vai respirar ar fresco vai. — pede impaciente e eu deduzo que seja a mãe da loira.
Miguel bufa e sai para fora do hospital, solto um riso de lado vendo que a loira puxou para a mãe com o seu jeito mandão de ser.
— Desculpa pelo meu marido, sou a Larissa mãe da Sol. — estende a mão para mim e eu retribuo o cumprimento.
— Sou o..
— Parentes de Solange Aguirre? — caminho rapidamente até o médico.
— Sou o namorado.
Larissa e meu pai param ao meu lado.
— A cirurgia foi complicada e delicada, já que a bala comprometeu outros órgãos da paciente. Diria que é um milagre ela estar viva. — engulo em seco.
— E como ela está agora?
O médico hesita e eu já espero pelo pior.
— Ela está em coma e infelizmente não conseguimos salvar a vida do bebê.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sublime Amor [M] ✓
RomanceSolange Aguirre, uma bela moça no auge dos seus vinte anos que ama a liberdade e adora quebrar todos os tabus impostos por seu pai, que devido aos seus atos rebeldes tem como consequência, morar com a sua tia no Brasil. Onde é obrigada a viver uma r...