Capítulo 180

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R A F A E L G A R C I A

RETA FINAL

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

Porra tio, justo agora esse cria tinha que nascer? Solange faz uma careta e logo geme de dor.

— Rafael.. se você ficar aí parado, nosso filho vai sair aqui mesmo. — puxa o ar e solta novamente.

— O que eu faço?

— Me leva para o hospital caralho. — fala gemendo de dor. — Luís avisa as meninas, para elas arrumarem a malinha do João e levarem até o hospital para mim.

— Jaé, vai Russo caralho age nesse porra mano.
Respiro fundo e caminho até a loira, com a minha ajuda fomos até o meu carro que já estava na rua, ajudo a mesma a entrar e passo o cinto de segurança nela, dou a volta pelo carro e adentro o mesmo.

— Amor, fica calmo. — toca o meu ombro e eu sinto meus músculos se relaxarem, com apenas um toque dela.

— Nosso bebê vai nascer. — falo animado quando a ficha cai.

Dou partida no carro e vou com o mesmo até a barreira do morro, passando por lá em alta velocidade.

— Vai mais devagar merda, você vai nos matar. — rosna e eu rio.

Em cinco minutos já estávamos em frente ao hospital da Barra em que ela estava fazendo o acompanhamento da gestação, estaciono o carro na primeira vaga disponível que eu vejo, desço do mesmo rapidamente e vou ajudar ela a sair do carro.

— Vem. — estendo minha mão para ela, Solange a segura e eu a ajudo a se levantar.

— Eu quero normal. — diz quando passamos pela porta de entrada do hospital.

Por sorte uma enfermeira estava ali conversando com a recepcionista viu a situação da Solange e já foi nos guiando para uma sala de preparação de parto.

— Ajude a sua mulher a por isso. — me entrega uma roupa de paciente que estava embrulhada em um plástico.

Entro com a Solange no banheiro minúsculo e com muita dificuldade consigo a ajudar a por roupa, quando voltamos para o quarto o médico já estava lá junto a alguns enfermeiros.

— Esse garatão quis sair antes da hora é? — sorri. — Pode se deitar na cama Sol, vou fazer o toque para ver quantos dedos de dilatação você está.

Ajudo a loira a se deitar, e a mesma não solta a minha mão por nada, deposito um beijo em sua testa e em seguida um selinho em seus lábios.

— Você quer normal? — pergunta enquanto faz os procedimentos, Solange assente. — Um de vocês. — encara os enfermeiros. — Arrumem alguma sala disponível para uma cesária.

— Não vou poder ter normal? — o médico nega. — Mas eu estou tendo as contrações em intervalos de dez minutos.

— Sim, mas esse meninão está com o corpinho ao lado ao contrário, sabe que não podemos com o parto normal se ele não estiver com a cabaça encaixada certinha né? — a loira assente.

(...)

Já estávamos na sala onde a cesária estava acontecendo, só esperando o nosso menino vir ao mundo.

— Você não está sentindo nada?

— Estou anestesiada Rafael, não tem como eu sentir eles rasgando a minha pele.

— Queria poder ver eles fazendo esses bagulho.

— Tu ia cair duro no chão, então sossega aí.

— Claro que não.

— Sei. — ri. — Será que vai demorar muito?

— Sei não loira, já faz uns..

Sou interrompido por um choro ardido de criança, olho para a loira que já estava se desmanchando em lágrimas ao ouvir o choro do João. Em alguns minutos uma enfermeira vem, com um serzinho enrolado em uma toalha e aproxima ele perto do rosto da Solange.

— Oi bebê da mamãe. — diz em meio ao choro, sorrio ao ver os dois.

Limpo rapidamente a lágrima que insistiu em cair pelo meu rosto, a felicidade que estou sentindo agora é inexplicável.

Sensação boa demais ver as duas pessoas que eu mais amo, juntas aqui comigo.

Sublime Amor [M] ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora