Capítulo 98

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R A F A E L G A R C I A

Cidade de Deus, Rio de Janeiro.

— SILÊNCIO NESSE CARALHO. — grito impaciente com a falação que estava aqui. — Quem tava na barreira quando o estrangeiro entrou? — todo mundo permanece em silêncio. — RESPONDEM PORRA.

— O Juninho chefe. — arqueio a sobrancelha.

— Só ele? — eles assentem. — E que caralho ele estava fazendo sozinho lá? Até onde eu sei, não dei ordens pra isso. — cruzo os braços achando essa situação bem estranha.

— O Juninho mesmo que dispensou a gente, disse que tomava conta sozinho. — da de ombros e eu respiro fundo.

— Bora bater um papo com ele Russo, se isso for verdade já é um motivo pra gente achar que ele é o x9. — sussurra para mim e eu concordo.

— EU sou o dono do morro, então quando EU dispensar, vocês ficam de boa. Juninho não manda em porra nenhuma.

— Desculpa chefe.

— Quero todo mundo concentrado nessa porra, qualquer movimento suspeito já me acionam no radinho, entendido? — eles assentem. — Podem voltar pra barreira agora.

— Eai, o que tu vai fazer? — me encara quando os outros saem da sala.

— Vou trocar uma ideia com ele, tá muito estranho essa história aí.

— Bem que o Titto falou que ele é o x9.

— Vai na onda do Titto não, já falei que o Juninho é irmão e não teria a moral de fazer isso comigo.

— Sei não Russo, geral não vai com a cara dele, até as meninas e tu sabe quando uma mulher encana com uma pessoa, parceiro, ai tem.

— Vai ficar nessa também porra? — ele levanta as mãos em sinal de rendimento. — To ficando louco com essas parada tio. — esfrego o rosto. — Nós tem que resolver o b.o do desvio das drogas, não sei pra onde tá indo essa porra que não tá chegando aqui na morro.

— Russo, não adianta a gente esquentar a cabeça com isso, se tá ligado que tudo tá envolvido com o x9, enquanto a gente não encontrar ele não vamos conseguir resolver o resto.

— Cadê o Titto que não deu as caras ainda?

— Tua irmã tá malzona pô, ele disse que ia ficar com ela hoje.

— E quem liberou?

— Eu, não esquece que sou o sub dessa porra então tenho voz também.

Bufo irritado.

(...)

Bato freneticamente na porta da casa do Juninho, o mesmo atende e da um sorriso amigável nos lábios.

— Entra cara. — da espaço e eu entro.

— Vou ir direto ao ponto. — ele assente. — Foi tu quem liberou a entrada do estrangeiro? — ele nega. — Me falaram que tu tava sozinho lá, como é que tu me explica isso então?

— Eu liberei o pessoal, mas depois o Titto chegou dizendo que tomava conta e eu piquei o pé pra minha casa. — fala tranquilo.

— O Titto, tem certeza disso? — ele assente.

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