Capítulo 7- Criando laços

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Rhys e Az atravessaram todos os machos até a floresta onde o mestre-espião tinha certeza de que Bryaxis andava escondido. Haviam parado em uma clareira repleta de troncos partidos, musgos e galhos retorcidos. A terra escura por baixo, úmida pela cerração a beira das montanhas congeladas há alguns quilômetros a Norte. A floresta repleta de pinheiros estava particularmente sombria devido as nuvens cinzentas que se acumulavam no céu. Por sorte, todos estavam preparados para temperaturas elevadas. Os machos formaram um círculo quando Rhys se aproximou. Cassian apertou o ombro dele, nada amigavelmente e, sem olhar para ele, disse:

— Eu quero matar você por me arrastar a isto.

Rhys uniu as sobrancelhas e olhou para o amigo, que estava pálido.

— Cadê seu espírito de aventura?

Cass dilatou as narinas.

— Deixei em casa, junto com a minha paciência.

Az passou para o outro lado de Cass, suas asas farfalharam devido ao frio que fazia vapor sair da boca de todos conforme falavam.

— Bryaxis não está interessado em brincar de pique-esconde com você, Cass — disse Azriel, baixinho.

Os machos feéricos da outra corte riram e Cass enrubesceu de raiva. Lorcan semicerrou os olhos e inclinou o queixo para cima, encarando-o.

— Tem medo da criatura, general? — O sorriso que se formava nos lábios de Lorcan era satisfatório.

Cass grunhiu para ele.

— Não, na verdade eu ficarei bem contente quando ele chutar sua bunda velha.

Em uníssono, era como se todos se forçassem para segurar o riso. Rhys se colocou no centro do círculo.

— Sugiro que nos separemos em duas duplas e um trio, para cobrir a área mais depressa.

Dorian se aproximou sorrateiramente, com um sorriso no rosto. Ele não era um feérico, mas era impecavelmente bonito.

— Sugiro equipes mistas.

Todos o encararam sem entender, ou fingindo isto, ao menos.

— Ora, se vamos trabalhar juntos, nada mais certo do que unir membros das duas cortes, sabe? Para... — ele gesticulou com as mãos, unindo-as ao tempo que disse: —...criar laços.

A desaprovação era visível no rosto de cada um dos machos. Como a ideia tinha partido de Rhys, ele continuou fingindo um sorriso agradável.

— Eu tinha apenas pensado na minha corte contra eles — disse Rhys, apontando para os machos estrangeiros.

Dorian sacudiu a cabeça suavemente.

— Se estamos aqui para nos conhecer, precisamos disso. Eu escolho as duplas — informou ele, com as mãos nos bolsos. Um deles tinha um volume maior do que o bolso comportava.

Aedion pareceu confuso.

— E por que você escolhe?

— Porque eu não sou um macho feérico. Não tenho toda essa coisa territorial e briguenta de vocês — argumentou ele, diplomático.

Rhys deu de ombros, não antes de olhar para Rowan, de braços cruzados e rosto fechado. Claramente estava pensando no quanto aquilo era uma má ideia. Dorian, contudo, nem deu atenção aos olhares de raiva direcionados a ele conforme analisava o grupo de machos. Ele emitiu um estalo com a língua e disse:

— Certo, já me decidi.

Rhys enrijeceu o corpo, torcendo para que não fosse ele. Tudo menos ele...

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora