Capítulo 27- O Lobo Branco de Doranelle

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Fenrys estava deitado em cima de Azriel naquela larga cama com lençóis brancos de seda. Seu corpo nu deslizava por baixo do dele, suas mãos viajavam por seu corpo enquanto reivindicava sua boca. Ele conteve um gemido quando as mãos do mestre-espião tocaram áreas sensíveis demais.

Para não ficar para trás, o lobo branco levou os dedos na parte interna das asas do illyriano. Seu rugir reverberou pelas terminações nervosas do lobo branco. Não se lembra da última vez em que tocara alguém assim por vontade própria.

Ele saiu da boca de Az, fazendo um caminho de beijos pelo queixo, o arqueado da mandíbula, o pomo do pescoço, a clavícula, onde se demorou com a língua, deliciando-se com o gemido de Az.

Desceu mais, indo para seu peito repleto de arabescos illyrianos, seguindo a linha de seus músculos firmes, mordendo suavemente, a ponto de Az arfar sob ele, arquejando.

Fenrys lambeu o tronco do outro com a ponta de língua, descendo e descendo e descendo...

Az gemeu e como era maravilhoso.

Mas seu gemido começou a se desfazer de algo grave, para agudo e característico de alguém que Fenrys preferiria se esquecer.

Tomando coragem, ele olhou ao redor. Cortinas brancas, um palácio de pedra cinzenta e piso de mármore, uma cama enorme e redonda, em aposentos exuberantes, cujos caules espinhosos de rosas ornavam uma parede a sua direita.

O lobo branco congelou. Estava em Doranelle.

Não apenas em Doranelle, mas, no quarto de Maeve.

Ela gemeu maldosamente de novo. Com horror, Fenrys percebeu que estava dentro dela, suas unhas compridas afundadas em suas costas...

Arregalou os olhos ao encarar o buraco negro que eram os olhos da rainha valg que o escravizara. Sua pele pálida era tão real, que realmente a sentia sobre a dele.

Ela gargalhou, os cabelos pretos espalhados no travesseiro. Fenrys piscou e viu Az por um instante. No segundo seguinte, era Maeve de novo, puxando-o pela nuca. Sua língua saiu da boca e ela lambeu os lábios de Fenrys.

— Você nunca saiu daqui Fenrys — declarou, como uma víbora estudando a presa. Ela pressionou as pernas em torno do quadril do lobo branco, que se arrepiou de nojo e horror. — Nunca vai se livrar de mim. Aelin, aquela vadiazinha, morreu na mesma noite que seus pais. E...Azriel? Este jamais existiu.

Jamais existiu? O pavor o tomou.

A risada baixa de amante venenosa entrou pelos ouvidos de Fenrys, triturando o que restava de seu coração e de sua esperança.

— Acha que um macho como aquele existiria? Acha que ele iria te querer? — indagou Maeve.

Fenrys agarrou os lençóis, onde se apoiava para ficar o mais longe possível de Maeve.

— Mas...meus sonhos — a voz dele estava rouca. — Você me compelia a esquecer os sonhos que tinha com ele. Meu parceiro. — A tristeza começou a tortura-lo por dentro.

Ela ergueu uma sobrancelha escura.

— Não se passavam de sonhos. Você nunca saiu daqui.

Não — respondeu ele, sufocado.

— Você me pertence.

Não.

— Serve a mim — a voz dela ficando mais ecoada.

Não.

— Azriel não existe, porque você não é digno de ter um parceiro.

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora