S O L A N G E A G U I R R E
Cidade de Deus, Rio de Janeiro.
Dia seguinte.Eu não preguei os olhos ainda, Rafael faz falta na cama e eu não consigo mais dormir sem ele aqui comigo. Eu vacilei, vacilei e muito por ter mentido.
Mas ele também tem uma parcela de culpa em várias coisas, como, duvidar de mim se eu contasse a ele que o Juninho tinha dado encima de mim.
Aliás, não duvido nada que esse filho de uma puta não tenha dedo nisso, já que quem estava na barreira na sexta feira era o próprio Juninho.
Suspiro frustrada, levanto da cama e caminho até o banheiro do nosso quarto, tiro meu pijama jogando o mesmo no cesto de roupa suja. Ligo o registro do chuveiro e entro embaixo do mesmo, deixando a água morna cair sobre o meu corpo, permitindo que a mesma molhasse meus cabelos loiros.
•••
— Tu não confia em mim, é isso. Essa é a realidade Solange, da pra ver que tu não me conhece nada por achar que iria surtar desse jeito.(...)
— Não tio, isso é demais pra mim! Tu tem certeza que me ama mesmo cara?
•••Soluço novamente enquanto essas duas falas de Rafael martelavam na minha mente, eu fui um idiota por ter mentido, mas ele foi um babaca por desconfiar do meu amor por ele.
Eu o amo, como eu nunca havia me permitido amar alguém antes, arrisco a dizer que ele de fato, é o meu primeiro amor, e quando ele desconfiou do que eu sentia, me quebrou por dentro.
— Solange tu tá aí a uma hora tio, tem faculdade não? — bate na porta me tirando do transe.
Apenas desligo o chuveiro em resposta, puxo a toalha que estava estendida no topo do box e me seco com a mesma, enrolando ela no meu corpo. Saio do quarto e suspiro, vendo que o Russo não estava mais ali. Caminho até o guarda-roupa vendo uma foto nossa colada na porta, sorrio já sentindo as lágrimas nos meus olhos novamente.
Visto uma roupa qualquer, pego minha mochila e celular, desço as escadas até a cozinha, pego uma xícara de café e a encho bebendo em um gole só. Em momento algum Rafael direcionou o seu olhar para mim, o mesmo terminou de tomar o seu chá e eu o observei ir em direção a porta da cozinha, mas freia os pés assim que eu o chamo pelo nome.
— Eu te amo.
Engulo o choro em seco assim que o mesmo sai sem me de dizer nada, bebo mais uma xícara de café e saio de casa, Pedrinho já estava me esperando em sua moto para me levar até o campus da faculdade.
(...)
Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Eu estava com a cabeça em outro lugar e pra piorar a bateria do meu celular acabou, e já está quase na hora da loja fechar e não terá como eu ver a mensagem do Pedrinho avisando que já está me esperando.
— Tudo bem? — assinto sem o encarar e ouço o mesmo suspirar.
Elda está em repouso por causa da rinoplastia, então Thiago passou o dia inteiro comigo na loja, as vezes ele tentava puxar assunto e eu respondia curta.
— Já vou fechar a loja, pode ir se quiser. — assinto, pego minha bolsa e meu celular sem bateria saindo da loja.
Franzo o cenho quando não vejo nenhuma moto conhecida ou algum carro de um dos caras que sempre vinham me buscar, merda! Nem bateria para chamar um uber eu tenho, bufo irritada e giro meus pés na intenção de pedir emprestado o celular do Thiago, mas acabo dando de cara com o mesmo.
— Ninguém veio te buscar ainda? — nego. — Quer que eu te deixe no morro?
— Só me empresta seu celular.
— Deixa eu te levar pô. — suspira.
Acabo cedendo e sigo com ele até o seu carro, adentramos o mesmo e o Thiago logo da partida.
— Desculpa.
— Já conversamos sobre isso. — respiro fundo. — Você sabe que a Cidade de Deus fica para o outro lado né? — arqueio a sobrancelha vendo que o mesmo seguia um caminho diferente.
— Para onde estamos indo? — ele não responde. — Thiago.. — minha voz sai trêmula.— Thiago não, Tucano!
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Sublime Amor [M] ✓
Lãng mạnSolange Aguirre, uma bela moça no auge dos seus vinte anos que ama a liberdade e adora quebrar todos os tabus impostos por seu pai, que devido aos seus atos rebeldes tem como consequência, morar com a sua tia no Brasil. Onde é obrigada a viver uma r...