Corte de Fogo e Gelo

Capítulo 65- Ponto de eclosão

"Eu roubei o que você queria. Não tinha a intenção de devolvê-la para você. Talvez devesse vir pegar comigo, Grão-Senhor, ou os dias daqueles que ama estarão contados.

Obs.: Traga aquele do vento e gelo com você. Está na hora da reunião dos machos mais poderosos da história acontecer."

***

Vinte e quatro horas antes...

Passando a mão pelo mapa, Rowan suspirou.

Trabalharam por dias nele, unindo os mapas de seus mundos e constatando que os continentes ficavam no Norte, sendo o território de Antica mais ao sul possível antes do longo mais que os separavam. Mesmo assim, nada significava para eles. A imensa mesa redonda da Casa nas montanhas estava cheia de papeis cartográficos, e era onde ele e Rowan traçavam um plano próprio, para variar. Não que conseguiriam esconder isso de Aelin e Feyre, pois elas sabiam onde os dois estavam e que traçavam as linhas dos mapas. Aquela era uma excelente desculpa para conversar a sós sobre tudo que precisavam.

Rowan fez marcações em sua parte do mapa, de territórios e exércitos. Rhys na dele.

O príncipe consorte ainda não tinha se permitido pensar no que Fenrys dissera. A ideia era...inconcebível para ele.

— Agora que acabamos essa disposição, será mais fácil determinar onde ele atacaria antes.

— De fato — disse Rhys, mortalmente sério. Nenhuma piada, nenhum trocadilho. Nada. Ele estava assim há duas semanas. — Prythian. É menor, mais fácil de conquistar. As terras feéricas do Leste não seriam tão fáceis, já que o continente é bem maior. Meu palpite é que ele começaria em Prythian — e ele seguiu o dedo até Erilea — depois no território de vocês.

— Ou talvez ele não nos dê a chance de nos reagrupar e ataque com duas linhas de frente. Erilea e Prythian. Afinal, é onde os inimigos mais mortais dele se concentram.

— Mas ele sabe que vocês estão em Prythian — argumentou Rhys. — Talvez queira que permaneça assim e tente exterminar a todos nós.

— Ainda bem que disse tente — disse Rowan. — Porque eu não tenho a intenção de deixa-lo vencer.

Rhys deu um riso fraco, olhando para o mapa.

Estavam em um palácio nas montanhas e logo abaixo deles, ficava A Corte dos Pesadelos. O espaço ficava em uma torre no alto. O piso de mármore, uma parede com um enorme mapa de Prythian, e a mesa arredondada de pedra escura, onde o mapa que trabalhavam estava. O restante do espaço era aberto para as montanhas, onde uma brisa gostosa entrava e batia em seu rosto. Rowan teria gostado de voar sobre aquelas montanhas. Talvez um dia o fizesse.

— Sabe... — Rhys recomeçou, puxando uma cadeira e se sentando. — Acho que é a hora de começarmos a cogitar o que ninguém disse em voz alta ainda.

Rowan se virou para a paisagem, cruzando os braços.

— Não.

— Acha que eu quero deixar minha parceira prestes a dar à luz? Acha que eu suporto essa ideia? — o tom dele estava suavemente alterado, o que fez Rowan virar para ele.

— Não vou deixar Aelin quando o momento chegar. Ela está grávida também.

— Nem sequer deseja ouvir minha ideia?

O príncipe trincou os dentes.

— Estou ouvindo. — E ficou em silêncio.

Rhys se levantou e apoiou as duas mãos na mesa, olhando incisivamente para Rowan.