Capítulo 157

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R A F A E L G A R C I A

Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

Pisco os olhos várias vezes, tentando assimilar o que a loira havia acabado de me dizer.

— V-você não lembra de mim? — Solange nega e eu passo a mão pelos cabelos nervoso. — Puta que pariu. — murmuro.

Caio sentado na cadeira ao lado de sua cama, sentindo um tontura forte.

Isso não pode estar acontecendo comigo porra.
Ouço o som da sua risada e a encaro de sobrancelha arqueada.

— Você.. — gargalha alto. — Você tinha que ter visto a sua cara mano. — diz ofegante por causa da crise de risos.

— Isso não teve graça Solange. — falo sério e ela ri mais ainda. — Para de rir merda. — cruzo os braços de cara fechada.

— Desculpa, mas eu fiquei em coma durante quase um mês, tinha que te dar um sustinho. — sorri, e como eu senti falta desse sorriso.

Não falo nada, apenas me levanto e me sento ao seu lado na cama, a encaro brevemente antes de puxar a loira pela nuca selando nossas bocas. Ambos sorrimos durante o beijo, mordisco seu lábio inferior chupando o mesmo.

— Para que eu fico com tesão. — gargalho. — Eu te amo. — gruda nossas testas uma na outra.

— Eu te amo loira.

— Me desculpa por ter mentido..

— Sou eu quem te deve desculpas. — coloco uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. — Fui um idiota em ter duvidado do seu amor, fiquei com tanto medo de te perder e me senti extremamente culpado pela forma que agi.

— Espero que você não tenha dado trabalhado nesse tempo que eu "dormi" profundamente. — engulo em seco, e ela se afasta de mim arqueando a sobrancelha. — Que merda tu fez Rafael?

— Então.. — coço a nuca constrangido.

— Só fala tudo de uma vez. — diz calma, o que me deixa ainda mais nervoso.

— Fui afastado do comando da Cidade de Deus, duas semanas depois que soubemos que estava em coma. — ela me encarava atenta. — Me deixei levar..

— Você se drogou? — seus olhos enchem de lágrimas e eu abaixo a cabeça, concordando.

— Vacilei, me desculpa. — a encaro novamente. — Eu quase fodi com tudo, mas por medo de te perder eu perdi a razão.

— Você se sentiu culpado não foi? — sua voz sai falha e eu apenas concordo com a cabeça. — Não queria que você se sentisse assim, a culpa não foi sua. Eu fiz por amor, porque eu te amava, e sabia que se você estivesse no meu lugar eu não iria aguentar nem a metade do que você aguentou. Nada do que aconteceu foi culpa sua, nada!

— Eu só conseguia pensar no medo que eu tive de perder você. — minha voz sai embargada e ela me puxa para um abraço.

Ficamos por um tempo ali, curtindo esse abraço que tanto fez falta para ambos.

Respiro fundo, ao lembrar que tinha mais alguma coisa em que ela precisava saber.

— Tem uma coisa que tu precisa saber.. — falo hesitante, assim que me afasto dela.

Percebo seu olhar ficar triste e eu engulo em seco.

— Eu estava grávida né?

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