Ele parecia estar bem, mas os olhos eram vítreos com uma urgência inquietante.
E aquele nome? O mesmo nome que...
Mas não seria possível, certo? A coincidência parecia tamanha que a cabeça de Az girou com as teorias que se formavam.
— Fen, você precisa descansar — com a mão forte, Az o empurrou de novo para a cama onde parte do tronco do parceiro estava erguido, apoiado pelos cotovelos.
Tentou não se incomodar ou sentir ciúmes do fato do primeiro nome que saiu da boca dele não fosse o seu. Parecia mesquinho, comparada a agonia que sentira apenas minutos antes, achando que jamais abraçaria seu igual novamente.
Mas Fenrys levantou o corpo de novo, sentando-se na cama. Ele não parecia notar que tinham plateia conforme seus escuros olhos encontravam os de Az. Possuíam infinitas incógnitas, apenas em um gesto. Mas por quê?
— Aaron — repetiu para Az. — Nosso filho.
Aaron e filho na mesma frase. Quem estaria delirando agora?
— Que filho? Fen... — começou Az, sentindo as palavras na ponta da língua.
Me abrace. Eu morri de agonia sem você. Senti sua falta. Nada jamais nos separará de novo. Era o que desejava dizer e deixou que seu semblante fizesse isso evidente. Pareceu o suficiente, pois um segundo depois, Fenrys colocava as mãos em seu ombro e pescoço e o abraçava com a mesma necessidade que Az sentia. Era como se estivessem se rasgando por dentro, um para o outro, apenas.
Os braços de Fenrys eram uma fortaleza em torno de seu ombro e pescoço. Os lábios, quentes como lava, conforme respirava em sua nuca, pesadamente. Aquele toque o incendiava. Era sempre um choque de energia, estar ao lado dele. Estar com ele.
— Senti tanto a sua falta — murmurou Fenrys, em sua pele, os dedos afundando na nuca do illyriano.
— E eu a sua — e apertou mais o parceiro contra si.
— Algumas coisas aconteceram, Az — a voz dele ainda era baixa, rouca, mesmo que a urgência estivesse ali, em evidência. — Preciso que confie em mim em uma coisa...
Então ele parou de falar. Seus rostos de parearam quando ele ergueu a cabeça do pescoço de Az.
Por um instante, estava completamente paralisado nos braços dele. No seguinte, sua mão era silenciosa ao pedir que Az saísse da beirada da cama, que o deixasse se levantar. Outra pontada de ciúmes mesquinho o tomou, mas ele fez o que o parceiro pedia. Fenrys ficou de pé logo em seguida e olhou longamente para Aelin. Sua rainha o deu um sorriso radiante e Fenrys estava hipnotizado por alguma coisa que vira nela.
Ele caminhou tão rápido para ela que era quase como se tivesse saltado. Seus braços a envolveram e a Aelin riu ao se agarrar no pescoço de Fenrys, que a levantou do chão, girando-a consigo. Rowan não parecia nem um pouco incomodado, pelo contrário, ele sorria sutilmente naquela pele beijada pelo sol e esculpida por mármore. Az queria não estar também. Parecia idiota demais. Talvez pensasse que Fenrys quereria ficar a sós com ele por um tempo, esperava isso. Mas ele, aparentemente não.
Az reprimiu mais uma vez os sentimentos mesquinhos quando Fenrys colocou sua rainha de maneira carinhosa no chão.
— Por que isso tudo? — indagou ela, mas os olhos do lobo se desviaram para outra figura na sala.
Não Gavriel, ou Rowan ou Lorcan ou Vaughan. Não.
Para Rhys, ao lado de uma Feyre, que dava um sorriso que não chegava aos olhos. E tudo por culpa de Elain...
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Corte de Fogo e Gelo
FanfictionE se Aelin Galathynius e cia visitassem a Corte Noturna? E se, após longos anos de desconhecimento e guerra em seus mundos, ambos descobrissem que habitam continentes no mesmo oceano? E se, em um belo dia, o tão aguardado encontro entre o mundo de T...