Capítulo 106

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R A F A E L G A R C I A

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

Eu que sempre falava que mulher nenhuma iria mandar em mim, olha onde eu to.. comprando o açaí pra dondoca que segundo ela, não pediu e sim mandou eu vir, é de fuder mesmo né?

— Vinte reais.

Pego a minha carteira na bolso da minha bermuda e tiro uma nota de vinte, entrego pra moça da barraca de açaí e agradeço me afastando dela. Quando coloco os pés dentro de casa, a loira estava sentada no sofá com uma cara de quem estava doida pra matar alguém.

— Coé dessa cara aí?

— Tu anda me traindo Russo?

— Chapo foi? Usou maconha estragada?

— Não debocha. — rosna, e aí eu percebo que o bagulho é sério. — O que tu fez com a Natascha ontem Rafael?

— Ué, eu não fiquei contigo o dia todo?

— Mas você saiu, e voltou duas horas depois. Você está fodendo essa puta mesmo estando comigo? — seus olhos marejam.

— Coé Solange, confia em mim não pô? Sou homem porra, faço essa coisas não tio. — nego com a cabeça e me aproximo dela.

— Então me explica essa porra de mensagem no seu celular. — joga o celular contra o meu peito.

Respiro fundo e olho para a tela do meu celular, vendo a mensagem que a Natascha tinha enviado minutos atrás.

— Qual vai ser a desculpa de agora em? — pergunta em um tom de deboche e eu nego com a cabeça.

— Namoral Solange, vai acreditar nela? Tu não se liga que ela quer acabar com nosso relacionamento só porque eu não estou com ela? Cadê a confiança em mim nesse caralho? — calada ela estava e calada ela ficou. — Qual foi a primeira coisa que eu disse antes de ficarmos juntos?

— Que se eu fechasse contigo, tu fecharia comigo.

— Então porra, eu fecho contigo pô! Mas isso não vai pra frente com essa desconfiança que tu tem em mim não.

— Desculpa.. — sua voz sai embargada. — É que minha mente tá cheia. — desabafa e eu a puxo para um abraço.

— Pô loira, tu tem que saber separar seus outros assuntos do nosso relacionamento. Sei que é foda ver uma mensagem dessa, mas tu nem tentou falar na tranquilidade comigo pô.

— Desculpa amor. — beija meu pescoço.

Se eu falar que não fiquei chateado com toda essa desconfiança dela, eu estaria mentindo, não sou desses que tá junto pra trair não. Se eu to com ela, é com ela que eu vou ficar até quando nós decidir que não dá mais.

— Preciso te contar uma coisa. — se solta de mim e me encara.

— Manda o papo.

— Meu pai quer que eu volte para a Califórnia.

Engulo em seco, puta que pariu.

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