Capítulo 148

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S O L A N G E A G U I R R E

Morro do Dendê, Rio de Janeiro.
Horas antes.

— Solange eu vim.. — Thiago freia os pés assim que me vê. — Porra, tu tá branca que nem um papel tio. — caminha até mim rapidamente.

— Eu to bem. — sorrio fraco, mas acabo soltando um gemido de dor.

Meu corpo todo doía, sem contar que eu podia sentir a temperatura dele altíssima, sinto o toque de Thiago no meu rosto.

— Tu tá queimando em febre caralho. — fala nervoso. — A quanto tempo tu tá se sentindo assim? — fico em silêncio. — Solange!

— Depois do almoço. — falo baixo por conta da dor, eu estava deitada na cama encolhida.

Thiago envolve seus braços no meu corpo e eu não reclamo, não estava em condições para o xingar e mandar ele ficar longe de mim, o mesmo caminha comigo até o banheiro.

— Toma um banho gelado, vou comprar alguns remédios para você. — diz enquanto me coloca no chão. — Consegue sozinha?

— Acho que sim. — sussurro, Thiago assente e sai do banheiro.

Tiro minhas roupas com dificuldade e ligo o registro do chuveiro na água gelada, deixo a mesma cair sobre o meu corpo me causando arrepios. Sinto uma pontada forte na barriga e logo meu estômago embrulha, e eu vomito ali mesmo, enquanto tomava um banho.

— Céus será que estou grávida? — pergunto como se alguém fosse me responder. — Impossível, minha menstruação nem atrasada está, para de neurose Solange.

Fico embaixo da água até o mal estar passar, coloco na minha cabeça que estou assim por conta de algo que comi, não pela possibilidade de estar gerando uma vida. Esse não é um momento certo para estar grávida, não mesmo, olha a situação que eu me encontro, caralho.

— Solange, tá tudo bem aí?

— Sim.

— Tem remédios encima cama e eu comprei um teste de gravidez para você. — engulo em seco, permaneço em silêncio. — Por favor, faça. — pede suspirando e escuto passos, indicando que ele estava se afastando.

Desligo o chuveiro e me seco, saio do banheiro enrolada na toalha e isso me faz lembrar do Rafael.

Suspiro, porque a saudade dele é enorme.

(...)

Me desperto do sono assustada, com os sons de tiros que ouvia do lado de fora da casa, meu coração acelera e minha respiração fica ofegante, olho de relance para o teste que fiz mais cedo mas que ainda não tive coragem de ver o resultado, o que me deixa ainda mais aflita.

Se controla Sol, não surta.

Inspiro o ar e expiro o mesmo logo em seguida, tentando acalmar meus batimentos cardíacos. Clamo o nome de Rafael já com a voz trêmula e não obtenho respostas.

Temo pelo pior e meu coração se aperta.

O chamo mais uma vez e assim que ouço sua voz, meus músculos relaxam e eu saio do quarto vendo que o mesmo me encarava com o sorriso nos lábios, não pensei duas vezes em ir até os seus braços.

Nos beijávamos calmamente matando a saudade que estávamos dos lábios um do outro, finalizo o beijo com alguns selinhos e não consigo conter o sorriso ao ver que o mesmo estava bem ali na minha frente.

Olho de relance para a porta da entrada da casa e vejo um dos homens do Thiago, com uma arma apontada diretamente para o Russo, não tive tempo para pensar.

Apenas empurrei Rafael rapidamente para o lado assim que ouvi o click da arma, acertando o tiro em cheio no lado esquerdo da minha barriga.

A dor é insuportável, acabo caindo no chão com o impacto, com dificuldade para manter os olhos abertos consigo ver Rafael matar o cara com tiros incontáveis e vir rapidamente até mim.

— Solange. — sua voz sai trêmula e distante, sinto meus olhos pesarem. — Tenta ficar de olhos abertos por favor.. — pede.

— Eu te amo. — sussurro com dificuldade antes de apagar por completo.

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