Nevasca violenta

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Bride os atravessou até a plataforma de gelo, à entrada do palácio. As barreiras eram tediosas de tão previsíveis e foram derrubadas com meio pensamento.

Olhando para a sua companhia, ela apontou para a Torre mais distante do castelo, onde uma luz sobrenatural brilhava pelas janelas e sacadas, visível apesar do tempo ruim ali fora.

Esfregando as mãos, a deusa do sol soltou o ar. Aquele vento frio da nevasca batia em seus cabelos escuros e nos de sua companhia, depositando pequenos floquinhos de neve.

— Chegou a hora, querido — disse ela, suspirando. — Sentirei sua falta. É um bom ouvinte.

Ela se voltou para o macho diante dela, e segurou seu rosto com as mãos em concha. A pele dele era quente, e até mesmo seu maxilar era poderoso, bem como o resto do corpo. Tão lindo quanto um sonho.

— Vai se esquecer de tudo que confidenciei à você — compeliu ela, o vento rugindo em seus ouvidos como um leão. — Mas, diga que mandei lembranças.

Ele assentiu, franzindo as sobrancelhas, confuso.

— Está na hora — disse. — Vá. Ninguém o impedirá até o salão.

O macho não disse mais nada antes de se virar e seguir a passarela que levava ao saguão do castelo da Corte Invernal.

Bride se alegrou por aquecer ainda mais aquele encontro.

Com um sorriso satisfeito, ela observou o macho sumir por entre a nevasca violenta.

***


Bônus de hoje. Até quarta, corações de fogo! :)

Corte de Fogo e GeloOnde histórias criam vida. Descubra agora